Influência do perfil de macronutrientes da dieta nos níveis plasmáticos de glicose e de insulina em mulheres com peso normal e excesso de peso

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Bibliographic Details
Main Author: Volp, Ana Carolina Pinheiro
Other Authors: Costa, Neuza Maria Brunoro
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Viçosa 2016
Subjects:
Online Access:http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8842
Description
Summary:Submitted by Reginaldo Soares de Freitas (reginaldo.freitas@ufv.br) on 2016-10-17T15:30:06Z No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 514618 bytes, checksum: 934940f16c08d2135308244e26010fb5 (MD5) === Made available in DSpace on 2016-10-17T15:30:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 514618 bytes, checksum: 934940f16c08d2135308244e26010fb5 (MD5) Previous issue date: 2005-06-24 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === A obesidade está comumente associada a um conjunto de doenças metabólicas, sendo que os componentes desta síndrome são caracterizados pela hiperinsulinemia e por diferentes intensidades de resistência a insulina (RI). A insulina é um hormônio secretado pelas células ß pancreáticas, em resposta aos nutrientes ingeridos, especialmente a glicose. Circula em níveis proporcionais ao tecido adiposo e é considerada sinalizador da quantidade de gordura corporal total, sendo que a composição da dieta parece interferir na insulinemia, bem como na sua homeostase, em pessoas normais e com excesso de peso. O presente estudo teve como objetivo investigar o efeito da ingestão de dietas ricas em sacarose (DRS) e em lipídio (DRL) nas concentrações de glicose e insulina plasmáticas em mulheres com peso normal e excesso de peso, bem como a associação entre insulinemia e composição corporal, e entre glicemia e insulinemia em estado de jejum e pós-prandial. Foram selecionadas 20 mulheres hígidas, 13 com peso normal (Idade 22,5 ± 2,1 anos; IMC 22,2 ± 1,9 kg/m2) e 7 com excesso de peso (Idade 21,8 ± 2,8 anos; IMC 28,4 ± 3,2 kg/m2), incluídas nos grupos G1 e G2, respectivamente. As dietas testes DRS (59% carboidratos com 23,0% de sacarose; 28,0% de lipídios; 13,0% de proteínas, 20,2 g de fibras) e DRL (42,0% de carboidratos, com 1,3% de sacarose; 45,0% de lipídios, 13,0% de proteínas, 22,2 g de fibras) foram ingeridas, em condições de vida livre, por 14 dias e oferecidas de forma randomizada após o primeiro ensaio em dieta basal (DB). Antes do início da ingestão das dietas testes DRS e DRL e após cada dieta (dia 15), foram realizadas as avaliações antropométricas (peso, altura, circunferências da cintura e quadril e pregas cutâneas para determinação da composição corporal) e da composição corporal por bioimpedância elétrica; e coletas de sangue para determinações de glicose e insulina por técnicas de colorimetria enzimática e radioimunoensaio, respectivamente. As amostras de sangue foram retiradas em jejum e 30, 60, 180 e 240 minutos após a ingestão alimentar de DB, DRS e DRL. O cálculo de HOMA-IR (Homeostasis Model Assessment of Insulin Sensitivity- Modelo de Avaliação da Homeostase da Sensibilidade à Insulina) foi relizado segundo a fórmula: HOMA-IR = [insulina mU/L X glicose mmol/L / 22,5 ] (Mattews et al.,1985). A glicemia, insulinemia e valores de HOMA-IR não diferiram entre G1 e G2 (p>0,05). Porém, em DB, os valores de insulina plasmática se correlacionaram com os dados antropométricos e de composição corporal (p<0,05), sendo que a insulina apresentou correlação direta com peso (kg) (r=0,750), índice de massa corporal (kg/m2) (r=0,929), circunferência da cintura (CC) (cm) (r=0,750), circunferência do quadril (CQ) (cm) (r=0,741), prega cutânea do bíceps (PCT) (mm) (r=0,786), prega cutânea subescapular (PCSE) (mm) (r=0,757), percentual de gordura corporal total (%GCT) (BIA) (r=0,857), gordura corporal total (kg) (r=0,786), e massa livre de gordura (kg) (r=0,964) para G2 e correlação direta entre insulinemia e relação cintura-quadril (RCQ) (r=0,550) para G1. Os resultados sugerem que mulheres com excesso de peso, independente da quantidade de gordura corporal, podem ainda manter um perfil metabólico estável, fato este possivelmente influenciado pela dieta habitual/basal. Ainda, em DB, os valores de HOMA-IR se correlacionaram com os dados antropométricos e de composição corporal (p<0,05), sendo que o HOMA-IR apresentou correlação direta com peso (kg) (r=0,750), índice de massa corporal (kg/m2)(r=0,929), circunferência da cintura (CC) (cm) (r=0,750), prega cutânea do tríceps (PCT) (mm) (r=0,750), percentual de gordura corporal total (%GCT) (BIA) (r=0,857) e massa livre de gordura (kg) (r=0,786) para G2 e correlação direta entre HOMA-IR e relação cintura-quadril (RCQ) (r=0,550) para G1. Os resultados confirmam a relação direta entre HOMA-IR, gordura abdominal visceral e a gordura corporal. No presente estudo, as concentrações de insulina plasmática de jejum e os valores de HOMA-IR de jejum, em DB foram significativamente maiores que em DRL para G1 (p<0,05). A dieta DRS apresentou maior teor de carboidrato total e de sacarose, especificamente, comparada a DB e DRL, indicada pelos registros alimentares. A dieta DRL formulada para o dia de teste, em contrapartida, apresentou quantidade de lipídio significativamente maior que DB e DRS (p<0,05). Isto sugere que a maior ingestão de carboidrato, com conseqüente