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Previous issue date: 2012-06-27 === Geissospermum argenteum Woodson (Apocynaceae), known as acariquara-branca is popularly used to treat malaria, gastrointestinal disorders and as curare. Considering that there are no published data reporting the pharmacological activities of this species, the aim of this work was to study the cardiovascular effects of Amazonian G. argenteum in rodents. The bark was extracted with ethanol in Soxhlet apparatus generating the hydroalcoholic extract (EHA). The EHA was partitioned with chloroform in different pH, yielding the chloroform fraction (FCHCl3); further partition yielded the total alkaloids fraction (TAF). FCHCl3 purification in silica gel column chromatography (CC) yielded thirteen fractions. FAT standardization in HPLC showed nine major peaks with retention times from 3.5 to 23.5 min. FAT oral administration did not indicate a central nervous system action, however, curare-like effect was observed after i.p. and i.v. injections. This action was confirmed in vitro. FAT (10, 30 and 100 μg/mL) blocked rat diaphragm contractions induced by phrenic nerve electrical stimulation. The neuromuscular blockade was proportional to the concentrations and was reverted by washing, but not by neostigmine (10-5M). On the same concentrations, contractions induced by direct electrical stimulation were potentiated in rat diaphragm. In anesthetized rats under mechanical respiration, FAT intravenous injection (0.3; 1.0 and 3.0 mg/kg) produced fast and reversible hypotension, not blocked by atropine (1.0 mg/kg). In anesthetized animals treated with the nicotinic ganglion blocker hexamethonium, hypertension induced by FAT was not changed by previous prazosin (1.0 mg/kg) injection, indicating that FAT hypertensive effect is not caused by an increase in noradrenaline (Nor) release by ganglion stimulation. FAT did not alter Nor or acetylcholine (ACh) effects on the blood pressure, indicating that there was not an apparent interaction among the alkaloids and α1, M2 or M3 receptors. On another protocol, FAT inhibited the hypertension induced by the ganglion stimulant DMPP; this effect could due to ganglion blockade and decreased Nor release at sympathetic nerve terminals which could also explain bradycardia and hypotension induced by FAT. In rat isolated atria, FAT (10, 30 and 100 μg/mL), caused negative chronotropism and positive inotropism. In rat papillary muscle, the effective refractory period was not altered, indicating that FAT did not interfere with the cardiac action potential. In rat isolated aorta, FAT (1.0; 3.0 and 10 μg/mL) produced endothelium- independent vasodilatation and shifted Nor cumulative concentration-response curve to the right, without inhibiting the agonist maximal response. This effect indicated α1-adrenergic receptors competitive blockade. Blockade of L-type calcium channel by FAT was not confirmed in cultured cardiac and uterus cells using the FURA-4 method to measure calcium influx. In rat vas deferens (DDR), FAT (10, 30 and 100 μg/mL) shifted Nor and ACh cumulative concentration-response curves to the right and potentiated the maximal effects. The results indicated many different activities of the total alkaloid fraction of G. argenteum: competitive α1-adrenergic receptors blockade and a non-competitive muscular nicotinic receptor blockade; positive inotropism and diaphragm twitch potentiation unrelated to potassium channel blockade during the muscle fiber repolarization, no inhibition of the muscle Ca+2-ATPase activity; potentiation of the rat vas deferens maximal responses to agonists is probably caused by intracellular second-messengers (IP3, DAG, PKC) activation, although no direct data confirm this possibility. === Geissospermum argenteum Woodson (Apocynaceae), conhecida como acariquara-branca, é utilizada popularmente para tratar malária, desordens gastrintestinais e como curare. Considerando o reduzido número de publicações científicas relatando a atividade farmacológica da espécie, o objetivo desse trabalho foi estudar os efeitos cardiovasculares de G. argenteum da Amazônia em roedores. O pó das cascas do caule foi extraído em Soxhlet obtendo-se o extrato hidroalcoólico (EHA). O EHA foi particionado com clorofórmio em diferentes pH, dando origem à fração clorofórmica (FCHCl3), e esta, à fração contendo os alcaloides totais (FAT). A purificação da FCHCl3 por cromatografia em coluna (CC), gerou 13 frações semipurificadas. A padronização da FAT em CLAE a 260 nm mostrou 9 picos principais com tempos de retenção que variaram de 3,5 a 23,5 min. A administração oral da FAT (10 a 100 mg/kg) não indicou ação central, no entanto, foram observados efeitos indicativos de ação curarizante quando administrados por via i.p. e e.v. Essa ação foi confirmada in vitro. A FAT (10 a 100 μg/mL) bloqueou as contrações do diafragma de rato induzidas por estímulo elétrico do nervo frênico. O bloqueio neuromuscular foi proporcional às concentrações e revertido após lavagem, mas não pela neostigmina (10-5 M). Nas mesmas concentrações, as contrações induzidas por estimulação direta das fibras do diafragma foram potenciadas. Em ratos anestesiados e sob respiração artificial, a injeção endovenosa da FAT (0,3 a 3,0 mg/kg) produziu hipotensão rápida e reversível, não bloqueada pela atropina (1,0 mg/kg). Em animais anestesiados e tratados com hexametônio, a hipertensão produzida pela FAT (2,0 mg/kg) não foi alterada pelo prazosin (1,0 mg/kg), indicando que o efeito hipertensor da FAT não é pelo aumento na liberação de noradrenalina (Nor) por estimulação ganglionar. A FAT (1,0 mg/kg) também não alterou os efeitos pressóricos produzidos pela Nor ou acetilcolina (ACh), indicando que não houve interação aparente dos alcaloides com receptores α1 dos vasos e, muscarínicos do coração (M2) e vasos (M3). Em outro protocolo, a FAT inibiu a hipertensão produzida pela maior dose do DMPP, que pode ter sido por redução na liberação da Nor por um bloqueio nicotínico ganglionar da FAT. Esse efeito também poderia explicar a bradicardia produzida simultaneamente ao efeito hipotensor da FAT. Em átrios isolados de rato, a FAT (10 a 100 μg/mL) produziu cronotropismo negativo e inotropismo positivo. Em músculo papilar de rato, o período refratário efetivo não foi alterado, indicando que a FAT não interfere com o potencial de ação cardíaco. Na aorta isolada de rato, a FAT (1,0 a 10 μg/mL) produziu vasodilatação independente do endotélio vascular e deslocamento da curva-cumulativa de Nor para a direita, sem diminuição do efeito máximo, indicando bloqueio competitivo dos receptores α1-adrenérgicos ou bloqueio do influxo de cálcio por canais do tipo L. No entanto, a FAT não inibiu o influxo de cálcio em culturas celulares com o método do Fura-4. Em ducto deferente de rato (DDR), a FAT (10 a 100 μg/mL) deslocou a curva-cumulativa de Nor para a direita e potenciou o efeito contrátil máximo produzido pela Nor e ACh. Os resultados obtidos mostraram muitos efeitos diferentes produzidos pela FAT da G. argenteum: bloqueio competitivo de receptores α1-adrenérgicos não-competitivo de receptores nicotínicos musculares; aumento do inotropismo e potenciação da contração do diafragma, não explicados por um bloqueio de canais de potássio durante a repolarização celular, nem por inibição da atividade da Ca+2-ATPase muscular. A potenciação do efeito máximo dos agonistas no DDR parece ser por ativação de segundos mensageiros intracelulares (talvez IP3, DAG ou PKC), mas não existem dados comprobatórios dessa ação.
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