Indicadores cardiometabólicos, de densidade mineral óssea e percepção da imagem corporal de adolescentes de 10 a 19 anos, com triagem positiva para transtornos alimentares, do município de Viçosa, MG

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Full description

Bibliographic Details
Main Author: Cecon, Roberta Stofeles
Other Authors: Franceschini, Sylvia do Carmo Castro
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Viçosa 2017
Subjects:
Online Access:http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/12906
Description
Summary:Submitted by Marco Antônio de Ramos Chagas (mchagas@ufv.br) on 2017-11-08T15:40:31Z No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 3017382 bytes, checksum: 952d65076e84a518c54b28519f32b2e7 (MD5) === Made available in DSpace on 2017-11-08T15:40:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 texto completo.pdf: 3017382 bytes, checksum: 952d65076e84a518c54b28519f32b2e7 (MD5) Previous issue date: 2017-08-22 === Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais === Os transtornos alimentares são doenças psiquiátricas, de etiologia multidimensional, caracterizadas pela relação distorcida do indivíduo com o padrão alimentar e forma corporal, sendo mais prevalente em adolescentes e adultos jovens. A alteração da percepção da imagem corporal é considerada fator de risco e manutenção desses distúrbios alimentares. A alta morbidade e mortalidade dessa doença demonstra a necessidade de estudos sobre alterações no perfil antropométrico e de composição corporal, fatores cardiometabólicos e de densidade mineral óssea relacionada à presença de comportamento alimentar de risco. Objetivou-se analisar os indicadores cardiometabólicos, densidade mineral óssea e a percepção da imagem corporal de adolescentes com e sem triagem positiva para transtornos alimentares. Tratou-se de um estudo transversal, realizado com adolescentes de 10 a 19 anos de idade, de ambos os sexos, de todas as escolas públicas e particulares da zona urbana do município de Viçosa, Minas Gerais. Todos os adolescentes que quiseram participar e apresentaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e o Termo de Assentimento assinado por eles e pelos pais e/ou responsáveis, passaram pela avaliação de critérios de inclusão, avaliação nutricional (peso, altura e percentual de gordura corporal), triagem de transtornos alimentares, utilizando-se os questionários Eating Attitudes Test (EAT-26), Bulimic Investigatory Test Edinburg (BITE) e o Children’s Eating Attitudes Test (ChEAT), e avaliação da percepção da imagem corporal através da Escala Brasileira de Silhueta. As avaliações posteriores (antropométricas, de composição corporal, pressão arterial, densidade mineral óssea, e parâmetros bioquímicos) foram realizadas naqueles adolescentes que apresentaram escore aumentado para pelo menos um dos questionários de triagem de transtornos alimentares e em um grupo de adolescentes sem triagem positiva para transtornos, sorteados, pareando-se os dois grupos segundo idade e sexo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa. Foram avaliados 2.123 adolescentes, nas 23 escolas do município, participando da avaliação dos critérios de inclusão, peso, altura, percentual de gordura corporal e triagem de transtornos alimentares. As demais avaliações, que incluíram densidade mineral óssea, aferiação da pressão arterial, avaliação antropométrica e de composição corporal e exames bioquímicos foram realizadas em 376 adolescentes, sendo 194 adolescentes com triagem positiva, que aceitaram participar do estudo e 182 adolescentes sem triagem positiva para transtornos alimentares, divididos segundo estado nutricional. A prevalência de triagem positiva foi de 11,4% (n=242). Dos 2.123 adolescentes avaliados, 66,5% (n=1.411) eram do sexo feminino, e a prevalência de triagem positiva para transtornos foi maior na fase final da adolescência (17 a 19 anos) quando comparado às fases intermediária (14 a 16 anos) e inicial (10 a 13 anos). Encontrou-se alta prevalência de excesso de peso nos adolescentes, sendo que o grupo com triagem positiva para transtornos apresentou 38% (n=92) contra 18,9% (n=355) do grupo sem triagem positiva. Os questionários utilizados para triagem dos transtornos alimentares mostraram que mais de um quinto dos adolescentes se preocupavam com a imagem corporal. A percepção da imagem corporal foi avaliada nos adolescentes de 10 a 14 anos, apresentando uma distorção de 56,9% (n=740), com mais da metade deles superestimando o tamanho do corpo, e insatisfação corporal de 79,3% (n=1.031), com maioria querendo diminuir a forma corporal, sendo esta última, considerada fator de risco para a triagem positiva de transtornos alimentares, aumentando 13,45 vezes a chance de ocorrência desse evento. A pressão arterial manteve-se dentro da normalidade em todos os adolescentes, já a contagem de monócitos mostrou associação negativa com o aumento da pontuação dos questionários de triagem de transtornos. Do perfil