Preciso te contar?: paternidade homoafetiva e a revelação para os filhos

Made available in DSpace on 2016-04-28T20:39:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Vera Lucia Moris.pdf: 831728 bytes, checksum: 965d9ecc3543653f50a7fcd1091e0b25 (MD5) Previous issue date: 2008-12-12 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === We conducted a qualitative study b...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Moris, Vera Lúcia
Other Authors: Souza, Rosane Mantilla de
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/15773
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-28T20:39:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Vera Lucia Moris.pdf: 831728 bytes, checksum: 965d9ecc3543653f50a7fcd1091e0b25 (MD5) Previous issue date: 2008-12-12 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === We conducted a qualitative study based on individual and group interviews with seventeen men, who are fathers involved in homoaffective relationships. Our clinical-theoretical approach was supported by critical studies on men and masculinities and homoaffectivity. We sought to understand the processes underlying the secrecy and disclosure of these fathers homoaffective relationships to their children. The group was quite heterogeneous and had different ages and professions. Most of these men come from privileged social backgrounds, and became aware of their homoaffectivity when they were already adults and fathers. These are modern fathers engaged in their children s daily routine and care; many of them are experiencing conflicts associated with divorce and separation from their children. Such conflicts can be heightened by inner homophobia and by their feeling threatened of losing privileges that they enjoy as hegemonic men. The results not only show that they take a distinct stand upon the disclosure of their homoaffectivity to their children, but also reveal their continuous clash with mainstream heteronormative ideas, which engenders a need for resignifying their concept of masculinity and paternity ruled by heterosexuality. The continuous confrontation associated with their need to seek other ideological vectors mark their personal emotional life inexorably. Their homoaffective orientation was a personal aspect which they resisted, while experiencing great difficulties to integrate it into their personality as they perceived themselves to be different from what is ascribed to men and fathers in their family, peer group and even internally. The practice of maintaining secrecy about their homosexuality towards their children, as an expression of their own resistance, may be an instrumental resource or may function as a repression domain that causes great psychic suffering and pain. These fathers are alone, and find it difficult to equip themselves, and to bring about the inner transformation necessary to assume their homosexuality and come out to their children. Overcoming these inner aspects coping instrumental resource or resistance or integrating aspects related to their new self-concept as man and father are demands that imply the need for clinical psychological support === Realizamos um estudo qualitativo por meio de entrevistas individuais e em grupo com dezessete homens, pais que têm envolvimento homoafetivo. Nosso aporte teórico clínico remonta aos estudos críticos sobre homens e homoafetividade. Buscamos compreender os processos subjacentes à manutenção de segredo e à revelação para os filhos do relacionamento homoafetivo por parte do pai. Tratou-se de um grupo diversificado com profissão e faixa etária ampla. São homens em sua maioria provenientes de camadas sociais privilegiadas, tendo tomado consciência da homoafetividade já adultos e pais. São pais modernos atuais, envolvidos com a rotina diária e cuidados próximo de seus filhos; muitos estão vivenciando conflitos associados ao divórcio e distanciamento dos filhos, que podem ser acirrados pelos temores homofóbicos internalizados e por sentirem-se ameaçados de perder os privilégios que como homens de grupos hegemônicos desfrutam. Os resultados além de mostrar que se posicionam de formas distintas diante da revelação de sua homoafetividade para os filhos, também desvelam o continuo confronto com o ideário heteronormativo, que engendra uma necessidade de re-significar sua concepção de masculinidade e parentalidade, pautada na heterossexualidade. Os enfretamentos continuados associados a esse confronto, à necessária busca de outros vetores ideológicos que os contemplem marcam sua vida afetiva emocional de forma implacável. Sua orientação homoafetiva foi um aspecto pessoal a qual resistiram, sofreram para integrar em sua personalidade, à medida que se percebiam diferentes do que era prescrito para os homens e pais em seu grupo, em sua família e mesmo internamente. A manutenção de segredos para os filhos em torno da homoafetividade do pai, como expressão dessa resistência pode ser instrumental, como um recurso, ou pode ter caráter de repressão gerando sofrimento psíquico. Esses homens pais estão sós para enfrentar suas incertezas e proceder às necessárias transformações. A superação tanto desse movimento interno recurso instrumental ou de resistência como a integração de aspectos de sua nova concepção como homem e pai despontam como demanda por suporte para a psicologia clínica