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Previous issue date: 2008-06-05 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === Since prejudice theoretical concepts may have different forms, considering it a good
approach to daily discourse practices is a complex proposal. Prejudice involves historical,
social and cultural elements requiring a comprehensive understanding, and maybe to explain
it we should take into consideration those issues such as separation, division and whatever
leads to values and concepts that makes a person be disregarding and judgmental about
other people. Our research aims at understanding what prejudice means to people and
how they deal with it, no matter if it is a prejudicial act concerning other people or a feeling
arising from some prejudicial circumstance. Mainly, the research focused on understanding
prejudice as an active language permeating discourse practices and feeling production in
the research interviewee daily life. We addressed our views to discourse practices based
on the Discourse Psychology theoretical-methodological references that focus both
scientific and common repertoires. Our hypothesis is that prejudice is present in people
daily life through language, herein understood as action and reality versions, and thus
dialogistical. Thus, prejudice would exist and does not depend on specific characteristics,
such as social class, skin color, age, gender or any other element. Information collection
was carried out through interviews with twenty-six people belonging to different social
segments. The empirical material treatment was performed pursuant to the discourse
practice analysis. The present research results suggest that people understand prejudice
as a common sense concept where stigma, exclusion and discrimination are interchangeable.
The results also showed that every person has experienced prejudice somehow in their
lives no matter what their socioeconomic gender, race, or any other specific characteristics
were like. Prejudice situations involved a variety of social meanings, most of them concerning
depreciation and disregard. The interviewees showed different forms of noticing prejudice
and almost always their feelings were connected to some kind of suffering. Thus, according to
the results it is necessary to plan strategies and works based on continuous educational
actions to foster the importance of solidarity and individual and social tolerance, through
strategies directed to review the meaning of what is considered abnormal or does not
meet society accepted standards in order to finally accomplish a greater serenity and
harmony among the human beings === Abordar o preconceito como prática discursiva do cotidiano é uma proposta complexa e,
embora haja várias formas de conceituações teóricas, sua compreensão é necessariamente
abrangente, pois envolve elementos históricos, sociais e culturais, sendo que talvez a
melhor explicação seja aquela que contemple questões como separação, reprovação,
divisão, enfim, tudo o que leva um indivíduo a adotar valores e conceitos que o conduzam
a fazer alguma forma de julgamento e desvalorização do outro. O interesse de nossa
pesquisa foi tentar compreender o que as pessoas entendem por preconceito e como o
vivenciam em suas vidas, seja como ato preconceituoso em relação ao outro, seja em
forma de sentimento gerado por alguma situação de preconceito em sua história de vida.
O foco principal foi compreender preconceito como linguagem em ação, permeando as
práticas discursivas e a produção de sentidos no cotidiano dos entrevistados envolvidos
nesta pesquisa. Nosso olhar se voltou às práticas discursivas, com base no referencial
teórico-metodológico da Psicologia Discursiva, centrando-se em repertórios científicos e
do domínio comum. Tomamos como hipótese que o preconceito permeia o cotidiano das
pessoas através da linguagem, entendida como ação, como versões situadas da
realidade, e, desta forma, dialógicas. Sendo assim, o preconceito ocorreria independente
de características específicas, como classe social, cor, idade, gênero, ou qualquer outro
elemento que apareça adjetivado a esse tema. A coleta das informações foi realizada
através de entrevistas com 26 pessoas de uma diversidade de inserções sociais.
O tratamento do material empírico foi feito nos moldes da análise das práticas discursivas.
Os resultados desta pesquisa sugerem que o preconceito é compreendido pelas pessoas
como conceito de senso comum, em que os termos estigma, exclusão e discriminação
foram utilizados de forma intercambiável. Verificou-se, também, que todas as pessoas, de
alguma forma, passaram por situações de experiência de preconceito em suas vidas,
independente de características socioeconômicas, gênero, raça ou qualquer outra forma
específica. Foram momentos vivenciados, na sua maioria, em situações de interações
públicas ocasionais ou institucionalizadas. As situações de preconceito envolveram uma
diversidade de significados sociais, sendo, em sua maior parte, de depreciação e
desvalorização. Várias formas de perceber a questão do preconceito foram relatadas,
ocasionando, principalmente, sentimentos relacionados a algum tipo de sofrimento.
Diante dos resultados, faz-se necessário pensar em estratégias e formas de trabalho
baseadas em ações educacionais contínuas, com a urgência de fomentar maneiras de
veicular a importância da solidariedade e da tolerância individual e social, por meio de
estratégias que visem ressignificar o que é visto como anormal e fora dos padrões
esperados pela sociedade e, assim, buscar uma maior serenidade harmoniosa entre
os indivíduos
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