lipídico, apenas o colesterol total do grupo de triagem positiva e do grupo sem triagem positiva, eutróficos segundo o Índice de Massa Corporal/Idade e excessos de peso segundo o percentual de gordura corporal, apresentaram valores acima do considerado desejável, evidenciando uma preocupação com o maior risco cardiovascular. Os transtornos alimentares estão entre as três doenças crônicas mais prevalentes entre os adolescentes, e a obesidade central foi um dos fatores cardiometabólicos associados à triagem positiva desses distúrbios, fator esse, facilmente modificável através da alteração dos hábitos alimentares e estilo de vida. === Eating disorders are multidimensional psychiatric diseases, characterized by the distorted relationship of the individual with the eating pattern and body shape, being more prevalent in adolescents and young adults. The alteration of the perception of the body image is considered a risk factor and maintenance of these eating disorders. The high morbidity and mortality of this disease demonstrates the need for studies on changes in anthropometric profile and body composition, cardiometabolic factors and bone mineral density related to the presence of risky eating behavior. The objective was to analyze the cardiometabolic indicators, bone mineral density and body image perception of adolescents with and without positive screening for eating disorders. It was a cross-sectional study, carried out with adolescents between 10 and 19 years of age, of both genders, of all public and private schools in the urban area of the municipality of Viçosa, Minas Gerais. All the adolescents who wanted to participate and presented the Informed Consent Form and the Term of Assent signed by them and the parents and/or responsible, underwent the evaluation of inclusion criteria, nutritional assessment (weight, height and percentage of body fat), screening of eating disorders using the Eating Attitudes Test (EAT-26), the Bulimic Investigatory Test Edinburg (BITE) and the Children's Eating Attitudes Test (ChEAT), and evaluation of body image perception through Brazilian Scale of Silhouette. Subsequent evaluations (anthropometric, body composition, blood pressure, bone mineral density, and biochemical parameters) were performed in those adolescents who presented an increased score for at least one of the food disorder screening questionnaires and in a group of adolescents without positive screening for disorders, randomized, matching the two groups according to age and sex. The study was approved by the Human Research Ethics Committee of the Universidade Federal de Viçosa. A total of 2,123 adolescents were evaluated in the 23 schools in the city, participating in the evaluation of inclusion criteria, weight, height, percentage of body fat and screening for eating disorders. The other evaluations, including bone mineral density, blood pressure measurement, anthropometric and body composition assessment and biochemical tests were performed in 376 adolescents, 194 adolescents with positive triage who accepted to participate in the study and 182 adolescents without positive triage for disorders divided according to nutritional status. The prevalence of positive screening was 11.4% (n=242). Of the 2,123 adolescents evaluated, 66.5% (n=1,411) were females, and the prevalence of positive triage for disorders was higher in the final phase of adolescence (17 to 19 years) when compared to the intermediate phases (14 to 16 years ) and initial (10 to 13 years). There was a high prevalence of overweight among adolescents, and the group with positive screening for disorders had 38% (n=92) versus 18.9% (n=355) of the group without positive screening. Questionnaires used to screen for eating disorders showed that more than one-fifth of adolescents were concerned about body image. The perception of body image was evaluated in adolescents aged 10 to 14 years, presenting a distortion of 56.9% (n=740), with more than half of them overestimating body size, and body dissatisfaction of 79.3% (n=1.031), with a majority wanting to decrease body shape, the latter being considered a risk factor for the positive screening for eating disorders, increasing by 13.45 times the chance of occurrence of this event. Blood pressure remained within normal in all adolescents, and monocyte counts were negatively associated with increased scores on the screening questionnaires. From the lipid profile, only the total cholesterol of the positive screening group and the group without positive screening, eutrophic according to Body Mass Index/Age and excess body weight percent, presented values above what is considered desirable, showing a concern with the highest cardiovascular risk. Eating disorders are among the three most prevalent chronic diseases among adolescents, and central obesity was one of the cardiometabolic factors associated with the positive triage of these disorders, which is easily modifiable through altered eating habits and lifestyle.