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Isaias Gonçalves Ferreira.pdf: 1859937 bytes, checksum: 2d65f4f751ec98859569002340f7fa0d (MD5) === Made available in DSpace on 2016-08-09T16:57:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016-04-08 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === Currently, the approach which is called addiction, widely based on diagnostic manuals (DSM and CID), in the field of mental health, a reductionist diagnostic rationality: the Disorders related to substance use. This scenario of research generated a double foreclosure which has consequences in clinical practice. First, a foreclosure of body’s enjoyment: this remark reflects the diagnosis made by Lacan (1966/2001), in the understanding that the modern advances progressively from the scope of the body for a anatomopathological clinical study, which reflects a concept of it built around a machine model, constituting, so to say, an epysthemosomatical failure. However, according to Lacanian psychoanalysis, the body does not reduce itself to biologic, since in its ethics particularity refers to overflowing of enjoyment. Second, a foreclosure of the phármakon effect inherent to the drug. Thus, science has emptied the knowledge about the history and cultural weight of drugs. In this context, both the drug and the substance abuse arise as consequences of the science speech in copulation with the capitalist speech, which is supported by the neurobiological psychiatry. Can we ask, then, what novelties can psychoanalysis provide for the treatment of substance abuse? Would it be the double consideration that, on the one hand, there is a possible treatment for substance abuse through the singular clinic, and, on the other hand, that the subject can’t be reduced to a mere object of study? In that sense, the characterization of substance abuse as new form of naming the symptom that implying a particular plus-de-jouir in the age of science, which presents itself as one of the main and most profitable contributions of the Lacanian psychoanalysis to clinical study, extending beyond a symptomatological description === Atualmente a abordagem nomeada de dependência química, amplamente embasada nos manuais diagnósticos (DSM e CID), fundamenta dentro do campo da saúde mental uma racionalidade diagnóstica reducionista: os chamados Transtornos relacionados a substâncias. Este cenário de pesquisa produziu uma dupla foraclusão que tem consequências na prática clínica. Em primeiro lugar uma foraclusão do gozo do corpo: esse apontamento encontra ressonância no diagnóstico empreendido por Lacan (1966e/2001), no entendimento de que a medicina moderna avança progressivamente da construção de um olhar sobre o corpo para uma clínica anatomopatológica, que fomenta uma concepção do mesmo construída em torno de um modelo mecanicista, constituindo, por assim dizer, uma falha epistemo-somática. No entanto, para a psicanálise lacaniana o corpo não se reduz ao biológico, pois em sua particularidade ética se refere ao transbordamento do gozo. E, em segundo lugar, ocorre uma foraclusão do efeito phármakon inerente à droga. Desse modo, a ciência esvaziou o saber concernente à droga em sua bagagem histórica e cultural. Neste contexto, tanto a droga quanto a toxicomania surgem como efeitos do discurso da ciência em copulação com o discurso capitalista, dos quais a psiquiatria neurobiológica é solidária. Podemos, então, nos perguntar o que a psicanálise pode trazer de novo no tratamento da toxicomania? Seria a dupla consideração de que, por um lado, há um tratamento possível da toxicomania através da clínica do singular e, por outro, que o sujeito não pode ser reduzido a um mero objeto de estudo? Neste sentido, a localização da toxicomania como uma nova forma de nomeação do sintoma, que implica um mais-de-gozar particular na era da ciência, se apresenta como uma das principais e profícuas contribuições da psicanálise lacaniana à uma clínica para além da descrição sintomatológica
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