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Previous issue date: 2009-10-15 === Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM === Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq === desmatamento acumulado até 2007 na região sul de Roraima como um todo. Esses
desmatamentos estão fortemente relacionados com a disponibilidade de estradas e com o
número de habitantes no interior dos PAs. Concluímos que o espalhamento de estradas
endógenas pela exploração madeireira e novas ocupações de terras, tanto por pequenos e
grandes atores, estão acontecendo de forma rápida e desordenada. Este quadro indica um
potencial grande de perda de floresta em Roraima se o fluxo de migração para esta área
aumentar, como seria esperado se Roraima for conectada ao Arco do Desmatamento com a
abertura da Rodovia BR-319 (Manaus – Porto Velho) . No Capítulo II apresentamos os
resultados dos quatro cenários de desmatamento simulados e as estimativas de emissões de
carbono para a atmosfera. Um cenário Business As Usual – BAU, chamado de BAU1 e outro
de conservação ou de mitigação, chamado de CONSERV1, foram construídos sob a hipótese
da NÃO reconstrução e asfaltamento da rodovia BR-319. Os outros dois cenários, sendo
também um BAU, chamado de BAU2 e outro de conservação ou mitigação, chamado de
CONSERV2, foram construídos sob a hipótese da reconstrução e asfaltamento da BR-319 em
2011. Os cenários construídos sob a hipótese da NÃO reconstrução e asfaltamento da BR-319
presumiram taxas de desmatamento semelhantes às observadas no período entre 2004 e 2007
no sul de Roraima e sofreram oscilações durante as simulações em função de estradas
regionais planejadas para o futuro. Os cenários sob a hipótese da reconstrução e asfaltamento
da BR-319 além de sofrerem oscilações pelas estradas regionais planejadas para o futuro
presumiram forte fluxo migratório partindo do arco do desmatamento em direção a Roraima
utilizando a BR-319 reconstruída, com conseqüente aumento nas taxas de desmatamento.
Com o cenário BAU1 (sem a BR-319) a área desmatada chegou a 715.250 hectares em 2030,
um aumento de 91,9% sobre a área desmatada inicialmente em 2007, com emissões
equivalentes a 56,4 x 10 6 toneladas de carbono para a atmosfera. Sob o cenário BAU2 (com a
BR-319) a área desmatada alcançou 858.639 hectares em 2030. Aumento de 130,4% sobre a
área desmatada inicialmente em 2007, com emissões equivalentes a 80,3 x 10 6 toneladas de
carbono para a atmosfera. Com o cenário CONSERV1 (sem a BR-319) a área desmatada
chegou a 654.513 hectares em 2030. Aumento de 75,6% sobre a área desmatada inicialmente
em 2007 e com emissão de 46,0 x 10 6 toneladas de carbono para a atmosfera. Sob o cenário
CONSERV2 (com a BR-319) a área desmatada alcançou 775.888 hectares em 2030. Aumento
de 108,2% sobre a área desmatada inicialmente em 2007, com emissão de 67,2 x 10 6
toneladas de carbono para a atmosfera. Os resultados mostraram que sob a hipótese da
reconstrução e asfaltamento da BR-319 o desmatamento aumentou em 60.638 a 204.125
hectares em 2030, comparando-se o cenário BAU1 com o cenário CONSERV2 e o cenário
CONSERV1 com o cenário BAU2, respectivamente. As emissões de carbono para a
atmosfera, decorrente dessas diferenças, foram de 10,8 x 10 6 a 34,3 x 10 6 toneladas de
carbono. Comparando o cenário BAU1 com o cenário BAU2 a diferença em área desmatada
foi de 143.398 ha e correspondeu a emissão de 23,9 x 10 6 toneladas de carbono para a
atmosfera. A reconstrução e asfaltamento da BR-319 farão o desmatamento aumentar entre 18
e 42% no sul do Estado de Roraima em 2030. As emissões de carbono para a atmosfera neste
período, decorrentes desse desmatamento sofrerão aumentos em percentuais semelhantes
(entre 19 e 42%). Este estudo demonstra que a reconstrução da BR 319, ligando Manaus a
Porto Velho, pode ter impactos ao ambiente muito além da sua área de influência oficial no
interflúvio dos rios Madeira-Purus. Seus efeitos podem se irradiar até Roraima, proporcionado
pela atual malha viária. Medidas mitigadoras para redução desses impactos deveriam incluir
também a criação de UCs em Roraima em áreas mais vulneráveis à pressão antrópica, caso a
reconstrução da BR-319 venha se concretizar. === A reconstrução e asfaltamento da Rodovia BR–319 (Manaus/Porto Velho), previstos pelo
