Espações residuais: análise dos desejos como elementos comunicacionais

Made available in DSpace on 2016-04-26T18:16:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Raquel Renno.pdf: 8466535 bytes, checksum: 613cf6d061370effb783c58f151dba2d (MD5) Previous issue date: 2007-12-03 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === The concepts of residual space and te...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rennó, Raquel
Other Authors: Pinheiro, Amálio
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/4986
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-26T18:16:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Raquel Renno.pdf: 8466535 bytes, checksum: 613cf6d061370effb783c58f151dba2d (MD5) Previous issue date: 2007-12-03 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === The concepts of residual space and terrain vague are appointed by sociological, urban and anthropological studies as important elements in the urban scenario, necessary to make a creative, a break in the official system of the city. Such residual conformation is both material and semiotical (or informational) and is directly linked to the codified systems trying to control it. The higher the rationalization, or the more imposing this action is, the higher is the number of residues created, the higher is entropy. Hence, the notion of residue may be used not only as an adjective to the constitution of the geographical site, but also as a concept of communication, contemplating the possibility of new configurations from fragments of apparently distant texts. This study aims to comprehend the generation and appropriation modes of residues in urban spaces through the relations among language systems, understood as communicational elements. The study is based on the approach of Cultural Semiotics, specifically as regarded in the concepts of semiosphere proposed by Iuri Lotman and of baroque, understood as a means of cultural organization deriving from the proposition established by Severo Sarduy, Alejo Carpentier and Amálio Pinheiro, among others. Based on such concept, we may notice that higher richness and complexity are achieved the higher a system s capability to generate and appropriate communicational residues is. A comparative methodological proposal was established based on this concept, including studies by authors who analyze the communicational relations in urban spaces of Europe and the USA, such as Manuel Delgado, Kevin Lynch, Ignasi de Solà-Morales, Denise Scott-Brown and Brazilian authors like Ermínia Maricato, Lucrécia D´Alessio Ferrara e Nelson Brissac. São Paulo was chosen as the main corpus of our analysis due to its relevance as a Latin-American metropolis and, at the same time, because it possesses elements that allow us to expand the conclusions reached for the comprehension of residual spaces in other big cities. We analyzed over 100 real state advertisements in the city of São Paulo, placed in 2004, to study how the semiotical construction of the physical space of control operates. For the specific study of residual spaces, a field research was carried out in communities belonging to two areas of the city of São Paulo, encompassing the changes suffered during the years 2004 to 2006. Based on the analyses undertaken, it was possible to understand that residues, since they no longer belong to any organized system, are unstable, volatile elements that provide a situation of potentiality and instability, but of availability as well. The distinct ways of appropriating information, spaces and residual objects in the city require an intense capability to adapt and create new language systems which are often ignored in studies that prioritize the context of economic fragility and social exclusion where such systems are inserted === Os conceitos de espaço residual e terrain vague são apontados por estudos sociológicos, urbanísticos e antropológicos como elementos importantes no cenário urbano, necessários para um fazer criativo, um intervalo no sistema oficial da cidade. Esta conformação residual é tanto material quanto semiótica (ou informacional) e existe em relação direta com o sistema codificado que busca seu controle; quanto maior a racionalização ou quanto mais impositiva for esta ação, maior o número de resíduos criados, maior a entropia. Desta forma, a noção de resíduo pode ser utilizada não apenas como adjetivo da constituição do lugar geográfico, mas também como conceito de comunicação, que contempla a possibilidade de novas configurações a partir de fragmentos de textos aparentemente distantes. O presente estudo tem como objetivo compreender os modos de geração e apropriação dos resíduos nos espaços urbanos por meio das relações entre sistemas de linguagens, isto é, entendidos como elementos comunicacionais. O estudo tem como base a abordagem da Semiótica da Cultura, mais especificamente o conceito de Semiosfera proposto por Iuri Lotman, por meio do qual se pode perceber que quanto maior a capacidade de um sistema de gerar e se apropriar dos resíduos comunicacionais, maior riqueza e complexidade se obtém. A partir deste conceito inicial foi estabelecida uma proposta metodológica comparativa com estudos de autores que analisam as relações comunicacionais no espaço urbano em um contexto brasileiro, como Lucrécia Ferrara, Amálio Pinheiro e Nelson Brissac. Para o principal corpus de análise foi escolhida a cidade de São Paulo, por sua relevância como metrópole latino-americana e ao mesmo tempo por possuir elementos que permitem que se ampliem as conclusões obtidas para a compreensão dos espaços residuais em outras grandes cidades. Para o estudo de como opera a construção semiótica do espaço físico de controle foram analisados 100 anúncios de publicidade imobiliária da cidade de São Paulo durante o ano de 2004. Para o estudo específico dos espaços residuais foi realizado um estudo de campo em comunidades presentes em duas áreas da cidade de São Paulo e analisadas as alterações que sofreram durante os anos de 2004 a 2006. A partir das análises realizadas foi possível compreender que os resíduos, por não pertencerem mais a nenhum sistema organizado, são elementos instáveis, movediços. Oferecem uma situação de potencialidade e instabilidade, mas também de disponibilidade. Os distintos modos de se apropriar da informação, dos espaços e objetos residuais na cidade demandam uma intensa capacidade de adaptação e de criação de novos sistemas de linguagem que são muitas vezes ignorados em estudos que priorizam o contexto de fragilidade econômica e exclusão social onde estão inseridos