A negação sentencial em textos dos séculos XVIII e XIX: estrutura inovadora em foco.
Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto. === Submitted by Oliveira Flávia (flavia@sisbin.ufop.br) on 2014-12-05T19:32:11Z No. of bitstreams: 1 DISSERTAÇÃO_NegaçãoSentencialTextos.pdf: 1539653 bytes, che...
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Negação sentencial Português brasileiro Língua portuguesa - Brasil Estudos da lingugem Seixas, Vivian Canella A negação sentencial em textos dos séculos XVIII e XIX: estrutura inovadora em foco. |
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Programa de Pós-Graduação em Letras. Departamento de Letras, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto. === Submitted by Oliveira Flávia (flavia@sisbin.ufop.br) on 2014-12-05T19:32:11Z
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Previous issue date: 2013 === No quadro da negação sentencial no Português Brasileiro (PB), o presente trabalho buscou descrever e analisar as realizações das estruturas negativas sentenciais na Língua Portuguesa do Brasil (LPB) em textos de autores brasileiros dos séculos XVIII e XIX e, de uma forma mais específica, procurou caracterizar apenas a negativa [NãoVNão], tida como forma inovadora no PB atual. Foram utilizados dois corpora: i) correspondências privadas, obra literária e peça de teatro do século XVIII; e ii) correspondências privadas, correspondências publicadas em jornais e em editoriais de jornais, obras literárias e peças de teatro do século XIX. Quanto à implementação da estrutura [NãoVNão], buscou-se investigar o período em que esta construção aparece na escrita da LPB. Quanto à sua transição, buscou-se descrever o percurso no processo da mudança linguística: da estrutura [NãoV] para a [NãoVNão]. No que diz respeito à origem desta estrutura, esta investigação buscou testar as hipóteses de ordem semântico-pragmática propostas por Biberauer e Cyrino (2009) e por Schwenter (2005). Verificamos que a estrutura [NãoVNão] já estava presente na escrita na 1ª metade do século XVIII. Em algumas ocorrências desta estrutura, além do uso da vírgula para separar o segundo não da oração, havia, também, o ponto e vírgula. Com relação à transição da referida estrutura, propusemos uma hipótese, a saber, o uso do ponto e vírgula indica que havia uma pausa ainda maior do que a da vírgula separando o segundo não, quando da implementação desta estrutura. Esta hipótese descreve o percurso da mudança linguística em três etapas: 1) um primeiro momento em que o segundo não era separado da estrutura oracional por um ponto e vírgula; 2) no segundo momento, havia o uso da vírgula para separar o segundo não da estrutura oracional; e 3) por fim, houve a queda da vírgula. Os dados do presente trabalho corroboram esta hipótese. Quanto às restrições semântico-pragmáticas para a realização da estrutura [NãoVNão], as 32 ocorrências analisadas são marcadores de negação pressuposicional, o que corrobora hipótese proposta por Biberauer e Cyrino (2009). Verificamos, também, que algumas estruturas [NãoVNão] encontradas no corpus contradizem hipótese de Schwenter (2005), que prevê que toda [NãoVNão] nega uma informação dada no discurso, uma vez que foram encontradas estruturas [NãoVNão] que apresentam informação nova no contexto discursivo. De acordo com os resultados que os dados dos séculos XVIII e XIX nos mostraram, é possível que a estrutura [NãoVNão] tenha sido utilizada como uma estratégia de negação pressuposicional naquele período de tempo. ______________________________________________________________________________________________ === ABSTRACT: In the framework of sentential negation in Brazilian Portuguese (BP), this study aimed to analyze and to describe the occurrence of sentential negative structures in the Portuguese Language of Brazil (PLB), in texts of Brazilian authors of the 18th and 19th Centuries. In a more specific way, it focused on characterizing the negative [NãoVNão], taken as an innovative form in current PB. Two corpora were used: (i) private correspondences, one literary work and one theater play of the 18th Century; and (ii) private correspondences, correspondences published in newspapers and newspaper editorials, literary works and theater plays of the 19th Century. As for the implementation of the structure [NãoVNão], this study investigated the period in which it appears in the writing of PLB. Concerning to the [NãoVNão] transition, this study attempted to describe the course of the linguistic change process: from the structure [NãoV] to [NãoVNão]. Regarding to its origin, this research sought to test two semantic-pragmatic hypotheses: one presented by Biberauer and Cyrino (2009) and the other by Schwenter (2005). We found that the structure [NãoVNão] was already present in written language in the 18th Century first half. In some instances of this structure, in addition to the use of comma to separate the second não from the sentence, there was also the use