A ressignificação da história de vida: temporalidade e narrativa no percurso da análise

Made available in DSpace on 2016-04-28T20:39:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DanieleJohn.pdf: 399774 bytes, checksum: 55dac8321dda83634dc17c8fd84b2d67 (MD5) Previous issue date: 2006-06-23 === Esta tese busca demonstrar, através de um estudo teórico-clínico, a importância dos processos de ressigni...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: John, Daniele
Other Authors: Figueiredo, Luís Claudio Mendonça
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/15504
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-28T20:39:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 DanieleJohn.pdf: 399774 bytes, checksum: 55dac8321dda83634dc17c8fd84b2d67 (MD5) Previous issue date: 2006-06-23 === Esta tese busca demonstrar, através de um estudo teórico-clínico, a importância dos processos de ressignificação da história de vida como parte dos efeitos gerados por uma análise. Ela parte da hipótese de que embora tais processos de ressignificação se dêem cotidianamente mesmo fora da análise, o percurso desta cria condições privilegiadas para estes movimentos. A temporalidade psicanalítica e a narrativa são os eixos principais de abordagem do tema, que é debatido apenas no âmbito da neurose. Casos clínicos em forma de vinhetas são trazidos ao longo do trabalho, recortados em função do tema aqui tratado. A temporalidade envolvida nos processos de ressignificação é compreendida como algo que não se enquadra no modelo científico clássico de um puro presente , nem tampouco se resume a um resgate do passado. A noção freudiana de Nachträglichkeit é destacada como a dinâmica que permite pensar a história de vida como um processo sempre em construção, que se dá dentro de um tempo heterogêneo e irreversível. As conseqüências desta temporalidade para a posição do analista, que não pode prever os efeitos de seu ato, são aqui também consideradas. Quanto à narrativa sobre si mesmo que é construída/desconstruída durante a análise, ela não se enquadra nos moldes tradicionais de uma narrativa com início, meio e fim, mas traz a marca da heterogeneidade do tempo ali implicado, bem como de tudo o que não pode ser dito, porque não foi trazido para o campo da representação. Faz-se uma crítica ao assim chamado approach narrativo , que vê a análise como a construção de uma versão mais coerente e homogênea para a própria vida. Por fim, conclui-se que os processos de ressignificação têm um papel importante dentro do percurso da análise, como um dos movimentos que promovem mudanças estruturais no sujeito, desde que a análise possa ser registrada como experiência pelo analisando. A ressignificação é definida como uma constante busca de novos sentidos para a vida ou aspectos dela, efeito de uma demanda da modernidade que exige do sujeito a contínua construção de uma narrativa original e criativa da própria vida. Estes processos de ressignificação envolvem um trabalho psíquico que é intensificado no espaço analítico, lugar onde um sujeito pode testemunhar sobre sua condição, promovendo mudança no lugar subjetivo ocupado por ele