No visgo do improviso ou a peleja virtual entre cibercultura e tradição: comunicação e mídia digital nas poéticas de oralidade

Made available in DSpace on 2016-04-26T18:16:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Alice Amorim.pdf: 2860757 bytes, checksum: 8b4cf1aa5c4b2b8420f1b7561b686ae3 (MD5) Previous issue date: 2007-10-04 === Cordel literature is poetry born from the oral traditional of Northeast Brazil, known especial...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Amorim, Maria Alice
Other Authors: Ferreira, Jerusa Pires
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/4967
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-26T18:16:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Alice Amorim.pdf: 2860757 bytes, checksum: 8b4cf1aa5c4b2b8420f1b7561b686ae3 (MD5) Previous issue date: 2007-10-04 === Cordel literature is poetry born from the oral traditional of Northeast Brazil, known especially for the written production and respective typographic register of the booklets. Both the improvised texts and the booklets pertain to a grand oral text in which poetic diction, cultural universe and, especially, traces of orality converge. Communicational processes occupy a privileged position. In the last ten years, with the emergence of the home computer, cordel poets began to hold poetry competitions via e-mail or chat rooms on the web. These disputes in verse are then published and have come to be called virtual showdowns. Such editions follow the tradition of cordel poetry showdowns in which the poet imagines a fictitious dispute between two repentistas [improvising singer-poets] and transforms it into a booklet. Poetic improvisation also occurs with the mediation of the computer and Internet. This practice of imaginary cordel showdowns first appears in old titles from the early 20th Century. The tradition of these written disputes stems from the poetry challenges of two improvisers in front of an enraptured audience. The question therefore arises: Is there a continuum that unites the diverse modalities of Northeast Brazilian improvised poetry and cordel literature? In the corpus of this research, there are a set of booklets published in the last hundred years, above all, in the last decade; poetry performance events, records of virtual showdowns on the web; CDs and DVDs on poets in the grand tradition. In the methodology, participant observation and qualitative analysis of the grand oral text that is carried out in the virtual showdowns on the Internet and by means of electronic mail, in the literature of the booklets, at festivals and public gatherings in Northeast Brazil is compared to other regions of the world. From the concepts of performance and movement (Paul Zumthor), semiosphere (Iuri Lotman), the grand oral text (Jerusa Pires Ferreira), concept of communication (Jesús Martín-Barbero) and cyberculture (Francisco Rüdiger), the study outlines the existence of a set of orality poetics that pertains to the space/time of the last ten years (Pernambuco/Northeast/Brazil - 1997/2007) stemming from the experiences of century-old poetic constructions interacting with the experiences of improvised and/or non-improvised poetry in cyberspace. Besides being a grand oral text, this set of poetic constructions is a grand communicational text immersed in a semiosphere the culture of the Brazilian Northeast === A literatura de cordel constitui-se numa das poéticas de oralidade tradicionais do Nordeste do Brasil, conhecida, sobretudo, pela produção escrita e respectivo registro tipográfico dos folhetos. Tanto o verso improvisado quanto o folheto inscrevem-se num grande texto oral, em que confluem características: dicção poética, universo cultural, além, principalmente, dos traços de oralidade. Os processos comunicacionais ocupam, aí, posição privilegiada. Nos últimos dez anos, a partir do surgimento do computador doméstico, os cordelistas passaram a realizar disputas poéticas via e-mail ou bate-papo na rede das redes, publicando, a seguir, estes embates em verso, que passaram a chamar de pelejas virtuais. Tais edições seguem a tradição das pelejas inventadas de cordel, em que o poeta imagina um embate fictício entre dois repentistas e o transforma em folheto. Ao mesmo tempo, o improviso poético também acontece com a mediação do computador e da Internet. Esta prática das pelejas imaginárias de cordel aparece, já, em antigos títulos do início do século 20. Por sua vez, a tradição dessas pelejas escritas remete ao desafio poético entre dois improvisadores, diante de uma platéia atenta. Surge, portanto, a pergunta: há um continuum que une as diversas modalidades de improviso poético nordestino e a literatura de cordel? No corpus da pesquisa, estão um conjunto de folhetos publicados nos últimos cem anos, sobretudo na última década; eventos com performance de poesia, registro de pelejas virtuais ocorridas na web; cds e dvds de poetas da tradição. Na metodologia, a observação participante e a análise qualitativa do grande texto oral que se realiza nas pelejas virtuais acontecidas na Internet e por meio de correio eletrônico, na literatura de folhetos, nos folguedos e manifestações populares do Nordeste do Brasil, comparativamente com outras regiões do mundo. Respaldada, enfim, nos conceitos de performance e movência (Paul Zumthor), de semiosfera (Iuri Lotman), de grande texto oral (Jerusa Pires Ferreira), do conceito de comunicação (Jesús Martín-Barbero) e de cibercultura (Francisco Rüdiger), o estudo se propõe a apontar a existência de um conjunto de poéticas de oralidade que se inscreve no espaço/tempo da última década (Pernambuco/Nordeste/Brasil - 1997/2007), resultante de experiências de construções poéticas seculares interagindo com experiências de improviso e/ou não-improviso poético no ciberespaço, conjunto este que, além de ser um grande texto oral, é grande texto de comunicação, imerso numa semiosfera a cultura nordestina