Crise política e referendo popular: o escândalo do mensalão como contexto político-midiático do referendo do desarmamento

Made available in DSpace on 2016-04-26T14:56:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Lucia Prandi Gomes.pdf: 2807946 bytes, checksum: 373c49fac2651cd204d308b747fd2ea2 (MD5) Previous issue date: 2007-10-30 === On October, the 23rd, 2005, took place in Brazil the Referendo do Desarmamento (Referendum...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gomes, Maria Lucia Prandi
Other Authors: Chaia, Vera Lucia Michalany
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/3840
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-26T14:56:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Lucia Prandi Gomes.pdf: 2807946 bytes, checksum: 373c49fac2651cd204d308b747fd2ea2 (MD5) Previous issue date: 2007-10-30 === On October, the 23rd, 2005, took place in Brazil the Referendo do Desarmamento (Referendum for the Disarmament), when Brazilians voted in favor or against the following question: The fire weapons and ammunitions trade must be prohibit in Brazil? . Polls predicted the vote Yes would win. It lost. The answer No got 63.9% of the total votes. The trade of weapons and ammunitions goes legally on. Different social scientists have studied the Referendo and pointed reasons for the victory of No, which make a complex explanation: the different quality of the radio and TV adverstising of the two sides; the failing of the governmental politics for public security; the lost of credibility of politicians, political parties, particularly the PT, Partido dos Trabalhadores (Workers Party), the federal government and President Luiz Inacio Lula da Silva himself; at last but not least, the weakening of the voters confidence on public institutions because of the crisis that proceeded the Referendo. From May to September, a big scandal called Escândalo do Mensalão (The Big Monthly Bribe Scandal) shook and startled Brazil, affecting negatively the images of President Lula, his government and his Party. The present work seeks to understand the Escândalo do Mensalão as a political background to the Referendum. To reach that aim, two of the most important Brazilian weakly magazines, Veja and Época, were submitted under a content analysis. Both had a similar critical position about the crises of Mensalação, but Veja was in favor of the vote No to the Disarmament, and Época in favor of Yes === Em 23 de outubro de 2005, no Referendo do Desarmamento, o Brasil votou a favor ou contra a seguinte questão: O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil? . Em 27 de julho, pesquisas de opinião apontavam vitória do Sim com 80% das intenções de voto. Mas o Desarmamento acabou perdendo, com 63,9% de votos dados ao Não. Manteve-se no Brasil a venda legal de armas de fogo e munição. As razões apontadas por diferentes autores que vêm estudando a vitória do Não desenham um quadro complexo, que envolve a questão da qualidade desigual da propaganda eleitoral dos lados a favor e contra no horário gratuito em rádio e televisão, o fracasso da política governamental de segurança pública e a conseqüente falta de credibilidade nas instituições públicas, o sentimento de que a proibição proposta no Referendo significaria perda de direito à legítima defesa, além de fatores decorrentes de interesses econômicos de fabricantes e comerciantes de armas e munições, assim como a posição assumida pelas elites e o financiamento das campanhas. Durante os meses que precederam o Referendo, aconteceu o chamado Escândalo do Mensalão, promovendo a maior crise política envolvendo o presidente Lula, seu governo e seu partido, o PT. É objetivo do presente trabalho estudar essa crise como pano de fundo do Referendo, ou seja, como elemento hipoteticamente fundamental para se entender o fracasso de uma iniciativa em que a posição favorável dos três era uma das marcas importantes. Com os promotores em baixa, os resultados podem ter refletido mais um aspecto da descrença dos eleitores naquela conjuntura. Uma imagem muito negativa do governo e dos governantes esteve durante meses em exposição na mídia. Analisar o conteúdo que então se divulgava em periódicos de importância nacional pode permitir uma reconstrução do que aqui se chamará contexto político-midiático. Para traçar esse pano de fundo foram escolhidas as revistas Veja e Época, que foram centrais na crise e que, em relação ao Referendo, assumiram posições contrárias