Nicolau de Cusa: visão de Deus e teoria do conhecimento

Made available in DSpace on 2016-04-25T19:20:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Sonia Regina Lyra.pdf: 1194972 bytes, checksum: cd5d999e915355075a87996fe9f6f5ae (MD5) Previous issue date: 2010-09-29 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === God is the target and the quest of...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Lyra, Sonia Regina
Other Authors: Ponde, Luiz Felipe
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/1789
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-25T19:20:11Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Sonia Regina Lyra.pdf: 1194972 bytes, checksum: cd5d999e915355075a87996fe9f6f5ae (MD5) Previous issue date: 2010-09-29 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === God is the target and the quest of Nicholas of Cusa s theory of knowledge. Disjunction and conjunction constitute the wall of coincidence of opposites beyond which God exists, unlinked of everything that can be said or thought. The daring characteristic of the Cusan proposal is in putting forward the enigma, highly speculative, of seeing the invisible through the created visible things, which is sought in an invisible way especially in his works De Docta Ignorantia (Of Learned Ignorance) and De visione Dei (On the Vision of God). The non-other one of the most accurate names according to Nicholas of Cusa to denominate the unnamable had already been predicted by Dionysius the Areopagite at the end of his De Mystica Theologia (Mystical Theology). Every concept, every definition is, therefore, conjectural about the first principle. Defining is setting limits and, above all, knowing, even though the definition itself cannot be determined by anything due to its anteriority. Once it is the definition that allows the excellence of knowledge, setting limits and determinations, the search for learned ignorance, which accompanies the path of theory, goes on circumscribing knowledge and leaving aside everything that it is not, following a negative theology. Considered as self-defining of itself in its ontological principle, the definition differentiates itself as a statement of reason and as a gnosiological principle. It is then that the discourse allows imposing a conceptual limit in relation to the thing and to what it is not. Being the first principle, intellectual principle, it is not possible to have as an object of thought anything other than itself and, with this, it is the sole principle of being and of knowing - principium essendi et cognoscendi. The mystical dimension of this theory of knowledge can be seen in De visione Dei (On the Vision of God), where Cusa prepares and indicates the path to be traveled from the sensitive point to the transumptive jump beyond the wall of coincidence of opposites. Understood as imago Dei, man has in parallel with the divine mind the humana mens, even though this notion implies in showing the inadequacy of the image in relation to its specimen === Deus é o alvo e a busca da teoria do conhecimento proposta por Nicolau de Cusa. A disjunção e a conjunção constituem o muro da coincidência dos opostos, para além do qual Deus existe desvinculado de tudo aquilo que pode ser dito ou pensado. A ousadia da proposta cusana está em propor o enigma fortemente especulativo, que é ver o invisível, através das coisas criadas visíveis, o qual é buscado de modo invisível especialmente em suas obras De docta ignorantia e A visão de Deus. O não-outro, um dos nomes mais precisos segundo Nicolau de Cusa para denominar o inominável, já tinha sido prenunciado por Dionísio Areopagita no final da sua De mystica theologia. Todo conceito, toda definição é, pois, conjectural em torno do primeiro princípio. Definir é dar limites e acima de tudo, conhecer ainda que a própria definição não possa ser definida por coisa alguma em virtude de sua anterioridade. Uma vez que é a definição que permite a excelência do conhecimento, dando limites e determinações, a busca da douta ignorância que acompanha a tragetória da teoria vai circunscrevendo o conhecimento e deixando de fora tudo aquilo que ele não é, seguindo por uma teologia negativa. Considerada como autodefinidora de si mesma em seu princípio ontológico a definição se diferencia dela mesma enquanto enunciado da razão e como princípio gnoseologico. É então que o discurso permite impor um limite conceitual à respeito da coisa e daquilo que ela não é. Sendo o primeiro princípio, princípio intelectual, não pode ter como objeto do pensamento, outro que não a si mesmo, e, com isso, é princípio único do ser e do conhecer principium essendi et cognoscendi. A dimensão mística dessa teoria do conhecimento pode ser vista no A visão de Deus onde o Cusano prepara e indica a trajetória a ser percorrida desde o sensível até o salto transsumptivo para além do muro da coincidência dos opostos. Entendido como imago Dei o homem tem em paralelo com a mente divina a humana mens ainda que essa noção implique em apontar para a insuficiência da imagem com relação ao seu exemplar