Educar para a sabedoria do amor: a epifania do rosto do outro como uma pedagogia do êxodo
A partir de uma perspectiva teológica, esta tese aborda o conceito de alteridade de Emmanuel Lévinas, filósofo judeu francês-lituano, delineando decorrências para a reflexão e prática educativa libertadora. Trata-se de um encontro com a Ética da Alteridade que se pronuncia pelo viés...
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Format: | Others |
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Published: |
Faculdades EST
2010
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Online Access: | http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=264 |
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ndltd-IBICT-oai-est.edu.br-237 |
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Êxodo Ética Alteridade Educação RELIGIÃO E EDUCAÇÃO Alterity Ethics Exodus Education TEOLOGIA Luís Carlos Dalla Rosa Educar para a sabedoria do amor: a epifania do rosto do outro como uma pedagogia do êxodo |
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A partir de uma perspectiva teológica, esta tese aborda o conceito de alteridade de Emmanuel
Lévinas, filósofo judeu francês-lituano, delineando decorrências para a reflexão e prática
educativa libertadora. Trata-se de um encontro com a Ética da Alteridade que se pronuncia
pelo viés do amor à sabedoria dos gregos, mas tem seu sentido fecundado e nutrido pela
sabedoria do amor dos profetas. A contribuição que este estudo pretende oferecer, revelando
uma possível originalidade, pode ser anunciada nestes termos: a alteridade exprime uma
sabedoria pertinente para a consecução de uma educação ética, em que o sujeito é interpelado
para o êxodo, um sair de si mesmo ao encontro do outro. Daí o significado de uma educação
para a sabedoria do amor que colma o sentido da própria liberdade. A pesquisa dá atenção à
Palavra que ecoa o clamor do outro que solicita hospitalidade. Totalidade e infinito, uma das
obras-mestra do autor em pauta, mesmo que de forma não exclusiva, será a referência do
estudo que assume a fenomenologia hermenêutica como caminho descritivo e interpretativo,
tendo claro, entretanto, que a anterioridade ética levinasiana transborda os contornos de qual
seja a metodologia perquirida. A tese tem seis momentos. Primeiramente, o conceito de
alteridade é descrito na sua correlação com o rosto do outro. Em Lévinas, realiza-se uma
torção, um trauma, em que a razão da maiêutica, do cogito, da ontologia, da totalidade, do
primado do eu é profundamente questionada pelo rosto que se faz proximidade e anuncia o
logos do Infinito, da ética, da fecundidade, da hospitalidade. Denota-se, assim, o significado
do êxodo que tem seu desdobramento perscrutado, no segundo capítulo. Para além do poder
da violência, da guerra, da exclusão, enfim, do barbarismo que nega o outro, a ética exprime a
inaudita interpelação: ouvi o clamor do meu povo (Ex 3.7). No terceiro capítulo, a
alteridade é confrontada com a perspectiva histórico-cultural do Ocidente, salientando-se a
constante interdição do outro, sobretudo em relação ao rosto do estrangeiro, da mulher, da
criança, do jovem. Pois, é para o rosto do jovem que se volta o quarto capítulo, dando conta,
nesse recorte, que, na atual cultura capitalista de consumo, há um gritante descarte do
humano. Diante desse contexto, a partir do quinto capítulo, a educação é introduzida como
possibilidade em fomentar a sensibilidade ética na dinâmica de vida das pessoas. Encontrar o
outro é encontrar um mestre que interpela pela minha condição de sujeito, viabilizando o
ensino ético. Finalmente, o último capítulo, além de levar adiante a ideia de uma pedagogia
do êxodo, oferece um encontro da ética levinasiana com a pedagogia de Paulo Freire. A Ética
da Alteridade encontra, em Freire, uma educação que se desenvolve no horizonte da acolhida,
da hospitalidade, da não indiferença, enfim, da subjetividade fermentada pelo estatuto da
alteridade. === Starting from a theological perspective, this dissertation explores the concept of alterity or
otherness, as developed by Emmanuel Lévinas, a French-Lithuanian Jewish philosopher,
outlining consequences for both an educative liberating reflection and praxis. It is an
encounter with the Ethics of Alterity as expressed by the love of wisdom of the Greeks, but
which has its meaning fertilized and nourished by the wisdom of love of the prophets. The
contribution this study intends to offer, possibly revealing something original, may be thus
announced: alterity states a pertinent wisdom aiming at the fruition of an ethical education, in
which the subject is called to an exodus, a coming out of oneself toward another. Hence the
sense of an education to the wisdom of love that covers the meaning of one‟s own freedom.
