Migração, história e transmissão: uma família que se conta

Made available in DSpace on 2016-04-29T13:32:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Luiza Cobra de Castilho.pdf: 722103 bytes, checksum: fde8aae30b38beda8c49202e1d4ab8f6 (MD5) Previous issue date: 2010-05-28 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === This dissertation is...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Castilho, Maria Luiza Cobra de
Other Authors: Rosa, Miriam Debieux
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/17408
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-29T13:32:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Maria Luiza Cobra de Castilho.pdf: 722103 bytes, checksum: fde8aae30b38beda8c49202e1d4ab8f6 (MD5) Previous issue date: 2010-05-28 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === This dissertation is focused on the themes of: migration, history and intergenerational transmission in a migrant family living in social vulnerability conditions, cared for by the Familia Acolhedora (FA) Welcoming Family (WF) Project, sponsored by São Paulo City´s local government. The study approached the family concept in force in a social imaginary that does not consider the plurality of the family concept and the diversity of the ways Brazilian families coexist, by not considering the various kinship relationships, both by blod and marital ties. Emphasis will be placed on the practices of circulating children in the family and on the relations between mothers, grandmothers and daughters, and the invisibility of fathers, especially in Brazilian families. The qualitative basis study heard and followed-up one family and their migrant trajectory, focusing on three generations of women that migrated to São Paulo. This research was enabled by Instituto de Terapia Familiar de São Paulo (São Paulo Family Therapy Institute), institution that executed the WF Project, in the context of caring for a young child/ grandchild along the time the boy‟s custody was withdrawn from his mother. The theoretical outline started from the complexity of the subject family and the contributions of history, anthropology, sociology, psychoanalysis and family counseling, in an attempt to surpass limits such as the articulation between the clinic and socio-political circumstances. The discussion contemplated the silence imposed on the family‟s history and its relation to the hegemonic model a nuclear married couple family that makes invisible other family practices such as circulating children in the family. The study also included the directions of migration in the studied family, considering gender issues: the place of women that migrate remove themselves from places marked by tradition and morality imposed on man and woman in their original cultures; the women, illegitimate daughters that depart in search of a man/father that would legitimize them as women/mothers, differentiating between the meaning of leaving/keeping, giving away and abandoning children in the various cultural practices and contexts. The study points out the little interest of public policies in the dynamics and singular histories of families, and the deaf-ear to practices and cultures that are not part of the hegemonic model, stigmatizing behaviors and maintaining the myth of a structured family and the myth of maternity . Finally, some considerations on the importance and difficulties of a project on a Brazilian family living in social vulnerability conditions that considers redeeming the circulation of their history, their specificities as a condition for transformation in subjectivities, enabling the development of new bonds === Trataremos dos temas da migração, história e transmissão intergeracional em uma família migrante, em vulnerabilidade social, atendida pelo projeto piloto Família Acolhedora FA, da Prefeitura de São Paulo. Abordaremos a concepção de família vigente no imaginário social que não leva em conta a pluralidade do conceito família e a diversidade nos modos de convivência das famílias brasileiras, desconsiderando as diferentes redes de parentesco, consanguíneas e afins. Destacaremos as práticas de circulação de crianças e as relações entre mães, avós e filhas, e a invisibilidade dos pais, especialmente nas famílias brasileiras. O estudo, de base qualitativa, utilizou-se da escuta e acompanhamento de uma família e sua trajetória migratória, focalizando três gerações de mulheres que migraram para São Paulo. A pesquisa foi possibilitada pelo Instituto de Terapia Familiar de São Paulo, instituição executora do projeto FA, cuja equipe acompanhou a família, no contexto de acolhimento do filho/neto pequeno durante o tempo em que a mãe foi destituída da guarda do menino. Seu traçado teórico partiu da complexidade do tema família e dos aportes da história, antropologia, sociologia, psicanálise e terapia familiar, na tentativa de superar limites como a articulação entre a clínica e o social/político. Discutiu-se o silenciamento da história e sua relação com o modelo hegemônico família conjugal nuclear que torna invisíveis outras práticas e dinâmicas familiares, como a prática de circulação de crianças. Analisaremos também os sentidos da migração na família estudada, considerando as questões de gênero envolvidas: o lugar das mulheres que migram se retiram de lugares marcados pela tradição e pela moralidade do que é imposto ao homem e a mulher nas culturas de origem; as mulheres, filhas ilegítimas que vão à busca de um homem/pai que as legitime no lugar de mulher/mãe; diferenciação entre os sentidos de deixar/guardar, dar e abandonar filhos nas diferentes práticas e contextos culturais.Apontaremos o pouco interesse das políticas públicas pelas dinâmicas e histórias singulares da famílias, e a surdez para práticas e culturas que não entrem no modelo hegemônico, estigmatizando comportamentos e mantendo o mito da família estruturada e o mito da maternidade . Finalmente, passaremos às considerações sobre a importância e dificuldades de um projeto sobre a família brasileira que vive em vulnerabilidade social, que leve em conta o resgate da circulação das histórias vividas em suas singularidades, como condição de transformação na subjetivação, possibilitando a construção de novos laços