Documentário em primeira pessoa: relatos íntimos no audiovisual

Made available in DSpace on 2016-04-26T18:11:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Ana Cecilia Costa Santos.pdf: 72900964 bytes, checksum: 5f8578618ee65dcb91a65d9e6a9583de (MD5) Previous issue date: 2012-06-22 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === The research First pers...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Santos, Ana Cecília Costa
Other Authors: Machado, Arlindo
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/4405
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-26T18:11:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Ana Cecilia Costa Santos.pdf: 72900964 bytes, checksum: 5f8578618ee65dcb91a65d9e6a9583de (MD5) Previous issue date: 2012-06-22 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === The research First person documentary: audio-visual intimate narratives aims to study first person documentaries, works in which the author tells his history. By approaching reality through a personal perspective, the artist shifts the narrative focus from the outer world to his subject´s private world, placing himself as a character. Thus, the depiction of reality becomes metaphorical and memoirist, expanding classic documentaries instrumental language. First person accounts, which also includes self-ethnography, has allowed social minorities to express themselves, since they did not feel accurately portrayed by mass communication vehicles. In this work, part of the Media Analyses research, we intend to examine first person documentaries in both its form and its contents, by: identifying the audiovisual mechanisms that were used to translate and communicate a private reality to the audience; analyzing the connection between subject and object in a selfethnography documentary in which there cannot be partiality; investigating in which sense the work blurs the limit between documentary and fiction, creating a kind of hybrid audio-visual account, examining the ways in which the first person character becomes part of an audio-visual work. Our methodology consists on a bibliographic and filmic research, whose focus is the analysis of the self-ethnographic method. Audio-visual theorists served as reference for this research, such as: Machado, Renov, Nichols, Da-Rin, Bellour, Dubois, McLuhan, Voguel, Russel, MacDougall, Bernardet, Labaki, Lins, Sibilia, Citron. The hybridization process was examined through the work of Pinheiro and Gruzinski. The artist creation, by the critical genetic study done by Salles. Reflections on the death-image relationship were supported by the work of Debray, Morin, Barthes e Becker. The presence of the body in the work was examined in the writings of Mello, Nagib, Azzi, Schefer, Roth. This research corpus is composed of the following works: Tarnation (Caouette. USA, 2003); The Long Holiday (Der Keuke. Holanda, 2000); Gokushiteki erosu: Renka, 1974 (Hara. Japan, 1974). This selection was done minding each chapter´s theme (family, death, body). Despite being intimate narratives, they reveal a dynamic subjectivity whose range includes social and political issues. The works analyzed show a complex audio-visual language, thus consolidating the notion that documentary and realism are not synonyms. We understand that this research can contribute to a better understanding of the documentary concept as a creative treatment of actuality , as defined by John Grierson in the 1930´s === Resumo: Esta pesquisa tem como objeto de estudo o documentário em primeira pessoa. Trata-se do tipo de obra audiovisual em que o autor aponta a câmera para si e conta a própria história. Por abordar a realidade a partir de uma perspectiva pessoal, o artista desloca o foco narrativo do mundo exterior para o mundo íntimo do sujeito, assumindo-se como personagem da obra. A representação da realidade ganha um caráter metafórico e memorialista, expandindo a linguagem instrumental do documentário clássico. Esse tipo de relato em primeira pessoa, que também inclui a autoetnografia, tornou-se uma ferramenta de expressão para as minorias sociais, que não se sentiam bem representadas pelos veículos de comunicação de massa. Com este estudo, objetivamos investigar o documentário em primeira pessoa em seus aspectos de forma e conteúdo: identificamos os mecanismos da linguagem audiovisual que foram utilizados para traduzir e comunicar ao público uma realidade privada; analisamos como acontece a relação entre sujeito/objeto em um documentário autoetnográfico em que não existe imparcialidade possível; investigamos em que sentido a obra borra a fronteira entre documentário/ficção, gerando uma forma de relato audiovisual híbrido; examinamos as formas como o eu inscreve-se em uma obra audiovisual; fizemos um mapeamento de relatos íntimos do audiovisual. Para tanto, a metodologia adotada foi um mapeamento bibliográfico e filmográfico, focado, por seu turno, na análise do método autoetnográfico. Teóricos ligados às questões do audiovisual referenciaram esta pequisa, tais como: Machado, Renov, Nichols, Da-Rin, Bellour, Dubois, McLuhan, Voguel, Russel, MacDougall, Bernardet, Labaki, Lins, Sibilia, Citron. O processos de hibridização são tratados através dos textos de Pinheiro e Gruzinski. A criação do artista foi abordada pelo estudo de crítica genética de Salles. Debray, Morin, Barthes e Becker fundamentaram as reflexões acerca da relação morte/imagem. A inscrição do corpo na obra foi analisada com fundamento nos textos de Mello, Nagib, Azzi, Schefer, Roth. O corpus desta pesquisa é constituído das seguintes obras: Tarnation (Caouette. USA, 2003); Férias Prolongadas (Der Keuke. Holanda, 2000); Gokushiteki erosu: Renka, 1974 (Hara. Japão, 1974). Esse recorte foi feito a partir dos temas tratados em cada capítulo (família, morte, corpo). Apesar de serem relatos íntimos, revelam uma subjetividade dinâmica, que se amplia para o terreno sócio/político. As obras analisadas possuem uma complexa linguagem audiovisual, que ratifica a ideia de que documentário não é sinônimo de realismo. Entendemos que esta pesquisa pode contribuir para a compreensão do conceito de documentário como um tratamento criativo do real , denominação dada por John Grierson ainda na década de 1930