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Previous issue date: 2017-05-12 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES === The present study deals with the relations that language used in maternal educational practices can have with the social understanding that children begin to develop in the first years of life. Social mothers' responses to the interview through the content analysis and the score of correct answers and errors presented by the children in the tasks of false beligf. In order to check the possible correlations
between the variables included in this study, it was used the Spearman Correlation Test, as well as it
was applied a multiple regression analysis model. The results showed significant correlations of the
child's age, mother's age, mother's schooling, mother's professional occupation, and number of older
siblings with some types of maternal educational practices. Regarding children's performances in the
false heliçftasks, there was only a positive correlation with the child's age. T here was a predominance
of maternal educational prac/ices that use a coercive and reprehensivc language, in contrast to practices
mediated by an explanatory and reflective language, that promote children's thinking about nOrms,
consequences or mental states. Five correlations were found between the language used in maternal
educational practices and children's performance in false belief tasks. A positive correlation between
practical ta/k abou/ beliefs and the task ofexplicitjàlse beliefand four negative correlations: a negative
correlation between practical punishments and the task offalse content belief; a negative correlation
between practical physical punishments and the task of belief and emotion; and, two negative
correlations between practical passivity with the task offalse beliefin content and with the task Qfbe/ief
and emotion. In this study, it was possible to verify that it is not all type of linguistic interaction that
associates or promotes the understanding of /àlS'e beliefs. The results obtained demonstrate the relevance
of social interactions and the quality of the content of the conversation experiences during childhood
and provide consistent evidence for the argument that the type of language used in maternal educa/ional
practices Plays a highly important role for understanding false belich and, consequently, for the development of social understanding in childhood === O presente estudo trata das relações que a linguagem utilizada nas práticas educativas maternas possa
ter com a compreensão social que as crianças desenvolvem nos primeiros anos de vida. A compreensão
social é um conjunto de processos cognitivos que, por meio da observação, possibilita a uma pessoa
perceber e interpretar comportamentos sociais, permitindo a ela, interagir com outras pessoas. Um dos
fundamentos para o desenvolvimento da compreens'ão social na infincia é a habilidade de atribuir
estados mentais, como emoções, intenções, desejos e crenças, a si mesmo e a outras pessoas,
denominada na literatura científica como teoria da mente. Nesse processo de desenvolvimento, a
linguagem exerce um importante papel, pois, como principal instrumento de representação cognitiva e
dc mediação simbólica, é ela que possibilita à criança representar estados mentais, nomeando-os,
identificando-os e distinguindo-os. Dentre os diversos espaços sociais em que uma criança pode
vivenciar interações mediadas pela linguagem, a família é o contexto primordial para o desenvolvimento
da compreensão social da criança, porque é nela que as primeiras e mais significativas interações sociais
ocorrem. Nessa direção, o presente estudo teve como objetivo analisar, em um grupo de mães e filhos
brasileiros, a relação entre a linguagem utilizada nas práticas educativas maternas em situações de
regulação do comportamento dos filhos e o desenvolvimento dc um aspecto da compreensão social
deles, a compreensão de crenças falsas. O estudo foi realizado em 14 (quatorze) Centros de Educação
Infantil Municipal (CEIM) da Rede Pública da cidade de Mogi das Cruzes, São Paulo. Participaram
deste estudo 102 (cento e duas) mães e 1()2 (cento e dois) filhos, cujo critério de inclusão foi a criança
estar na faixa etária entre 3 e 6 anos de idade. Para coletar os dados foram utilizados os seguintes
instrumentos c procedimentos: questionário para obter informações sobre aspectos sociodemográficos
dos participantes e da família, entrevista com as mães sobre suas práticas educativas e 3 (três) tarefas
para verificar a compreensão de crenças' falsas dos filhos. A análise dos dados coletados incluiu o
cálculo das frequências, médias e desvio padrão dos dados sociodemográficos, o exame das respostas
das mães à entrevista por meio de análise de conteúdo e a pontuação de acertos e erros apresentados
pelas crianças nas tarefas de crença Jâlsa. Para examinar as possíveis correlações entre as variáveis
contempladas neste estudo, foi utilizado o Teste de Correlação de Spearman e aplicado um modelo de
análise de regressão múltipla. Os resultados revelaram correlações significativas da idade da criança,
idade da mãe, escolaridade da mãe, ocupação profissional da mãe e número de irmãos mais' velhos
com alguns tipos práticas educativas maternas. Em relação ao desempenho das crianças nas tarefas de
crença falsa, foi encontrada apenas uma correlação positiva com a idade da criança. Houve
predominância de relatos de práticas educativas maternas que utilizam uma linguagem coercitiva e
repreensiva, em contraste a práticas mediadas por uma linguagem expl icativa e reflexiva, sobre normas,
consequências ou estados mentais. Foram encontradas cinco correlações entre a linguagem utilizada nas práticas educativas maternas c o desempenho das crianças nas tarefás de crençafâlsa. Uma correlação
positiva entre a prática conversa sobre crenças e a tarefa de crença falsa explícita e quatro correlações
negativas: uma correlação negativa entre a prática castigos e a tarefa de crençafalsa de conteúdo; uma
correlação negativa entre a prática punições físicas e a tarefa de crença e emoção; c, duas correlações
negativas entre a prática passividade com a tarefa de crença falsa de conteúdo e com a tarefa de crença
e emoção. Neste estudo, foi possível verificar que não é todo tipo de interação linguística que se associa
ou promove a compreensão de crenças falsas. Os resultados obtidos demonstram a relevância das
interações sociais e a qualidade do conteúdo das experiências de conversação durante a infância e
fornecem evidências consistentes para o argumento de que o tipo de linguagem utilizada nas práticas
educativas maternas desempenha um papel de elevada importância para a compreensão de crenças
fôlsas e, por consequência, para o desenvolvimento da compreensão social na infância
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