Etnicidade Linguística em Movimento: Os processos de transculturalidade revelados nos Brasileirítalos do eixo Rio de Janeiro-Juiz De Fora

Submitted by Fabiano Vassallo (fabianovassallo2127@gmail.com) on 2017-05-11T19:05:09Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) 2017-04-03 tese mario gaio - versao final.pdf: 5555815 bytes, checksum: b682610037667eef97dcbb8edbfb0342 (MD5) === Appr...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gaio, Mario Luis Monachesi
Other Authors: Pereira, Telma Cristina de Almeida Silva
Language:Portuguese
Published: Niterói 2017
Subjects:
Online Access:https://app.uff.br/riuff/handle/1/3678
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language Portuguese
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topic Transculturalidade
Etnicidade em movimento
Contato de línguas
Línguas de imigração
Sociolingüística
Rio de Janeiro
Minas Gerais
Imigrantes
Itália
Transculturality
Ethnicity in motion
Language contact
Immigration languages
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Gaio, Mario Luis Monachesi
Etnicidade Linguística em Movimento: Os processos de transculturalidade revelados nos Brasileirítalos do eixo Rio de Janeiro-Juiz De Fora
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A despeito do imaginário coletivo que associa imigração italiana aos estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro também foram receptores de imigrantes provenientes da multifacetada Itália. A cidade mineira de Juiz de Fora foi o mais importante centro de triagem de imigrantes aportados no Rio de Janeiro com destino ao estado de Minas Gerais. Esses carregavam suas próprias identidades linguísticas e culturais, com implicações nas suas sensações de pertencimento que ultrapassaram as gerações. Os imigrantes, dialetófonos em sua maioria, mantiveram por alguns anos Comunidades de Fala difusas e complexas (COUTO, 2016b), mas preteriram suas línguas em favor da língua dominante, o português brasileiro. Contudo, seus ecossistemas culturais penetraram nos ecossistemas culturais locais e por eles foram penetrados, tornando seus descendentes sujeitos transculturais. Nesta perspectiva, o termo brasileirítalo é proposto para definir uma ressignificação dos termos ‘italiano’ (condição herdada) e ítalo-brasileiro (categoria hifenizada), ambos já preconizados nos estudos da área (LESSER, 2014). Imigrantes sempre se apoiaram em Redes Sociais (MILROY & MILROY, 1985; MILROY, 2007; BORTONI-RICARDO, 2011) para estabelecerem-se e estas se desfaziam ao longo do tempo pela natureza urbana do contexto de imigração estudado neste trabalho. Vez por outra surgiam Comunidades de Prática (WENGER, 2006 [1998]) motivadas pela italianidade, que agregavam cidadãos e descendentes num escopo comum. A identidade e a sensação de pertencimento (belonging) são aqui tratadas com aporte teórico em Brubaker & Cooper (2000); Bauman (2004); Jungbluth (2007; 2015); Pfaff-Czarnecka (2011); Anthias (2013); Dervin & Risager (2015). O Contato de Línguas e seus efeitos são analisados com base nos estudos de Weinreich (1968 [1953]); Mufwene (2008); Couto (2009); Savedra & Gaio & Carlos Neto (2015); Thomason (2001); Winford (2003). A transculturalidade é abordada a partir do conceito seminal de Ortiz (1999 [1940]) até chegar às definições de Welsch (1999), sobre as quais se apoia nosso trabalho. A perspectiva ecolinguística (COUTO, 2007, 2009, 2016a, 2016b, 2016c; MUFWENE, 2004, 2008, 2016; TRAMPE, 2016) encerra nosso arcabouço teórico e através dela investigamos uma específica Comunidade de Fala não mais existente que fora constituída por imigrantes. Esta pesquisa tem cunho qualitativo e teve suporte metodológico em Dodsworth (2014), Hoffman (2014) e Puskás (2009). A metodologia utilizada constituiu-se de aplicação de entrevistas semiestruturadas a descendentes de italianos. Como material de apoio foram aplicados questionários a líderes de associações ligadas à italianidade === This thesis discusses language, culture, society, and