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Previous issue date: 2016-08-09 === Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq === Some species of cichlids apparently undergo protogynous sex change (female to male) at some point in the life cycle. Although frequently used to designate sex change at adulthood, the term protogyny also includes prematuracional sex change, which has been suggested to occur among cichlid fishes. In part, this stems from the record of the presence of purported oocytes in the testis of some cichlids, coupled with the typical behavior of hermaphroditic species with dominant males restricting reproductive access to females (i.e., the sex change would be influenced by social factors). However, giant cells considered to represent testicular oocytes were identified as giant spermatogonia in several species of African Haplochrominae cichlids. These cells are reported to increase in quantity with age and generations of hybrids, which was suggested to represent anomalies associated with aging. In the present study, we recorded the presence of giant spermatogonia in the testes of the dwarf cichlid Apistogramma hippolytae and noticed striking variations in the proportion of these cells along the reproductive stages. Individuals at reproductive regression phase had higher proportion of these cells, while a smaller proportion was found in mature (ready to release sperm) individuals. A similar pattern of quantitative variation in primary spermatogonia is found along the reproductive cycle of teleosts in general, which suggests that giant spermatogonia are indeed primary germ cells and contradicts the hypothesis of aging anomalies. In fact, these cells increase in amount with the size of male A. hippolytae, but there is no relationship between these cells and aggressiveness of individuals. This indicates that factors associated with aging that may affect testicular
function, hormonal levels, and aggression apparently are not associated with the amount of
giant spermatogonia. Our experimental results also indicate that social interactions are
apparently not related to the occurrence or amount of such cells in the testes of A. hippolytae.
Finally, we review the occurrence of giant spermatogonia among cichlid species and suggest a
possible association of these cells with the polygamous mating system. === Algumas espécies de ciclídeos aparentemente passam por mudança de sexo protogínica (de
fêmea para macho) em determinado momento do ciclo de vida. Embora o termo protoginia seja
usado para mudança de sexo na fase adulta, mudança de sexo prematuracional também foi
sugerida para ciclídeos. Em parte, isso decorre do registro da presença de presumíveis oócitos
no testículo de alguns ciclídeos, aliado ao comportamento típico de espécies hermafroditas, com
machos dominantes restringindo o acesso reprodutivo às fêmeas (ou seja, a mudança de sexo
seria influenciada por fatores sociais). No entanto, em espécies de ciclídeos africanos
Haplochrominae foram registradas espermatogônias gigantes nos testículos, ao invés de oócitos
testiculares. Estas células supostamente aumentam em quantidade com a idade e em gerações
de híbridos, sugerindo efeitos de anomalias associadas ao envelhecimento. No presente estudo,
registramos a presença de espermatogônias gigantes nos testículos do ciclídeo-anão
Apistogramma hippolytae e notamos variações marcantes na proporção destas células nas
diferentes fases reprodutivas. Peixes em fase de regressão reprodutiva apresentam maior
proporção dessas células, enquanto uma menor proporção é encontrada em indivíduos aptos a
liberarem esperma. Esta mesma variação é normalmente encontrada em espermatogônias
primárias de teleósteos ao longo do ciclo reprodutivo, o que sugere que espermatogônias
gigantes são de fato células germinativas primárias, o que contraria a hipótese de anomalias por
envelhecimento. De fato, tais células aumentam em quantidade com o tamanho dos machos de
A. hippolytae, mas não há relação entre estas células e a agressividade dos indivíduos. Isso
indica que fatores associados ao envelhecimento, que podem afetar a função testicular e
agressividade, aparentemente não estão associados ao surgimento de espermatogônias gigantes.
Além disso, nossos resultados experimentais indicam que interações sociais também não devem
estar relacionadas ao surgimento ou quantidade dessas células nos testículos de A. hippolytae.
Por fim, devido estas células ocorrerem comumente em diversas espécies de ciclídeos
poligâmicos, sugerimos que o papel destas grandes células esteja associado ao desenvolvimento
de espermatozoides maiores e, portanto, mais velozes, para garantir o sucesso reprodutivo
nestes grupos que passam por intensa competição espermática.
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