O preconceito nosso de cada dia: um estudo sobre as práticas discursivas no cotidiano

Made available in DSpace on 2016-04-29T13:31:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Isabela Augusta Andrade Souza.pdf: 998897 bytes, checksum: 49dc5892dcae80fc3ed70b9b984af90f (MD5) Previous issue date: 2008-06-05 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === Since prejudice theor...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Souza, Isabela Augusta Andrade
Other Authors: Spink, Mary Jane Paris
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/17259
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-29T13:31:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Isabela Augusta Andrade Souza.pdf: 998897 bytes, checksum: 49dc5892dcae80fc3ed70b9b984af90f (MD5) Previous issue date: 2008-06-05 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === Since prejudice theoretical concepts may have different forms, considering it a good approach to daily discourse practices is a complex proposal. Prejudice involves historical, social and cultural elements requiring a comprehensive understanding, and maybe to explain it we should take into consideration those issues such as separation, division and whatever leads to values and concepts that makes a person be disregarding and judgmental about other people. Our research aims at understanding what prejudice means to people and how they deal with it, no matter if it is a prejudicial act concerning other people or a feeling arising from some prejudicial circumstance. Mainly, the research focused on understanding prejudice as an active language permeating discourse practices and feeling production in the research interviewee daily life. We addressed our views to discourse practices based on the Discourse Psychology theoretical-methodological references that focus both scientific and common repertoires. Our hypothesis is that prejudice is present in people daily life through language, herein understood as action and reality versions, and thus dialogistical. Thus, prejudice would exist and does not depend on specific characteristics, such as social class, skin color, age, gender or any other element. Information collection was carried out through interviews with twenty-six people belonging to different social segments. The empirical material treatment was performed pursuant to the discourse practice analysis. The present research results suggest that people understand prejudice as a common sense concept where stigma, exclusion and discrimination are interchangeable. The results also showed that every person has experienced prejudice somehow in their lives no matter what their socioeconomic gender, race, or any other specific characteristics were like. Prejudice situations involved a variety of social meanings, most of them concerning depreciation and disregard. The interviewees showed different forms of noticing prejudice and almost always their feelings were connected to some kind of suffering. Thus, according to the results it is necessary to plan strategies and works based on continuous educational actions to foster the importance of solidarity and individual and social tolerance, through strategies directed to review the meaning of what is considered abnormal or does not meet society accepted standards in order to finally accomplish a greater serenity and harmony among the human beings === Abordar o preconceito como prática discursiva do cotidiano é uma proposta complexa e, embora haja várias formas de conceituações teóricas, sua compreensão é necessariamente abrangente, pois envolve elementos históricos, sociais e culturais, sendo que talvez a melhor explicação seja aquela que contemple questões como separação, reprovação, divisão, enfim, tudo o que leva um indivíduo a adotar valores e conceitos que o conduzam a fazer alguma forma de julgamento e desvalorização do outro. O interesse de nossa pesquisa foi tentar compreender o que as pessoas entendem por preconceito e como o vivenciam em suas vidas, seja como ato preconceituoso em relação ao outro, seja em forma de sentimento gerado por alguma situação de preconceito em sua história de vida. O foco principal foi compreender preconceito como linguagem em ação, permeando as práticas discursivas e a produção de sentidos no cotidiano dos entrevistados envolvidos nesta pesquisa. Nosso olhar se voltou às práticas discursivas, com base no referencial teórico-metodológico da Psicologia Discursiva, centrando-se em repertórios científicos e do domínio comum. Tomamos como hipótese que o preconceito permeia o cotidiano das pessoas através da linguagem, entendida como ação, como versões situadas da realidade, e, desta forma, dialógicas. Sendo assim, o preconceito ocorreria independente de características específicas, como classe social, cor, idade, gênero, ou qualquer outro elemento que apareça adjetivado a esse tema. A coleta das informações foi realizada através de entrevistas com 26 pessoas de uma diversidade de inserções sociais. O tratamento do material empírico foi feito nos moldes da análise das práticas discursivas. Os resultados desta pesquisa sugerem que o preconceito é compreendido pelas pessoas como conceito de senso comum, em que os termos estigma, exclusão e discriminação foram utilizados de forma intercambiável. Verificou-se, também, que todas as pessoas, de alguma forma, passaram por situações de experiência de preconceito em suas vidas, independente de características socioeconômicas, gênero, raça ou qualquer outra forma específica. Foram momentos vivenciados, na sua maioria, em situações de interações públicas ocasionais ou institucionalizadas. As situações de preconceito envolveram uma diversidade de significados sociais, sendo, em sua maior parte, de depreciação e desvalorização. Várias formas de perceber a questão do preconceito foram relatadas, ocasionando, principalmente, sentimentos relacionados a algum tipo de sofrimento. Diante dos resultados, faz-se necessário pensar em estratégias e formas de trabalho baseadas em ações educacionais contínuas, com a urgência de fomentar maneiras de veicular a importância da solidariedade e da tolerância individual e social, por meio de estratégias que visem ressignificar o que é visto como anormal e fora dos padrões esperados pela sociedade e, assim, buscar uma maior serenidade harmoniosa entre os indivíduos