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Previous issue date: 2007-12-03 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === The concepts of residual space and terrain vague are appointed by sociological,
urban and anthropological studies as important elements in the urban scenario, necessary
to make a creative, a break in the official system of the city. Such residual conformation
is both material and semiotical (or informational) and is directly linked to the codified
systems trying to control it. The higher the rationalization, or the more imposing this
action is, the higher is the number of residues created, the higher is entropy. Hence, the
notion of residue may be used not only as an adjective to the constitution of the
geographical site, but also as a concept of communication, contemplating the possibility
of new configurations from fragments of apparently distant texts.
This study aims to comprehend the generation and appropriation modes of
residues in urban spaces through the relations among language systems, understood as
communicational elements.
The study is based on the approach of Cultural Semiotics, specifically as
regarded in the concepts of semiosphere proposed by Iuri Lotman and of baroque,
understood as a means of cultural organization deriving from the proposition established
by Severo Sarduy, Alejo Carpentier and Amálio Pinheiro, among others. Based on such
concept, we may notice that higher richness and complexity are achieved the higher a
system s capability to generate and appropriate communicational residues is. A
comparative methodological proposal was established based on this concept, including
studies by authors who analyze the communicational relations in urban spaces of Europe
and the USA, such as Manuel Delgado, Kevin Lynch, Ignasi de Solà-Morales, Denise
Scott-Brown and Brazilian authors like Ermínia Maricato, Lucrécia D´Alessio Ferrara e
Nelson Brissac.
São Paulo was chosen as the main corpus of our analysis due to its relevance as a
Latin-American metropolis and, at the same time, because it possesses elements that
allow us to expand the conclusions reached for the comprehension of residual spaces in
other big cities. We analyzed over 100 real state advertisements in the city of São Paulo,
placed in 2004, to study how the semiotical construction of the physical space of control
operates. For the specific study of residual spaces, a field research was carried out in
communities belonging to two areas of the city of São Paulo, encompassing the changes
suffered during the years 2004 to 2006.
Based on the analyses undertaken, it was possible to understand that residues,
since they no longer belong to any organized system, are unstable, volatile elements that
provide a situation of potentiality and instability, but of availability as well. The distinct
ways of appropriating information, spaces and residual objects in the city require an
intense capability to adapt and create new language systems which are often ignored in
studies that prioritize the context of economic fragility and social exclusion where such
systems are inserted === Os conceitos de espaço residual e terrain vague são apontados por estudos
sociológicos, urbanísticos e antropológicos como elementos importantes no cenário
urbano, necessários para um fazer criativo, um intervalo no sistema oficial da cidade.
Esta conformação residual é tanto material quanto semiótica (ou informacional) e existe
em relação direta com o sistema codificado que busca seu controle; quanto maior a
racionalização ou quanto mais impositiva for esta ação, maior o número de resíduos
criados, maior a entropia. Desta forma, a noção de resíduo pode ser utilizada não apenas
como adjetivo da constituição do lugar geográfico, mas também como conceito de
comunicação, que contempla a possibilidade de novas configurações a partir de
fragmentos de textos aparentemente distantes.
O presente estudo tem como objetivo compreender os modos de geração e
apropriação dos resíduos nos espaços urbanos por meio das relações entre sistemas de
linguagens, isto é, entendidos como elementos comunicacionais.
O estudo tem como base a abordagem da Semiótica da Cultura, mais
especificamente o conceito de Semiosfera proposto por Iuri Lotman, por meio do qual se
pode perceber que quanto maior a capacidade de um sistema de gerar e se apropriar dos
resíduos comunicacionais, maior riqueza e complexidade se obtém. A partir deste
conceito inicial foi estabelecida uma proposta metodológica comparativa com estudos de
autores que analisam as relações comunicacionais no espaço urbano em um contexto
brasileiro, como Lucrécia Ferrara, Amálio Pinheiro e Nelson Brissac.
Para o principal corpus de análise foi escolhida a cidade de São Paulo, por sua
relevância como metrópole latino-americana e ao mesmo tempo por possuir elementos
que permitem que se ampliem as conclusões obtidas para a compreensão dos espaços
residuais em outras grandes cidades. Para o estudo de como opera a construção
semiótica do espaço físico de controle foram analisados 100 anúncios de publicidade
imobiliária da cidade de São Paulo durante o ano de 2004. Para o estudo específico dos
espaços residuais foi realizado um estudo de campo em comunidades presentes em duas
áreas da cidade de São Paulo e analisadas as alterações que sofreram durante os anos de
2004 a 2006.
A partir das análises realizadas foi possível compreender que os resíduos, por não
pertencerem mais a nenhum sistema organizado, são elementos instáveis, movediços.
Oferecem uma situação de potencialidade e instabilidade, mas também de
disponibilidade.
Os distintos modos de se apropriar da informação, dos espaços e objetos
residuais na cidade demandam uma intensa capacidade de adaptação e de criação de
novos sistemas de linguagem que são muitas vezes ignorados em estudos que priorizam
o contexto de fragilidade econômica e exclusão social onde estão inseridos
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