it inserts itself in the realm of sociolinguistics. It is also connected to other fields of knowledge within the human and social sciences, such as Sociology and Anthropology. The object of investigation is a complex process which starts from the phenomenon of Language Contact, goes through its effects such as language shift, convergence and borrowings, continuing until its most drastic effect, the total loss of speakers, leaving a (trans)cultural legacy through the processes of ethnicity which are in motion. The multiethnic composition of the Brazilian population is profoundly marked by cultural traces of numerous peoples, among which is found the Italians. Despite the collective imaginary, which associates the Italian immigration with the states of Rio Grande do Sul and São Paulo, Minas Gerais and Rio de Janeiro were also recipients of immigrants from multifaceted Italy. The city of Juiz de Fora, in the State of Minas Gerais, was the most important screening center for immigrants docked in Rio de Janeiro en route to Minas Gerais. They carried their own cultural and linguistic identities, with implications to their sense of belonging that surpassed generations. The immigrants, dialectophones in their majority, kept for some years complex and scattered Speech Communities (COUTO, 2016b), but abandoned their languages in favor of the dominant language, Brazilian Portuguese. However, their cultural ecosystems penetrated the local ones and were by them also penetrated, making their descendants transcultural individuals. In this perspective, the term Brasileirítalo (or Brazilianitalic, in its English suggested version, a portmanteau of the words Brazilian and Italic, in reference to Italy) is proposed to define a resignification of the terms Italian (as an inherited condition) and Italian-Brazilian (hyphenated category), both recommended in the studies of the area (LESSER, 2014). Immigrants have always relied on Social Networks (MILROY & MILROY, 1985; MILROY, 2007; BORTONI-RICARDO, 2011) to establish themselves and which disappeared over time due to the urban nature of the context of immigration studied in this work. Eventually there were Communities of Practice (WENGER, 2006 [1998]) motivated by the Italianity, which joined citizens and descendants in one common scope. Identity and belonging are here treated as theoretical contributions in Brubaker & Cooper (2000); Bauman (2004); Jungbluth (2007; 2015); Pfaff-Czarnecka (2011); Anthias (2013); Dervin & Risager (2015). Language contact and its effects are analyzed based on studies by Weinreich (1968 [1953]); Mufwene (2008); Couto (2009); Savedra & Gaio & Carlos Neto (2015); Thomason (2001); Winford (2003). Transculturality is approached from the seminal concept of Ortiz (1999 [1940]) until we reach the definitions of Welsch (1999), on which this study is based. The ecolinguistic perspective (COUTO, 2007, 2009, 2016a, 2016b, 2016c; MUFWENE, 2004, 2008, 2016; TRAMPE, 2016) closes our theoretical framework and through it we investigate a specific and non-longer existent Speech Community that was constituted by immigrants. This research has a qualitative nature and borrows its methodological support from Dodsworth (2014), Hoffman (2014) and Puskás (2009). The methodology used is made up of the application of semi-structured interviews of Italian descendants. As support material, questionnaires were given to leaders of associations connected with Italianity
