Relação entre distúrbio de voz e trabalho em um grupo de agentes comunitários de saúde do município de São Paulo

Made available in DSpace on 2016-04-27T18:12:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Fabiana Goncalves Cipriano.pdf: 4613125 bytes, checksum: cd8304324da2f30fd830f47a62af7ce7 (MD5) Previous issue date: 2010-06-11 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === INTRODUCTION: Vocal illne...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Cipriano, Fabiana Gonçalves
Other Authors: Ferreira, Léslie Piccolloto
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2016
Subjects:
Online Access:https://tede2.pucsp.br/handle/handle/12279
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-04-27T18:12:46Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Fabiana Goncalves Cipriano.pdf: 4613125 bytes, checksum: cd8304324da2f30fd830f47a62af7ce7 (MD5) Previous issue date: 2010-06-11 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === INTRODUCTION: Vocal illness has been leading various professional categories to situations of work leaves and inability, which implies in financial, personal and social costs. The workers involved in this study were Community Health Agents (CHA), since their work activity has particular details that make them more susceptible to compromise their vocal well-being. The hypothesis is that there is association between the development in vocal disorders by the CHA and the adversities present in their work environment and organization. AIM: To analyze the relationship between voice disorders and work in a group of CHA. METHODS: The subjects of this study were 65 CHA working in the East region of the city of São Paulo. The instrument used for data collection was an adaptation of the questionnaire named Conditions of Vocal Production Teachers (CPV-P), which comprised 40 questions divided into four different parts: Basic Health Unit Identification (questions 1-4); Subject Identification (questions 5-9); Work Situation (questions 10-38) and Vocal Aspects (questions 39 and 40). The results were keyed in twice and submitted to statistical analysis (parametric chi-squared test) in order to verify: the self-reported frequency of voice disorder in the past or present; frequency of present vocal symptoms; the association among the three most frequently reported present symptoms and environmental and organization aspects of work; p values ≤ 5% (0,050) were considered significant. The statistics program used was Stata 8.0. RESULTS: Of the 65 (100%) CHA in the study, 37 (56,9%) self-reported having present or past vocal disorders. The most frequently reported present symptoms were: dry throat (40 61,5%), tiredness when speaking (35 53,9%) and burning in the throat (33 50,8%). There was significant association between: taking work home, having personal items stolen, police intervention, violence against employees and vocal symptom dry throat (p=0,012, p=0,021, p=0,027 and p=0,033, respectively); not having enough time to complete all tasks, inadequate furniture, intense physical strain, objects stolen from the health unit, racism and the vocal symptom tiredness when speaking (p=0,023, p=0,043, p=0,019, p=0,040 and p=0,023, respectively); dust, job dissatisfaction, work stress, building destruction, drug issues and vocal symptom burning in throat (p=0,001, p=0,014, p=0,018, p=0,018 and p=0,011, respectively). CONCLUSIONS: Based on the obtained results, the initial hypothesis of association between the development of vocal disorders among the subjects and the adversities present in their work environment and organization was confirmed. Thus, these findings may contribute so that the Speech-Language Pathologists can broaden their knowledge of the CHA work processes, as well as providing important subsidies to plan actions aimed towards the vocal well-being of this population === INTRODUÇÃO: O adoecimento vocal tem levado diversas categorias profissionais a situações de afastamento e incapacidade para o trabalho, o que implica em custos financeiros, pessoais e sociais. Os trabalhadores destacados para esta pesquisa foram os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), uma vez que sua atividade laboral apresenta particularidades que os tornam mais suscetíveis ao comprometimento do bem-estar vocal. Parte-se da hipótese de que há associação entre o desenvolvimento do distúrbio de voz, no ACS, e as adversidades presentes no ambiente e na organização do seu trabalho. OBJETIVO: Analisar a relação entre distúrbio de voz e trabalho, em um grupo de ACS. MÉTODOS: Participaram desta pesquisa 65 ACS atuantes na região Leste do município de São Paulo. Como instrumento para a coleta de dados, elegeu-se a adaptação do questionário Condições de Produção Vocal Professor (CPV-P), que contou com 40 questões, divididas em quatro partes, a saber: Identificação da Unidade Básica de Saúde (questões 1 a 4); Identificação do Entrevistado (questões 5 a 9); Situação Funcional (questões 10 a 38) e Aspectos Vocais (questões 39 e 40). Os resultados foram duplamente digitados, e submetidos à análise estatística (teste paramétrico Qui-quadrado) para verificar: a frequência autorreferida de distúrbio de voz, no presente e/ou no passado; a frequência de sintomas vocais atuais; a associação entre os três sintomas vocais atuais mais citados e os aspectos do ambiente e da organização do trabalho. Foram considerados significativos os valores de p com nível ≤ 5% (0,050). O programa estatístico utilizado foi o Stata 8.0. RESULTADOS: Dos 65 (100%) ACS pesquisados, 37 (56,9%) autorreferiram apresentar, no presente e/ou no passado, distúrbio de voz. Os sintomas vocais atuais mais citados foram: garganta seca (40 61,5%), cansaço ao falar (35 53,9%) e ardor na garganta (33 50,8%). Houve associação significativa entre: levar trabalho para casa, roubo de objetos pessoais, intervenção da polícia, violência contra os funcionários e o sintoma vocal garganta seca (p=0,012, p=0,021, p=0,027 e p=0,033, respectivamente); não ter tempo para desenvolver todas as atividades, levar trabalho para casa, dificuldade para sair do trabalho, móveis inadequados, esforço físico intenso, roubo de material da UBS, manifestação de racismo e o sintoma vocal cansaço ao falar (p=0,023, p=0,043, p=0,019, p=0,040 e p=0,023, respectivamente); poeira, insatisfação no trabalho, estresse no trabalho, depredações, problemas com drogas e o sintoma vocal ardor na garganta (p=0,001, p=0,014, p=0,018, p=0,018 e p=0,011, respectivamente). CONCLUSÕES: Com base nos resultados obtidos, a hipótese inicial de associação entre o desenvolvimento do distúrbio de voz entre os pesquisados e as adversidades presentes no ambiente e na organização do seu trabalho foi confirmada. Assim, acredita-se que estes achados possam contribuir para que o fonoaudiólogo amplie o seu conhecimento acerca do processo de trabalho dos ACS, além de fornecer subsídios importantes para o planejamento de ações voltadas ao bem-estar vocal desta população