Bibliotecas particulares e dispositivos de leitura

Made available in DSpace on 2016-04-26T14:57:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Ana Paula Meyer Velloso.pdf: 1139993 bytes, checksum: d103490b1aa99e9a72e2e9ef2d89dd84 (MD5) Previous issue date: 2008-10-17 === Based on studies about Pierre Bourdieu´s habitus and life style, in order to understand th...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Velloso, Ana Paula Meyer
Other Authors: Gomes Júnior, Guilherme Simões
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/3974
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-26T14:57:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Ana Paula Meyer Velloso.pdf: 1139993 bytes, checksum: d103490b1aa99e9a72e2e9ef2d89dd84 (MD5) Previous issue date: 2008-10-17 === Based on studies about Pierre Bourdieu´s habitus and life style, in order to understand the personal library and reading habits, as power and distinction symbols that are known and expressed in the habit and life style of a dominant culture and therefore recognized as such by other life styles. Habits that require a time without urgency portrayed in an activity with no immediate practical means, exclude popular classes deprived of appropriate legitimate instruments, as familiar education and school system have not provided this intimacy and, therefore values of a dominant culture are not known, but are recognized as important and thus they attempt to reproduce them in their lives. A private library is a symbol of distinction and of reading habit, a habit mainly of the dominant culture and as such is valued and attempts to reproduce it is made by other cultures. As historical reference, I follow the inventories and researches of reading habits by Roger Chartier, in a study about reading and readers of France of the Ancient Regime, making distinctions between popular and dominant classes, field and city, analyzing different printing forms, overviewing studies of books storing furnishings of the time, different forms of text appropriation and even appropriate reading clothing. Through statements, autobiographical texts or memorialists and parts of romances where center figures are readers and librarians, I tried to search the history of the reading manners, identifying specific dispositions that distinguish the reading communities and their reading habits. There are many resemblances and equally many contrasts among reading rules and conventions, which define for each reader s community, the legitimate uses of the book, such as ways of reading, instruments and interpretation procedures. Resemblances and contrasts therefore are found among several interests and expectations with which the different reading groups invest in their reading practices === Baseado em estudos sobre habitus e estilo de vida de Pierre Bourdieu, aplicados para entender a biblioteca pessoal e o hábito de leitura como símbolos de poder e distinção que são conhecidos e expressos no hábito e no estilo de vida de uma cultura dominante e que, portanto, é reconhecida como tal pelos outros estilos de vida. Hábito que requer um tempo desprovido de urgência retratado em uma atividade sem fins práticos imediatos, exclui as classes populares, desprovidas dos instrumentos de apropriação legítimos, pois a educação familiar ou o sistema escolar não propiciou essa intimidade e, portanto, não conhecem os valores da cultura dominante, mas os reconhecem como importantes e tentam reproduzi-los em suas vidas. A biblioteca particular é um símbolo de distinção e o hábito de leitura, um hábito primordialmente da cultura dominante e que, portanto, é valorizado e procura ser reproduzido por outras culturas. Como referencial histórico, sigo com análise de inventários e pesquisas sobre hábitos de leitura, por Roger Chartier, em um estudo sobre leituras e leitores na França do Antigo Regime, fazendo distinções entre classe popular e classe dominante, o campo e cidade, analisando diferentes formas de impresso, passando pelo estudo dos mobiliários da época, voltados ao armazenamento dos livros, diferentes formas de apropriação do texto, até roupas próprias para leitura. Através de depoimentos, textos auto-biográficos ou memorialistas e trechos de romances em cujo centro estão personagens leitores e bibliotecários, busquei perseguir uma história da maneira de ler identificando as disposições específicas que distinguem as comunidades de leitores e os hábitos de leitura. Há muitas semelhanças, e contrastes igualmente, entre as normas e convenções de leitura que definem, para cada comunidade de leitores, os usos legítimos do livro, as maneiras de ler, os instrumentos e procedimentos da interpretação. Semelhanças e contrastes, enfim, encontrados entre os diversos interesses e expectativas com os quais os diferentes grupos de leitores investem na prática da leitura