aumento da glicemia, pode estimular de uma maneira mais rápida a secreção da insulina que mediaria a captação e a utilização de glicose no tecido adiposo, reduzindo níveis da glicose, enquanto a ingestão de dieta rica em lipídio teria fraco efeito na secreção da insulina. Quando analisados os valores de HOMA-IR individualmente em jejum, após DB, 30,76% e 57,14%, e após DRS, 20% e 60% das mulheres de G1 e G2, respectivamente, apresentavam RI. Por fim, após DRL 60% de G2 encontravam-se com RI. Os resultados sugerem que a RI pode apresentar-se de forma precoce, independente do peso e da adiposidade. Acredita-se que a inclusão de um maior número de voluntárias no estudo, também com maior IMC e maior %GCT e o seguimento mais controlado sobre o consumo alimentar das mesmas, em especial quanto às cargas de sacarose e lipídio, poderiam levar a resultados mais conclusivos. === Obesity is usually related to metabolic diseases. The components of this syndrome are characterized by hyperinsulinemia and different levels of insulin resistance (IR). Insulin is a hormone secreted by ß-islet cells, in response to nutrients ingestion, especially glucose. It circulates in proportional levels to adipose tissue content; diet composition appears to affect insulinemia as well in homeostasis in normal-weight and overweight people. The purpose of the present study was to investigate the effect of high-sucrose (HSD) and high-fat (HFD) diet ingestion on blood glucose and insulin levels in normal- weight and overweight women, verify the association between body composition and insulinemia, and between fasting and postprandial glycemia and insulinemia. A total of 20 (13 normal-weight (G1 group), 22.5± 2.1 years of age, BMI 22.2± 1.9 kg/ m2; and 7 overweight (G2 group), 21.8 ± 2.8 years of age, BMI 28.4 ± 3.2 kg/m2) healthy women were recruited. Test diets HSD (59% carbohydrates with 23.0% sucrose; 28.0% lipids; 13.0% protein; 20.2 g fiber) and HFD (42.0% carbohydrates with 1.3% sucrose; 45.0% lipids; 13.0% protein; 22.2 g fiber) were consumed in free-living conditions, during 14 consecutive days and the diets were offered in randomized way after first assay on basal diet (BD). Before the beginning of ingestion and after ingestion of each test diets (day 15), participants were submitted to anthropometric measures (weight, height, waist and hip circumferences, and skinfold thickness in order to obtain body composition) and body composition was analyzed by electric bioimpedance (BEI); blood samples were obtained for glucose and insulin determinations by enzymatic colorimetric and radioimmunoassay, respectively. Blood samples were taken in fasting state and 30, 60, 180 and 240 minutes after food ingestion. The HOMA-IR (Homeostasis Model Assessment of Insulin Sensitivity) was calculated by the following formula: HOMA-IR = [insulin mU/L X glucose mmol/L / 22.5] (Mattews et al., 1985). Glycemia, insulinemia and HOMA-IR did not differ between groups (p>0.05). However in basal diet (BD) insulin levels correlate with anthropometric measures and body composition (p<0.05), insulin correlates positively with weight (kg) (r=0.750), body mass index (BMI) (kg/m2) (r=0.929), waist circumference (WC) (cm) (r=0.750), hip circumference (HC) (cm) (r=0.741), biceps skinfold thickness (BST) (mm) (r=0.786), subescapular skinfold thickness (SST) (mm) (r=0.757), percentage body fat (%BF) (BEI) (r=0.857), body fat (BF) (kg) (r=0.786), and fat free mass (kg) (r=0.964) for G2 group and positively correlation between insulinemia and waist-to-hip ratio (WHR) (r=0.550) for G1 group. These results suggest that overweight women might be able to keep a steady metabolic profile, independently of their body fat amount, possibly as a result of the effect of their regular diet ingested before the study began. On BD, the levels of HOMA-IR correlate with anthropometric measures and body composition (p<0.05), HOMA-IR correlates positively with weight (kg) (r=0.750), body mass index (BMI) (kg/m2) (r=0.929), waist circumference (WC) (cm) (r=0.750), triceps skinfold thickness (TST) (mm) (r=0.750), percentage body fat (%BF) (BEI) (r=0.857) and fat free mass (kg) (r=0.786) for G2 group and positively correlation between HOMA-IR and waist-to-hip ratio (WHR) (r=0.550) for G1 group. The results confirm direct correlation between HOMA-IR, abdominal obesity and body fat. On current study, the values of fasting HOMA-IR on BD were significantly greater than HFD for G1 group (p<0.05). On HSD the total carbohydrates amount and sucrose are greater than BD and HFD (p<0.05). It suggests that a high carbohydrate intake that implies in glycemia increasing can stimulates sharply the insulin secretion that mediates the uptake and glucose utilization by the adipose tissue that reduces glucose levels, while the HFD ingestion had weak effect on insulin secretion. When HOMA-IR data were analyzed individually on fasting after BD, 30.76% (G1 group) and 57.14% (G2 group) of subjects show up IR, and after HSD, 20% (G1 group) and 60% (G2 group) show up IR, and after HFD, 60% (G2 group) show up IR. These results suggest that IR can be present in an early stage independently of weight and adiposity. The conductance of a study using sucrose and lipids loads involving a bigger number of subjects with bigger BMI and %BF and a closer control over their food ingestion could lead to more conclusive results.