Summary: | Submitted by Marco Antônio de Ramos Chagas (mchagas@ufv.br) on 2018-08-16T13:39:24Z
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Previous issue date: 2017-02-23 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === O óleo de coco virgem (Cocos nucifera L.) tem sido promovido pela mídia comercial como um alimento capaz de auxiliar o tratamento da obesidade devido ao seu alto conteúdo de ácidos graxos de cadeia média (AGCM). Estes ácidos graxos são absorvidos e metabolizados mais rapidamente do que os ácidos graxos de cadeia longa, e, por este motivo são menos armazenados no tecido adiposo. Além disso, os possíveis mecanismos envolvidos na ação dos AGCM no controle da adiposidade corporal podem estar relacionados ao aumento do gasto energético e controle do apetite, favorecendo a perda de gordura corporal e manutenção de um perfil metabólico adequado. Porém, poucos estudos até o momento avaliaram os efeitos do óleo de coco virgem no manejo do peso corporal e nos mecanismos relacionados ao seu efeito. Os objetivos deste estudo foram avaliar o consumo do óleo de coco virgem no controle da obesidade e nos marcadores cardiometabólicos de mulheres obesas. Participaram deste ensaio clínico controlado, duplo-cego e randomizado mulheres obesas (IMC 26 - 35kg/m2 e percentual de gordura corporal >30%) com idade entre 20 e 40 anos que foram aleatoriamente alocadas no grupo controle ou no grupo óleo de coco. Foi prescrita uma dieta de restrição calórica (-500 kcal/dia), que incluía 25mL de óleo de soja (controle) ou óleo de coco virgem no café da manhã. A intervenção dietética teve duração de nove semanas consecutivas. No primeiro e último dias da intervenção, foram realizadas medidas antropométricas e de composição corporal, além da avaliação das taxas de metabolismo energético, sensações subjetivas de apetite e dos marcadores de risco cardiometabólicos, em jejum e nas 4 horas pós-prandiais. O consumo alimentar foi avaliado ao final de cada dia de intervenção. Os resultados obtidos no estudo estão apresentados em três artigos, sendo o primeiro com dados da intervenção aguda e o segundo e terceiro com dados da intervenção crônica. Artigo 1: Acute coconut oil consumption does not affect energy expenditure and cardiometabolic risk markers but positively affects subjective appetitive sensations in obese women - Quarenta e duas mulheres com média de IMC 30.8 ± 0,5 kg/m2 e de percentual de gordura corporal 46,9 ± 0,7% participaram do estudo. O consumo agudo do óleo de coco virgem não afetou o gasto energético e a oxidação de lipídios, mas reduziu a sensação subjetiva de fome, principalmente nas duas primeiras horas pós-prandiais, e a vontade prospectiva de se alimentar. Porém, não houve redução do consumo alimentar após a ingestão do óleo de coco. O óleo de coco virgem também não afetou as concentrações séricas dos marcadores de risco cardiometabólicos e o funcionamento hepático. Os resultados sugerem que o controle do apetite pode ser o mecanismo proeminente pelo qual o óleo de coco está relacionado ao controle da obesidade. Não houve influência do consumo deste óleo no metabolismo energético ou na melhora do perfil de risco cardiometabólico. Artigo 2: Virgin coconut oil consumption does not improve weight loss and cardiometabolic risk profile of obese women following energy restricted diet - Trinta e oito mulheres obesas (46,5 ± 0,6 % de gordura corporal) participaram deste estudo. Após nove semanas do consumo do óleo de coco virgem, as concentrações séricas de ácido láurico e mirístico aumentaram. Ainda, houve redução do peso corporal, IMC, das circunferências da cintura, do quadril, do pescoço, da coxa e do braço, do diâmetro abdominal sagital e da gordura corporal em ambos os grupos. Porém, somente no grupo controle foi observado redução do percentual de gordura androide. Houve diferença entre as mudanças das concentrações de HDL-c após o período de intervenção devido à redução das concentrações de HDL-c no grupo controle. Os resultados sugerem que o consumo crônico de óleo de coco virgem não melhora os benefícios causados pela dieta de restrição calórica em relação ao perfil antropométrico e à composição corporal. Além disso, este óleo não altera os marcadores de risco cardiometabólico após nove semanas de consumo. Artigo 3: Virgin coconut oil chronic consumption does not improve energy metabolism, subjective appetitive sensations and food intake in obese women following energy restricted diet - Participaram deste estudo trinta e oito mulheres obesas (46,5 ± 0,6 % de gordura corporal). Após o período de intervenção, a oxidação de lipídios aumentou e a oxidação de carboidratos diminuiu no grupo controle. O óleo de coco virgem não aumentou o gasto energético basal, pós-prandial e a termogênese induzida pela dieta. Porém, houve maior sensação subjetiva de fome após o consumo do óleo de coco virgem sem, no entanto, afetar o consumo subsequente de energia e macronutrientes. Estes resultados sugerem que o consumo diário de óleo de coco virgem não melhora o metabolismo energético e o consumo alimentar. Em