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A despeito do imaginário coletivo que associa imigração italiana aos estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro também foram receptores de imigrantes provenientes da multifacetada Itália. A cidade mineira de Juiz de Fora foi o mais importante centro de triagem de imigrantes aportados no Rio de Janeiro com destino ao estado de Minas Gerais. Esses carregavam suas próprias identidades linguísticas e culturais, com implicações nas suas sensações de pertencimento que ultrapassaram as gerações. Os imigrantes, dialetófonos em sua maioria, mantiveram por alguns anos Comunidades de Fala difusas e complexas (COUTO, 2016b), mas preteriram suas línguas em favor da língua dominante, o português brasileiro. Contudo, seus ecossistemas culturais penetraram nos ecossistemas culturais locais e por eles foram penetrados, tornando seus descendentes sujeitos transculturais. Nesta perspectiva, o termo brasileirítalo é proposto para definir uma ressignificação dos termos ‘italiano’ (condição herdada) e ítalo-brasileiro (categoria hifenizada), ambos já preconizados nos estudos da área (LESSER, 2014). Imigrantes sempre se apoiaram em Redes Sociais (MILROY & MILROY, 1985; MILROY, 2007; BORTONI-RICARDO, 2011) para estabelecerem-se e estas se desfaziam ao longo do tempo pela natureza urbana do contexto de imigração estudado neste trabalho. Vez por outra surgiam Comunidades de Prática (WENGER, 2006 [1998]) motivadas pela italianidade, que agregavam cidadãos e descendentes num escopo comum. A identidade e a sensação de pertencimento (belonging) são aqui tratadas com aporte teórico em Brubaker & Cooper (2000); Bauman (2004); Jungbluth (2007; 2015); Pfaff-Czarnecka (2011); Anthias (2013); Dervin & Risager (2015). O Contato de Línguas e seus efeitos são analisados com base nos estudos de Weinreich (1968 [1953]); Mufwene (2008); Couto (2009); Savedra & Gaio & Carlos Neto (2015); Thomason (2001); Winford (2003). A transculturalidade é abordada a partir do conceito seminal de Ortiz (1999 [1940]) até chegar às definições de Welsch (1999), sobre as quais se apoia nosso trabalho. A perspectiva ecolinguística (COUTO, 2007, 2009, 2016a, 2016b, 2016c; MUFWENE, 2004, 2008, 2016; TRAMPE, 2016) encerra nosso arcabouço teórico e através dela investigamos uma específica Comunidade de Fala não mais existente que fora constituída por imigrantes. Esta pesquisa tem cunho qualitativo e teve suporte metodológico em Dodsworth (2014), Hoffman (2014) e Puskás (2009). A metodologia utilizada constituiu-se de aplicação de entrevistas semiestruturadas a descendentes de italianos. 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In this perspective, the term Brasileirítalo (or Brazilianitalic, in its English suggested version, a portmanteau of the words Brazilian and Italic, in reference to Italy) is proposed to define a resignification of the terms Italian (as an inherited condition) and Italian-Brazilian (hyphenated category), both recommended in the studies of the area (LESSER, 2014). Immigrants have always relied on Social Networks (MILROY & MILROY, 1985; MILROY, 2007; BORTONI-RICARDO, 2011) to establish themselves and which disappeared over time due to the urban nature of the context of immigration studied in this work. Eventually there were Communities of Practice (WENGER, 2006 [1998]) motivated by the Italianity, which joined citizens and descendants in one common scope. Identity and belonging are here treated as theoretical contributions in Brubaker & Cooper (2000); Bauman (2004); Jungbluth (2007; 2015); Pfaff-Czarnecka (2011); Anthias (2013); Dervin & Risager (2015). Language contact and its effects are analyzed based on studies by Weinreich (1968 [1953]); Mufwene (2008); Couto (2009); Savedra & Gaio & Carlos Neto (2015); Thomason (2001); Winford (2003). Transculturality is approached from the seminal concept of Ortiz (1999 [1940]) until we reach the definitions of Welsch (1999), on which this study is based. The ecolinguistic perspective (COUTO, 2007, 2009, 2016a, 2016b, 2016c; MUFWENE, 2004, 2008, 2016; TRAMPE, 2016) closes our theoretical framework and through it we investigate a specific and non-longer existent Speech Community that was constituted by immigrants. This research has a qualitative nature and borrows its methodological support from Dodsworth (2014), Hoffman (2014) and Puskás (2009). The methodology used is made up of the application of semi-structured interviews of Italian descendants. 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