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Previous issue date: 2012-03-27 === The objective of this work was to identify the consequences of exclusion and isolation on the personal, family and social life of patients affected by Hansen‟s disease and interned in institutions for treatment, identifying the aspects of reproduction and maintenance of the exclusion itself as well as strategies used by them for a social valorization. This study was carried out at Casa de Saúde Padre Damião (CSPD), unit of Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG), in the city of Ubá. This qualitative study had as its target population, 53 patients named chronic patients interned for a long time and living in the institution with greater autonomy. Documental research and interviews were used as data collection tools and the social and economic profile of chronic patients and their families at Casa de Saúde Padre Damião, the social relationships made by the chronic patients and their families in the institutional environment and the processes of stigmatization and social exclusion of the chronic patients and their families in the reproduction and maintenance of social exclusion. Data were analyzed by descriptive statistics and speech analyses based on bibliographic references. Hansen‟s disease has been present in Brazil since the XVII century. As the etiologic agent of the disease is discovered, the construction of leprosarium in many states is supported, aiming at fighting and controlling the disease. Casa de Saúde Padre Damião was opened in 1945 to shelter and treat Hansen‟s disease patients by compulsory or spontaneous internations. Until the 1980s, Casa de Saúde Padre Damião had always used isolation and exclusion of people with leprosy as a treatment practice.After opening of this institution, aiming at social reinsertion of its interns, they did not leave CSPD, living there, though. Such patients, being interns for such a long time and in the need of permanent health care were characterized as chronic patients, receiving benefits and diverse concession from the institution. Because of being able to interact with the external environment, Casa de Saúde Padre Damião is also used as living target of many people, so a heterogeneous population emerged, causing the coexistence among the sick people (chronic patients) and the healthy people (not sick residents). Threatened due to the benefits and concessions received, chronic patients have an idea and rejection speech to the healthy residents, and the institution is still being pointed as a place mainly for the sick residents. So, they reproduce and keep the exclusion towards the healthy ones and towards themselves as they desire a place occupied by people with their conditions. Along with the excluding speech, they aim at strengthening their place, differentiated from the chronic patients by valuing and ranking the relationships at CSPD and by valuing a place for themselves, they aim at being recognized as citizens. === Neste trabalho, objetivou-se identificar as implicações da exclusão e do isolamento na vida pessoal, familiar e social de pacientes acometidos por hanseníase e internados em uma instituição para tratamento, identificando-se os aspectos de reprodução e manutenção da própria exclusão, bem como as estratégias utilizadas por eles para uma valorização social. O estudo realizou-se na Casa de Saúde Padre Damião (CSPD), unidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG), localizada na cidade de Ubá. Este estudo, de natureza qualitativa, teve como população-alvo 53 pacientes denominados pacientes crônicos , internados em longa permanência e residindo na instituição com maior autonomia. Como instrumento de coleta de dados, utilizaram-se a pesquisa documental e a entrevista, tendo como categorias de análise o perfil socioeconômico dos pacientes crônicos e familiares na Casa de Saúde Padre Damião, as relações sociais constituídas pelos pacientes crônicos e familiares no ambiente institucional e o processo de estigmatização e exclusão social dos pacientes crônicos e familiares, na reprodução e manutenção da exclusão social. Analisaram-se os dados por meio de estatística descritiva e análise das falas com base no referencial bibliográfico. A presença da hanseníase no Brasil pode ser sentida desde o século XVII. Com a descoberta do agente etiológico da doença, são incentivadas as construções de leprosários em vários estados, com o intuito de combater e conter a endemia. A Casa de Saúde Padre Damião foi inaugurada em 1945, com o objetivo de acolhimento e tratamento dos doentes de hanseníase, a partir de internações compulsórias ou espontâneas. Até a década de 1980, a Casa de Saúde Padre Damião sempre se valeu do isolamento e exclusão dos doentes de hanseníase como prática de tratamento. Após a abertura da instituição em busca de reinserção social dos internos, estes não deixaram a CSPD, continuando aí residir. Tais pacientes, com longo tempo de internação e necessitando de cuidados permanentes em saúde, foram caracterizados como pacientes crônicos, recebendo benefícios e concessões diversas da instituição. Com a possibilidade de interação com o ambiente externo, a Casa de Saúde Padre Damião torna-se também destino de moradia de pessoas diversas, com o consequente surgimento de uma população heterogênea, ocasionando a convivência entre os chamados doentes (pacientes crônicos) e os denominados sadios (moradores não doentes). Ameaçados em relação aos benefícios e concessões recebidos, os pacientes crônicos constroem uma ideia e um discurso de rejeição aos moradores sadios, sendo apontada ainda a instituição como lugar prioritariamente de doentes. Assim, reproduzem e mantêm uma exclusão em direção aos sadios e em relação a si mesmos, já que exprimem o desejo de um lugar ocupado apenas por iguais. Concomitantemente com um discurso excludente, buscam fortalecer seu lugar diferenciado de pacientes crônicos, valorizando e hierarquizando as relações na CSPD, buscando ainda, com a valorização de um lugar próprio, ser reconhecidos como cidadãos. ===
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