contrapartida, aumenta a sensação de fome em mulheres obesas que seguem uma dieta de restrição calórica. De forma geral, os resultados impõem-nos cautela quanto ao uso do óleo de coco virgem no tratamento da obesidade. No momento, nós desencorajamos a prescrição deste óleo como adjuvante no tratamento da obesidade. === Virgin coconut oil (Cocos nucifera L.) has been promoted by commercial media as an adjuvant in obesity treatment due to its high content of medium-chain fatty acids (MCFA). These fatty acids are absorbed and metabolized faster than long-chain fatty acids, and are therefore less stored in adipose tissue. In addition, the possible mechanisms involving MCFA in the control of body adiposity may be related to increased energy expenditure and appetite control, favoring body fat loss and the cardiometabolic profile. However, few studies have so far evaluated the effects of virgin coconut oil on body weight management and on mechanisms related to its effect. The objectives of this study were to evaluate virgin coconut oil consumption in obesity control and cardiometabolic risk markers of obese women. This is a double-blind, randomized, controlled clinical trial in which obese women (BMI 26 - 35kg/m2 and body fat percentage > 30%) aged 20-40 years were randomly allocated in control group or in coconut oil group. Energy restricted diet (-500 kcal/day) was prescribed and included 25mL of either soybean oil (control) or virgin coconut oil at breakfast. Dietary intervention lasted nine consecutive weeks. In the first and last intervention days, anthropometric and body composition measurements were performed, as well as energy metabolism rates, subjective appetitive sensations, and cardiometabolic risk markers in fasted state and for 4 hours postprandially. Food consumption was assessed at the end of each intervention day. Results are presented in three articles: the first with cross- sectional data and the second and third with intervention data. Article 1: Acute coconut oil consumption does not affect energy expenditure and cardiometabolic risk markers but positively affects subjective appetite sensations in obese women - Forty-two obese women (BMI of 30.8 ± 0.5 kg / m2 and body fat percentage 46, 9 ± 0.7%) participated in the study. The acute consumption of virgin coconut oil did not affect energy expenditure and lipid oxidation, but it reduced the subjective sensation of hunger, especially in the first two hours postprandially, and the prospective consumption sensation. However, there was no reduction in food consumption after virgin coconut oil consumption. Also, virgin coconut oil did not affect cardiometabolic risk markers and liver function. The results suggest that appetitive control may be the prominent mechanism by which virgin coconut oil is related to weight management. There was no influence of this oil consumption on energy metabolism or on the improvement of cardiometabolic risk profile. Article 2: Virgin coconut oil consumption does not improve weight loss and cardiometabolic risk profile of obese women following energy restricted diet - Thirty-eight obese women (46.5 ± 0.6% body fat) participated in this study. After nine weeks of virgin coconut oil consumption, serum concentrations of lauric and myristic acid increased. In addition, there was reduction in body weight, BMI, waist circumference, hip, neck, thigh and arm circumference, sagittal abdominal diameter and body fat in both groups. However, only control group reduced the percentage of android fat. There was a difference between changes in HDL-c concentrations after the intervention period due to the reduction of HDL-c concentrations in the control group. The results suggest that the chronic consumption of virgin coconut oil does not improve the benefits caused by the caloric restriction diet in anthropometric profile and body composition. In addition, this oil does not alter cardiometabolic risk markers after nine weeks of consumption. Article 3: Virgin coconut oil chronic consumption does not improve energy metabolism, subjective appetitive sensations and food intake in obese women following energy restricted diet - Thirty-eight obese women (46.5 ± 0.6% of body fat) participated in this study. After the intervention period, lipid oxidation increased and carbohydrate oxidation decreased in the control group. Virgin coconut oil did not increase basal, postprandial energy expenditure and diet-induced thermogenesis. However, there was a greater subjective sensation of hunger after virgin coconut oil consumption without, however, affecting the subsequent energy and macronutrients consumption. These results suggest that daily consumption of virgin coconut oil does not improve energy metabolism and food consumption. On the other hand, it increases hunger sensation of obese women following an energy restricted diet. In general, the results impose caution on virgin coconut oil consumption in obesity treatment. At present, we discourage the prescription of this oil as adjuvant in the weight management.
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