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal, permitirá acesso, a
partir do “Arco do Desmatamento”, a blocos imensos de florestas primárias contínuas na
Amazônia Central e Norte. Inúmeros estudos realizados na região apontam a construção de
estradas como a principal causa do desmatamento. Particularmente, a Rodovia BR-319 tem
um potencial muito grande de canalizar o desmatamento e iniciar um novo ciclo migratório
para essas regiões remotas, hoje sem acesso por estradas. Isto devido à falta de terras
agricultáveis disponíveis para pequenos e médios proprietários nas regiões ao longo do arco
do desmatamento, causadas principalmente, pelo avanço da pecuária extensiva e do
agronegócio. Esta situação poderá se agravar com o término da construção das usinas
hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, a montante de Porto Velho no rio Madeira. Estas obras
também estão previstas pelo PAC. Segundo estudos as obras têm o potencial de atrair perto de
100 mil pessoas para a região. Essas pessoas ficarão praticamente sem opções de trabalho e
sobrevivência com o término das obras. É bastante provável que parte desse contingente possa
“engrossar” o fluxo migratório esperado, formado por diversos atores “expulsos” do arco do
desmatamento, se dirigindo para a região de Manaus e de Boa Vista através da BR-319
reconstruída. O sul do Estado de Roraima, Região alvo do nosso trabalho, particularmente,
poderá ser vulnerável ao desmatamento sem controle se exposto a um fluxo migratório dessa
magnitude. Essa região tem acesso a partir de Manaus através da BR-174, conectando
também a Venezuela e Caribe. A história recente de migração e colonização foi iniciada na
década de 1970 e foi marcada, principalmente pela abertura de Projetos de Assentamento -
PAs pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Nas décadas
seguintes de 1990 e de 2000, novos PAs foram criados no âmbito do governo estadual para
atrair novos migrantes ao Estado, que perdeu população devido ao fechamento do garimpo em
1990. Atualmente, no sul de Roraima, esse quadro é agravado pela situação agrária caótica,
por denúncias de grilagens de terras públicas, exploração ilegal de madeira e avanço
desenfreado da pecuária sobre a floresta, causando degradação do ambiente e perdas de suas
funções. Assim, o principal objetivo do nosso trabalho foi modelar a dinâmica de mudanças
de uso e de cobertura da terra no sul do Estado de Roraima e estimar as emissões de carbono
para a atmosfera decorrente dessas mudanças. Para isso produzimos quatro cenários futuros
de desmatamento dessa região, simulados entre 2007 e 2030, a partir do modelo AGROECO
utilizando o arcabouço operacional do software de simulação DINAMICA-EGO © . A
dissertação está dividida em dois capítulos. No Capítulo I foi feita uma análise da ocorrência
do desmatamento em função da proximidade das rodovias BR-174 e BR-210, que cortam a
região sul de Roraima, associando o desmatamento ocorrido aos processos de mudanças de
uso e cobertura da terra na área de estudo no período de 2001 a 2007. O estudo serviu também
como base na captação de parâmetros confiáveis para as rodadas de simulação do
desmatamento na região Sul do Estado de Roraima descrito no Capítulo II. A análise do
Capítulo I compreendeu a área do município de Rorainópolis (área de influência da BR-174) e
dos municípios de São Luiz do Anauá, São João da Baliza e Caroebe (área de influência da
BR-210). Foram utilizados dois buffers de 20 km de largura subdivididos em oito faixas de
2500 m cada um, ao longo das BR-174 e BR-210. As análises foram realizadas utilizando os
dados de desmatamento anual do PRODES em arquivos shapefile, arquivos shapefile da
malha viária de estradas e dos PAs do Sul do Estado de Roraima, aliados a observações de
campo. Os resultados mostraram que 90% das estradas vicinais se encontravam dentro da
faixa de 20 km de distância das duas rodovias (BR-174 e BR-210). Dentro dessa mesma faixa
ocorreram 76% do desmatamento ocorrido no período entre 2001 e 2007 na área de estudo.
Os PAs foram responsáveis por 53,3% do desmatamento ocorrido no período e de 77% do
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