This research paid attention to the Word that resounds the clamor of the other who asks for
hospitality. Totality and Infinite, one of the masterpieces of the above named author, although
not exclusively, shall be the reference to the study which assumes hermeneutic
phenomenology as both its descriptive and interpretative path. However, it goes without
saying that the ethical levinasian priority overflows the boundaries of what the research
methodology may be. The thesis is made up of six chapters. The first deals with the concept
of alterity the way it is described in its correlation with the face of the other. In Lévinas‟
writings, there is a kind of twisting, a trauma, in which the reason of maieutics, of cogito, of
ontology, of totality, of the primacy of the ego are deeply questioned by the face that makes
itself proximity and announces the logos of the Infinite, ethics, fertility, hospitality. Thus we
can perceive the meaning of the exodus that has its development scrutinized within the second
chapter. Over and above the power of violence, war, exclusion, in short, of barbarism that
denies the other, Ethics sets forth the unheard of interpellation: I have witnessed the
affliction of my people (Ex 3.7). In the third chapter, alterity is confronted with the western
historical-cultural perspective, emphasizing the permanent interdiction of the other, especially
as relating to the face of the foreigner, the woman, the child, the young. Then, it is with the
face of the young that the fourth chapter deals, in this section being up to the current capitalist
culture of consumption, where there exists an appalling discarding of the human. Within this
context, starting in the fifth chapter, education is introduced as a possibility to incite the
ethical sensibility within the life dynamics of the human being. To meet the other is to meet a
master who questions my condition as subject, making an ethical teaching possible. Finally,
the last chapter, besides promoting the idea of an exodus pedagogy, presents an encounter of
the levinasian ethics with Paulo Freire‟s pedagogy. The Ethics of alterity meets in Freire with
an education that develops in the horizon of welcoming, hospitality, non-indifference, in
short, of subjectivity leavened by the norms of alterity. |
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Rudolf von Sinner |
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Rudolf von Sinner Luís Carlos Dalla Rosa |
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ndltd-IBICT-oai-est.edu.br-2372018-09-16T07:36:19Z Educar para a sabedoria do amor: a epifania do rosto do outro como uma pedagogia do êxodo Luís Carlos Dalla Rosa Rudolf von Sinner Luiz Carlos Susin Gisela Isolde Waechter Streck Enio Ronald Mueller Ricardo Timm de Souza Êxodo Ética Alteridade Educação RELIGIÃO E EDUCAÇÃO Alterity Ethics Exodus Education TEOLOGIA A partir de uma perspectiva teológica, esta tese aborda o conceito de alteridade de Emmanuel Lévinas, filósofo judeu francês-lituano, delineando decorrências para a reflexão e prática educativa libertadora. Trata-se de um encontro com a Ética da Alteridade que se pronuncia pelo viés do amor à sabedoria dos gregos, mas tem seu sentido fecundado e nutrido pela sabedoria do amor dos profetas. A contribuição que este estudo pretende oferecer, revelando uma possível originalidade, pode ser anunciada nestes termos: a alteridade exprime uma sabedoria pertinente para a consecução de uma educação ética, em que o sujeito é interpelado para o êxodo, um sair de si mesmo ao encontro do outro. Daí o significado de uma educação para a sabedoria do amor que colma o sentido da própria liberdade. A pesquisa dá atenção à Palavra que ecoa o clamor do outro que solicita hospitalidade. Totalidade e infinito, uma das obras-mestra do autor em pauta, mesmo que de forma não exclusiva, será a referência do estudo que assume a fenomenologia hermenêutica como caminho descritivo e interpretativo, tendo claro, entretanto, que a anterioridade ética levinasiana transborda os contornos de qual seja a