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Previous issue date: 2014-03-27 === CAPES === O presente estudo propõe discussão em torno das representações socioespaciais da cidade de
Cuiabá-MT, segundo crianças de quatro escolas da rede municipal da mesma cidade. Objetiva
compreender as significações das crianças a respeito do espaço público, pensando a relação
criança e cidade como aspecto importante do desenvolvimento infantil. As crianças são vistas
enquanto atores sociais, que constroem sua identidade e sua condição cidadã nas relações sociais, em contato com os conhecimentos que circulam em seu entorno. A cidade é entendida enquanto objeto de representação social presente e atuante na constituição da subjetividade infantil. A orientação teórica articula a Teoria Histórico-Cultural (VIGOTSKI, 1996, 2000, 2006, 2009, 2010) e a Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 2003), esta no diálogo com os
estudos de Jodelet (1982, 2001, 2002, 2007, 2010). O estudo na área da Geografia sobre o
desenvolvimento e ocupação da cidade de Cuiabá (ROMANCINI, 2005) também auxilia na
análise e compreensão dos dados, bem como os estudos de Tuan (1980, 1983), sobre as noções
de lugar, topofilia e topofobia, os estudos de Moraes (2002), sobre os processos urbanos de
territorialização e feudalização, e a proposta de Sennett (1990), sobre o espaço narrativo. O
procedimento metodológico adotado foi a recolha de desenhos da cidade – inspirados na
proposta dos mapas cognitivos (ALBA, 2011), acompanhados de entrevista semiestruturada, de
40 sujeitos subdivididos em quatro grupos de 10 crianças, cada subgrupo pertencente a uma das
quatro escolas municipais selecionadas. Realizou-se análise de conteúdo do material coletado a
partir dos mapas da cidade, mediante leitura flutuante, conforme sugerido pela referida técnica
de análise (BARDIN, 1977), seguida da análise implicativa por meio do software Cohesive
Hierarchical Implicative Classification (CHIC). As entrevistas foram transcritas e processadas
pelo software Analyse Lexicale par Contexte d´um Esemble de Segments de Texte (ALCESTE),
auxiliando também na interpretação dos mapas cognitivos e possibilitando a análise dos critérios
de topofilia e topofobia, por meio da identificação dos núcleos de significação (AGUIAR;
OZELLA, 2006). Por fim, realizou-se análise compreensiva da entrevista e respectivo mapa
cognitivo de dois sujeitos. Os resultados revelam que as crianças percebem a cidade a partir de
dois grandes eixos: eixo I (regiões Porto e Goiabeira) e eixo II (regiões Coxipó e CPA), que
evidenciam indícios da existência de uma tensão entre a tradição e a modernidade permeando as
representações socioespaciais das crianças a respeito da cidade, a mesma tensão histórica que se
perpetua em Cuiabá a partir dos anos 60-70, segundo estudo de Romancini (2005). Além disso,
nota-se que as crianças avaliam a cidade e orientam seus deslocamentos pelo critério da estética,
da violência e das suas relações afetivas com outros atores sociais, revelando que o afeto e a
significação em relação aos lugares estão intimamente ligados ao afeto entre as pessoas que neles convivem. Em face disso, percebe-se que criança e cidade se constroem e reconstroem em uma constante relação de reciprocidade, esta que se revela em vivências urbanas e ainda demonstra a importância da cidade como uma grande sala de aula para a construção da condição cidadã. === The present study proposes a discussion around the sociospatial representations of the city of
Cuiabá-MT, according to the children of four schools of the municipal web of the same city. It
objectifies to understand the significances of children regarding the public space, minding the
relationship between child and city as an important aspect of the infantile development. The
children are seen as social actors who build their identity and their civic condition in the social
relations, in contact with the surrounding knowledge. The city is understood as an object of
social representation present and active in the constitution of infantile subjectivity. The
theoretical orientation articulates the Theory of Cultural-History (VIGOTSKI, 1996, 2000, 2006,
2009, 2010) and the Theory of Social Representations (MOSCOVICI, 2003), this one in dialogue
with the studies of Jodelet (1982, 2001, 2002, 2007, 2010). The study in the field of Geography
about the development and occupation of the city of Cuiabá (ROMANCINI, 2005) also
contributes to the analysis and comprehension of data, as well as the studies of Tuan (1980,
1983), about the notions of place, topofilia and topofobia, the studies of Moraes (2002), about
the urban processes of territorialization and feudalization, and the proposition of Sennett (1990),
about the narrative space. The methodological procedure adopted was the collection of drawings
of the city – inspired by the proposition of cognitive maps (ALBA, 2011), followed by the semistructured interview of 40 subjects subdivided into four groups of 10 children, each subgroup
belonging to one of the municipal schools selected. An analysis of the content of the collected
material coming from the city maps was conducted through floating reading, according to the
referred analysis technique (BARDIN, 1977) and followed by the implicative analysis through
the software Cohesive Hierarchical Implicative Classification (CHIC). The interviews were
transcripted and processed by the software Analyse Lexicale par Contexte dúm Esemble de
Segments de texte (ALCESTE), also aiding in the interpretation of cognitive maps and enabling
the analysis of the criteria of topofilia and topofobia through the identification of signification
nuclei (AGUIAR; OZELLA, 2006). At last, a comprehensive analysis of the interview and the
respective cognitive map of two subjects was conducted. The results reveal that the children
perceive the city from two big axes: axis I (regions Porto and Goiabeiras) and axis II (Regions
Coxipó and CPA), that show indications of the existence of a tension between tradition and
modernity permeating the sociospatial representations of children towards the city, the same
historical tension that perpetuates in Cuiabá starting in the 60s-70s, according to studies of
Romancini (2005). Furthermore, it can be noticed that the children evaluate the city and orient
their displacement by the criteria of aesthetics, violence and affective relations with other social
actors, revealing that the affection and the signification in relation to the places are intimately
connected with the affection between the people who live in these sites. In view of this, it can be
perceived that child and city build and rebuild themselves in a constant relationship of
reciprocity which reveals itself in urban experiences and yet it demonstrates the importance of
the city as a great classroom for the construction of civic condition.
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