of semicolon. Regarding to the [NãoVNão] transition, we presented a hypothesis, which is: the use of semicolon indicates that there was a longer pause than the comma’s to separate the second não from the sentence, at the implementation of this structure. This hypothesis describes the course of linguistic change in three stages: 1) a first moment in which the second não was separated from the sentence by a semicolon; 2) in a second moment, comma was used to separate the second não from the sentence; and 3) lastly, the loss of comma. The data of the present study corroborate this hypothesis. As the semantic-pragmatic restrictions for the use of the structure [NãoVNão], the 32 analyzed structures are markers of pressuposicional denial, which corroborates the hypothesis presented by Biberauer and Cyrino (2009). We have also found that some structures [NãoVNão] found in the corpus contradict Schwenter’s hypothesis (2005), which provides that all structures [NãoVNão] deny a given information in the speech, once that some of them present new information on the discursive context. According to the results that the data from the 18th and 19th Centuries showed us, it is possible that the structure [NãoVNão] had been used as a strategy of pressuposicional denial in that period of time. |
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Alkmim, Mônica Guieiro Ramalho |
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Quanto à sua transição, buscou-se descrever o percurso no processo da mudança linguística: da estrutura [NãoV] para a [NãoVNão]. No que diz respeito à origem desta estrutura, esta investigação buscou testar as hipóteses de ordem semântico-pragmática propostas por Biberauer e Cyrino (2009) e por Schwenter (2005). Verificamos que a estrutura [NãoVNão] já estava presente na escrita na 1ª metade do século XVIII. Em algumas ocorrências desta estrutura, além do uso da vírgula para separar o segundo não da oração, havia, também, o ponto e vírgula. Com relação à transição da referida estrutura, propusemos uma hipótese, a saber, o uso do ponto e vírgula indica que havia uma pausa ainda maior do que a da vírgula separando o segundo não, quando da implementação desta estrutura. Esta hipótese descreve o percurso da mudança linguística em três etapas: 1) um primeiro momento em que o segundo não era separado da estrutura oracional por um ponto e vírgula; 2) no segundo momento, havia o uso da vírgula para separar o segundo não da estrutura oracional; e 3) por fim, houve a queda da vírgula. Os dados do presente trabalho corroboram esta hipótese. Quanto às restrições semântico-pragmáticas para a realização da estrutura [NãoVNão], as 32 ocorrências analisadas são marcadores de negação pressuposicional, o que corrobora hipótese proposta por Biberauer e Cyrino (2009). Verificamos, também, que algumas estruturas [NãoVNão] encontradas no corpus contradizem hipótese de Schwenter (2005), que prevê que toda [NãoVNão] nega uma informação dada no discurso, uma vez que foram encontradas estruturas [NãoVNão] que apresentam informação nova no contexto discursivo. 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As for the implementation of the structure [NãoVNão], this study investigated the period in which it appears in the writing of PLB. Concerning to the [NãoVNão] transition, this study attempted to describe the course of the linguistic change process: from the structure [NãoV] to [NãoVNão]. Regarding to its origin, this research sought to test two semantic-pragmatic hypotheses: one presented by Biberauer and Cyrino (2009) and the other by Schwenter (2005). We found that the structure [NãoVNão] was already present in written language in the 18th Century first half. In some instances of this structure, in addition to the use of comma to separate the second não from the sentence, there was also the use of semicolon. Regarding to the [NãoVNão] transition, we presented a hypothesis, which is: the use of semicolon indicates that there was a longer pause than the comma’s to separate the second não from the sentence, at the implementation of this structure. This hypothesis describes the course of linguistic change in three stages: 1) a first moment in which the second não was separated from the sentence by a semicolon; 2) in a second moment, comma was used to separate the second não from the sentence; and 3) lastly, the loss of comma. The data of the present study corroborate this hypothesis. As the semantic-pragmatic restrictions for the use of the structure [NãoVNão], the 32 analyzed structures are markers of pressuposicional denial, which corroborates the hypothesis presented by Biberauer and Cyrino (2009). We have also found that some structures [NãoVNão] found in the corpus contradict Schwenter’s hypothesis (2005), which provides that all structures [NãoVNão] deny a given information in the speech, once that some of them present new information on the discursive context. 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