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Previous issue date: 2006-11-24 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === How does the process of teaching and learning the phenomenological thought
unfold in the graduation studies of Psychology? This question is the backbone of the
present work: in order to answer it I started from the very experience of elaboration
and practice of teaching the disciplines connected to Phenomenology in a
graduation course in São Paulo, Brazil. The phenomenological thought was present
along the whole course as a proposal of granting equivalent time for the discipline
as that given in the curriculum for other approaches to Psychology.
Starting with the description of my own path in Psychology and the place
Phenomenology took in it this work I am first of all motivated by the question: what is
it, the teaching of Phenomenology?. This work proposes a more detailed description
of the process of teaching Phenomenology in which I have been participating, what
allowed me the analysis of inserting some phenomenological notions in Psychology,
its developments in practical clinical situations, in research and in educational fields.
I have underlined the movement of being back to the things themselves
fundamental thinking in the Phenomenology of Edmund Husserl, relating it to the
phenomenological attitude here understood as a possibility of thinking the
phenomenon in Psychology studies or further, as a way of being in the world.
Therefore, this work contains a dialog between the course in its concept before the
classes and the course that had actually been realized in classroom.
Following it another question came up: What is it, the learning of Phenomenology?
I focused the debate on the student s perception in order to go deep in their
experiences and their points of view (difficulties and insights) on the process of
appropriation of the phenomenological thought. Their experiences complement
mine, as the process of teaching and learning here is understood from the unity
teacher-student: for learning and teaching is not an independent situation but a
correlating one. Their perceptions emphasize the importance of looking at the
studied phenomenon as it is disclosed and not from theoretical and judgmental a
priori, considering the methodological suspension (epoché) The students called
attention to the perception of a comprehensive attitude instead of a theoretical
one (explanations), hegemonic in the academy today.
Finally, after describing the experiences of teaching and learning the disciplines
linked to Phenomenology and tuned with the perceptions of these students, I
suggest some possible contributions that Phenomenology may have in the
Psychology professional practice of. In order to describe these contributions I have
considered a coordinate line revealed in the phenomenological thought that
crosses different tendencies, works and authors: the phenomenological attitude .
Thus, not ignoring the existence of various phenomenological studies which
sometimes do not agree among themselves, I focus some common aspects that are
important in the context of Psychology graduation studies. They are: critic related to
the distance to be taken from the world in order to understand it and critic towards
the necessity of explaining the world from pre-defined theoretical concepts. These
are characteristics of the dichotomy thinking inherited from the Positivism of the 19th
century still present in contemporary Psychology. This critical approach of the
phenomenological thought may bring some contributions to the Psychology studies
as it exposes notions as for example, intentionality, as well as other notion when it
proposes a breakthrough in the dichotomy subject-object inaugurating another way
of looking at the so called reality . Reality in the phenomenological perspective is
always understood from a specific point of view or experience: the truth therefore,
is rather a possible perception than a theoretical or technical a priori, commonly
dictated by someone possessing academic or scientific knowledge === Como se revela o processo de ensino e aprendizado do pensamento
fenomenológico na graduação de psicologia? Esta é a questão que sustenta o
presente trabalho: para respondê-la, parti de uma experiência pontual de
elaboração e prática de ensino de disciplinas ligadas à fenomenologia para um
curso de graduação em psicologia, em São Paulo. A proposta de uma carga
horária equivalente, na grade curricular, para algumas abordagens da psicologia,
permitiu que o pensamento fenomenológico estivesse presente ao longo de todo o
curso.
Partindo de uma descrição de minha própria trajetória na psicologia, e do lugar
que nela ocupou o pensamento fenomenológico, o trabalho propõe, motivado
inicialmente pela pergunta: "O que é isto, ensinar fenomenologia?", uma descrição
mais detalhada do processo de ensino de fenomenologia do qual participei, o que
permitiu a análise da inserção de algumas noções fenomenológicas na psicologia,
em seus desdobramentos na prática clínica, na pesquisa e no campo educacional.
Privilegiei o movimento de "volta às coisas mesmas", fundamento da fenomenologia
de Edmund Husserl, numa alusão à "atitude fenomenológica", aqui entendida
como uma possibilidade de se pensar os fenômenos no campo da psicologia, ou
como, de maneira mais ampla, se pensar um modo de ser e estar no mundo.
Desenvolveu-se, então, um diálogo entre o curso tal como foi concebido antes de
sua abertura, em seu ementário, e aquele que efetivamente foi realizado.
Em seguida, colocou-se uma nova pergunta: "O que é isto, aprender
fenomenologia?". Centrei o debate no olhar do estudante, a fim de mergulhar em
sua experiência e seu ponto de vista sobre o processo de apropriação do
pensamento fenomenológico, e das dificuldades e descobertas em relação à
reflexão que ele permite. Seus recortes complementam os meus, pois o processo de
ensino e aprendizado é aqui concebido a partir dessa unidade professor-estudante:
aprender e ensinar não são instâncias independentes, mas correlatas. Seus dizeres
enfatizam a importância de se olhar para o fenômeno estudado tal como se
mostra e não a partir de a priori teóricos e judicativos, em uma referência ao
movimento de suspensão (epoché). Ressaltam, da mesma maneira, o sentido de
uma atitude compreensiva em detrimento da explicativa (teórica), hegemônica
nos meios acadêmicos.
Finalmente, após uma descrição sobre experiências docentes e discentes de ensino
e aprendizado de disciplinas ligadas à fenomenologia, aponto, afinada com os
relatos desses estudantes, para possíveis contribuições que esse pensamento pode
lhes trazer para exercício profissional na psicologia. Para discorrer sobre tais
contribuições, considero um eixo que se revela no pensamento fenomenológico, e
atravessa diferentes tendências, obras e autores: a "atitude fenomenológica". Assim,
não ignorando a existência de várias fenomenologias, muitas vezes divergentes,
aponto para alguns aspectos comuns importantes de serem abordados no âmbito
de uma graduação em psicologia. São eles: a crítica à distância que se pretende
tomar do mundo para entendê-lo e à necessidade em explicá -lo a partir de
conceitos teóricos pré-definidos, características do pensamento dicotômico que
herdamos do positivismo do século XIX, presentes na psicologia contemporânea.
Essa postura crítica do pensamento fenomenológico pode trazer algumas
contribuições na formação do psicólogo, na medida em que o coloca em contato
com noções tais como, por exemplo, a intencionalidade, além daquelas já citadas,
em que se propõe uma ruptura da dicotomia sujeito-objeto, inaugurando outro
modo de olhar a chamada "realidade". Esta, na perspectiva fenomenológica, será
sempre entendida a partir de um ponto de vista ou de uma experiência específica:
a "verdade", desse modo, é um recorte e não um a priori teórico e técnico
normalmente ditado por quem detém o saber acadêmico ou o conhecimento
científico
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