Summary: | Submitted by Nathália Faria da Silva (nathaliafsilva.ufv@gmail.com) on 2017-07-28T11:05:24Z
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Previous issue date: 2001-07-26 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === Nesta pesquisa analisou-se a experiência do envelhecimento no meio rural face a constatação de uma lacuna epistemológica expressa pela quase ausência de trabalhos sobre a velhice neste contexto. Essa lacuna é acentuada quando se considera o tema da velhice em uma perspectiva transdiciplinar, isto é, que envolve aspectos de distintas natureza - biológicas, econômicas, socioculturais - tal qual se buscou adotar nessa investigação. Partiu-se do pressuposto teórico de que a velhice enquanto objeto de análise, pertence a categoria dos irrealizáveis conforme postulada por Sartre, ou seja, uma situação composta de aspectos percebidos pelo outro e, como tal, reificados, que transcendem a nossa consciência. Enquanto irrealizável a velhice também é uma categoria social sujeita à criação de uma série de estereótipos, de clichês e de preconceitos que variam de acordo com os valores e os interesses predominantes na sociedade em questão. Dessa forma, por meio do relato oral da trajetória de vida de alguns idosos que vivem na Comunidade Rural de Córrego Fundo, pertencente ao município de Viçosa, Zona da Mata mineira, descreveu-se suas experiências da velhice. Posteriormente, confrontou-se os aspectos mais recorrentes nos depoimentos dos idosos com alguns clichês, sinteticamente, apresentados a seguir: primeiro, a crença de que no meio rural os velhos se sintam mais tranquilos ou serenos por que acreditam que sua obra será perpetuada pelas gerações descendentes; segundo, que a velhice lhes acarretaria um desprendimento do corpo e por conseguinte um engrandecimento da alma; e por último, discutiu-se a proposição de que o afastamento do trabalho decorrente da idade avançada lhes proporcionaria um tempo livre para se empenharem em seus projetos pessoais. Os resultados desse confronto revelaram que há uma incongruência entre a realidade empírica e as imagens que se formulam a respeito da velhice nos clichês analisados, sendo possível inferir que contemplam menos a experiência vivida por aqueles idosos, do que um ideário urbano sobre a velhice, muitas vezes corroborado, intencionalmente ou não, pela ciência, pela mídia e pelo Estado. === In this research the experience of oldness in rural area was analyzed in view of an epistemological gap expressed by the almost lack of works about old age in this context. That gap is emphasized when the old age theme is considered in a transdiciplinary perspective, that is, involving aspects of distinct natures - biological, economical, social, cultural - just as it was concerned in this investigation. It was originated in a theoretical presupposition in which old age, while object of analysis, belongs to the category of the unrealizable as postulated by Sartre, meaning a situation constituted of aspects perceived by others, and so, populary legitimated, transcend our conscience. While unrealizable the old age is also a social category liable to the creation of stereotypes, clichés and prejudices that vary depending on predominant values and interests of a society. In the rural community Córrego Fundo, in Viçosa county, Zona da Mata Mineira, by means of oral reports of some aged people about their life trajectory, the old age experiences were described. Afterwards, the most frequent aspects in that depositions were confronted with some clichés, synthetically, presented as follow: first, the belief that in rural area old age people feel themselves more peaceful and serene by believing that your work will be perpetuated by descendent generations; second, the xbelief that old age will bring with it a detachment of the body and, consequently, an enlargement of the soul; and last, the proposition that the removal of the work due to the advanced age would provide them a spare time for their personal projects was discussed. The results of this confrontation reveal an incongruity between the empiric reality and the images formulated regarding the old age in the analyzed clichés, making possible to infer that these results contemplate less the experience lived by aged people than an urban mental conception system about old age, many times corroborated, intentionally or not, by the science, media and State.
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