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Previous issue date: 2013-06-07 === We aim to research the subject as theorized by Jacques Lacan in the face of social and economic transformations, especially in capitalism. The subject for Lacan is formed in the social bond and inexorably alienated with respect to the desire of the Other, so he is not socially inserted a posteriori. In the same sense, but from different theoretical foundations, it is possible to extract that the subject, to the Marxian theory, is also social from the origin: culture names the social condition of mankind, which has its genesis in the transformation of nature by the work. However, the subject outlined by Lacanian psychoanalysis is structurally formed from impossibility, as illustrated by Lacan's assertion that "there is no sexual relationship." This structural crack is the condition for the emergence of culture and promotes the occurrence of the symbolic exchanges: there it is simultaneously established the social bond and the emergence of language. This impossibility, this hole, can never be grasped by the subject, but it will be encompassed through language, which will make its edge. The subject exists in this nuance, in which a significant flings over the other in seeking to represent it. Then we understand that language is what the subject acquired in exchange for entering into the culture, for the impossibility of achieving this hole, which is his eternal division because there is something that always escapes him, from the order of the real. For Lacan's theory of discourse presented in the seminar, book 17, we investigate from the master's discourse - the discourse of entering the language - the existence of a loss that is renewed in each repetition. In preparing this speech, Lacan uses the concept of homology with the surplus-value of Karl Marx for the formalization of the concept of surplus-jouissance, the product of the repetition of the work of unconscious, whose loss is not calculated. For this, we enter the theory of surplus-value of Karl Marx and reflect on the constitution of the subject that passes by history and the conditions that make such structure crossing history produce so peculiar socio-economic forms, such as capitalism. Then Lacan‟s theory of discourses is necessary for understanding the discursive forms that prevail in certain historical moments, not for setting a new subject, but subjectivities of an era === Esta pesquisa objetiva a investigação sobre o sujeito teorizado por Jacques Lacan diante das transformações sociais e econômicas, sobretudo no capitalismo. O sujeito para Lacan é constituído no laço social e inexoravelmente alienado ao desejo do Outro, portanto não é um ser inserido socialmente a posteriori. No mesmo sentido, porém a partir de fundamentos teóricos diferentes, é possível extrair que o sujeito, para a teoria marxiana, também é social desde a origem: a cultura nomeia a condição social da humanidade, que tem sua gênese na transformação da natureza pelo trabalho. Contudo, o sujeito delineado pela psicanálise lacaniana é estruturalmente constituído a partir de uma impossibilidade, ilustrada pela afirmação de Lacan de que a relação sexual não existe . Essa fenda estrutural é a condição para o surgimento da cultura e favorece que as trocas simbólicas ocorram: aí estão simultaneamente estabelecidos o laço social e o surgimento da linguagem. Essa impossibilidade, esse furo, jamais poderá ser apreendido pelo sujeito, porém será cingido por meio da linguagem, que fará sua borda. O sujeito existirá nessa nuance, em que um significante lança-se sobre o outro na busca de representá-lo. Então, entendemos que a linguagem é o que o sujeito adquiriu na troca pela entrada na cultura, pela impossibilidade de atingir esse furo, o que constitui sua eterna divisão, pois há algo que sempre lhe escapa, da ordem do real. Pela teoria dos discursos de Lacan apresentada em O seminário, livro 17, investigamos a partir do discurso do mestre o discurso de entrada na linguagem a existência de uma perda que se renova a cada repetição. Lacan, ao elaborar esse discurso, utiliza-se da homologia com o conceito de mais-valia de Karl Marx para a formalização do conceito mais-de-gozar, o produto da repetição do trabalho do inconsciente cuja perda não é calculada. Para isso, adentramos a teoria da mais-valia de Marx e refletimos sobre a constituição do sujeito que perpassa a história e as condições que fazem com que essa mesma estrutura que atravessa a história produza formas socioeconômicas tão peculiares, tais como o capitalismo. Então, a teoria dos discursos de Lacan se faz necessária para o entendimento das formas discursivas que vigoram em determinados momentos históricos, configurando não um novo sujeito, mas subjetividades de uma época
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