Processos de comunicação e cultura: oralidade condutora do Axé no terreiro Axé Ilê Obá

Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2018-08-08T11:24:22Z No. of bitstreams: 1 Cecilia Negrão.pdf: 3299797 bytes, checksum: 9e2e3478865aa6a9aaca5569bad77979 (MD5) === Made available in DSpace on 2018-08-08T11:24:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Cecilia Negrão.pdf: 3299797 bytes, ch...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Negrão, Cecilia
Other Authors: Ferreira, Jerusa Pires
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2018
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/21302
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Semiótica da cultura
Oralidade
Diáspora africana
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Orality
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CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO
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Negrão, Cecilia
Processos de comunicação e cultura: oralidade condutora do Axé no terreiro Axé Ilê Obá
description Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2018-08-08T11:24:22Z No. of bitstreams: 1 Cecilia Negrão.pdf: 3299797 bytes, checksum: 9e2e3478865aa6a9aaca5569bad77979 (MD5) === Made available in DSpace on 2018-08-08T11:24:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Cecilia Negrão.pdf: 3299797 bytes, checksum: 9e2e3478865aa6a9aaca5569bad77979 (MD5) Previous issue date: 2018-06-20 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES === The research focuses on understanding the importance of orality in the construction and maintenance of cult to the Orixás in Candomblé. The formation of Brazilian culture, starting from the African diaspora, constitutes a cultural patrimony with the maintenance of the knowledge and understanding of social, political, religious and educational values of the African and Brazilian people, with influences from other cultures; In this space, for centuries, a continuous bridge was built. In Brazil, the worship of the Orixás in Candomblé was maintained by the spoken word associated with singing, praying, gestures and objects, with their mythic force released. Thus, the secret of the force of the word is in the association of the phrase that it announces with the legitimacy of the speaker: in this religious grammar, the meaning depends very much on who speaks, what is spoken, to whom it’s spoken and on the context of interlocution. The slaves, when entering Brazil, lost their language (yorubá), their name, and only used them again in the sacred rites. It is through the mouth that life is reborn, in the sacred breath of the initiation rite of Candomblé; it is in the voice that the first learning takes place – with the songs, prayers and legends, in the silence of the youngest and respect for the tradition, with the union of the gods, men and nature – and that the emotion appears in the parties to the sound of the atabaques. Memory plays a central role in this process, and it is in this context that this study is inserted, analyzing songs, prayers and oral records for three generations in the terreiro Axé Ilê Obá, located in São Paulo/SP, a sacred space that recreates an African form of live and stresses the importance of memory, orality and culture. In Brazil, the mestizo culture reinvents itself through a process of resistance and negotiation, creating a religion with particularities, which are not found in the African cult to the Orixás. Here, all the Gods mingle in a single space, and give rise to a celebration in which the public praises and celebrates among a democratic and mixed cultural expression. It is in the sacred soil of the Candomblés terreiros where there is the rescue and resistance of a culture, becoming a quilombo in the cities, with the voice of the periphery, the blacks, gay and excluded === A pesquisa tem como foco compreender a importância da oralidade na construção e manutenção do culto aos Orixás no Candomblé. A formação da cultura brasileira, a partir da diáspora africana, constitui um patrimônio cultural com a manutenção do conhecimento e a compreensão de valores sociais, políticos, religiosos e educacionais dos povos africanos e brasileiros, com influências de outras culturas; nesse espaço, durante séculos, uma contínua ponte foi construída. No Brasil, o culto aos Orixás no Candomblé se manteve pela palavra falada associada ao canto, à reza, por gestos e objetos, com sua força mítica liberada. Assim, o segredo da força da palavra está na associação da frase que ela anuncia com a legitimidade de quem a profere: nesta gramática religiosa, o significado depende muito de quem fala, o que fala, para quem fala e qual o contexto da interlocução. Os escravos, ao entrarem no Brasil, perderam sua língua (iorubá), seu nome, e só voltaram a usá-los nos ritos sagrados. É pela boca que a vida renasce, no sopro sagrado do rito de iniciação do Candomblé; é na voz que os primeiros aprendizados acontecem – com as cantigas, rezas e lendas, no silêncio dos mais novos e respeito à tradição, com a união dos deuses, homens e natureza – e que a emoção surge nas festas ao som dos atabaques. A memória tem papel central neste processo, e é nesse cenário que o estudo está inserido, analisando cantigas, rezas e registros orais durante três gerações no terreiro Axé Ilê Obá, localizado em São Paulo/SP, um espaço sagrado que recria uma forma africana de viver e destaca a importância da memória, oralidade e cultura. No Brasil, a cultura mestiça se reinventa a partir de um processo de resistência e negociação, criando uma religião com particularidades não encontradas no culto africano dos Orixás. Aqui, todos os Deuses se misturam em um só espaço, e dão lugar a uma festa em que o público louva e comemora em meio a uma democrática e miscigenada expressão cultural. É no solo sagrado dos terreiros de Candomblés onde há o resgate e a resistência de uma cultura, se tornando um quilombo nas cidades, com a voz da periferia, dos negros, gays e excluídos
author2 Ferreira, Jerusa Pires
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Thus, the secret of the force of the word is in the association of the phrase that it announces with the legitimacy of the speaker: in this religious grammar, the meaning depends very much on who speaks, what is spoken, to whom it’s spoken and on the context of interlocution. The slaves, when entering Brazil, lost their language (yorubá), their name, and only used them again in the sacred rites. It is through the mouth that life is reborn, in the sacred breath of the initiation rite of Candomblé; it is in the voice that the first learning takes place – with the songs, prayers and legends, in the silence of the youngest and respect for the tradition, with the union of the gods, men and nature – and that the emotion appears in the parties to the sound of the atabaques. Memory plays a central role in this process, and it is in this context that this study is inserted, analyzing songs, prayers and oral records for three generations in the terreiro Axé Ilê Obá, located in São Paulo/SP, a sacred space that recreates an African form of live and stresses the importance of memory, orality and culture. In Brazil, the mestizo culture reinvents itself through a process of resistance and negotiation, creating a religion with particularities, which are not found in the African cult to the Orixás. Here, all the Gods mingle in a single space, and give rise to a celebration in which the public praises and celebrates among a democratic and mixed cultural expression. It is in the sacred soil of the Candomblés terreiros where there is the rescue and resistance of a culture, becoming a quilombo in the cities, with the voice of the periphery, the blacks, gay and excluded A pesquisa tem como foco compreender a importância da oralidade na construção e manutenção do culto aos Orixás no Candomblé. A formação da cultura brasileira, a partir da diáspora africana, constitui um patrimônio cultural com a manutenção do conhecimento e a compreensão de valores sociais, políticos, religiosos e educacionais dos povos africanos e brasileiros, com influências de outras culturas; nesse espaço, durante séculos, uma contínua ponte foi construída. No Brasil, o culto aos Orixás no Candomblé se manteve pela palavra falada associada ao canto, à reza, por gestos e objetos, com sua força mítica liberada. Assim, o segredo da força da palavra está na associação da frase que ela anuncia com a legitimidade de quem a profere: nesta gramática religiosa, o significado depende muito de quem fala, o que fala, para quem fala e qual o contexto da interlocução. Os escravos, ao entrarem no Brasil, perderam sua língua (iorubá), seu nome, e só voltaram a usá-los nos ritos sagrados. É pela boca que a vida renasce, no sopro sagrado do rito de iniciação do Candomblé; é na voz que os primeiros aprendizados acontecem – com as cantigas, rezas e lendas, no silêncio dos mais novos e respeito à tradição, com a união dos deuses, homens e natureza – e que a emoção surge nas festas ao som dos atabaques. 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Processos de comunicação e cultura: oralidade condutora do Axé no terreiro Axé Ilê Obá. 2018. 133 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2018. https://tede2.pucsp.br/handle/handle/21302 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica PUC-SP Brasil Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo instacron:PUC_SP