metodologia perquirida. A tese tem seis momentos. Primeiramente, o conceito de alteridade é descrito na sua correlação com o rosto do outro. Em Lévinas, realiza-se uma torção, um trauma, em que a razão da maiêutica, do cogito, da ontologia, da totalidade, do primado do eu é profundamente questionada pelo rosto que se faz proximidade e anuncia o logos do Infinito, da ética, da fecundidade, da hospitalidade. Denota-se, assim, o significado do êxodo que tem seu desdobramento perscrutado, no segundo capítulo. Para além do poder da violência, da guerra, da exclusão, enfim, do barbarismo que nega o outro, a ética exprime a inaudita interpelação: ouvi o clamor do meu povo (Ex 3.7). No terceiro capítulo, a alteridade é confrontada com a perspectiva histórico-cultural do Ocidente, salientando-se a constante interdição do outro, sobretudo em relação ao rosto do estrangeiro, da mulher, da criança, do jovem. Pois, é para o rosto do jovem que se volta o quarto capítulo, dando conta, nesse recorte, que, na atual cultura capitalista de consumo, há um gritante descarte do humano. Diante desse contexto, a partir do quinto capítulo, a educação é introduzida como possibilidade em fomentar a sensibilidade ética na dinâmica de vida das pessoas. Encontrar o outro é encontrar um mestre que interpela pela minha condição de sujeito, viabilizando o ensino ético. Finalmente, o último capítulo, além de levar adiante a ideia de uma pedagogia do êxodo, oferece um encontro da ética levinasiana com a pedagogia de Paulo Freire. A Ética da Alteridade encontra, em Freire, uma educação que se desenvolve no horizonte da acolhida, da hospitalidade, da não indiferença, enfim, da subjetividade fermentada pelo estatuto da alteridade. Starting from a theological perspective, this dissertation explores the concept of alterity or otherness, as developed by Emmanuel Lévinas, a French-Lithuanian Jewish philosopher, outlining consequences for both an educative liberating reflection and praxis. It is an encounter with the Ethics of Alterity as expressed by the love of wisdom of the Greeks, but which has its meaning fertilized and nourished by the wisdom of love of the prophets. The contribution this study intends to offer, possibly revealing something original, may be thus announced: alterity states a pertinent wisdom aiming at the fruition of an ethical education, in which the subject is called to an exodus, a coming out of oneself toward another. Hence the sense of an education to the wisdom of love that covers the meaning of one‟s own freedom. This research paid attention to the Word that resounds the clamor of the other who asks for hospitality. Totality and Infinite, one of the masterpieces of the above named author, although not exclusively, shall be the reference to the study which assumes hermeneutic phenomenology as both its descriptive and interpretative path. However, it goes without saying that the ethical levinasian priority overflows the boundaries of what the research methodology may be. The thesis is made up of six chapters. The first deals with the concept of alterity the way it is described in its correlation with the face of the other. In Lévinas‟ writings, there is a kind of twisting, a trauma, in which the reason of maieutics, of cogito, of ontology, of totality, of the primacy of the ego are deeply questioned by the face that makes itself proximity and announces the logos of the Infinite, ethics, fertility, hospitality. Thus we can perceive the meaning of the exodus that has its development scrutinized within the second chapter. Over and above the power of violence, war, exclusion, in short, of barbarism that denies the other, Ethics sets forth the unheard of interpellation: I have witnessed the affliction of my people (Ex 3.7). In the third chapter, alterity is confronted with the western historical-cultural perspective, emphasizing the permanent interdiction of the other, especially as relating to the face of the foreigner, the woman, the child, the young. Then, it is with the face of the young that the fourth chapter deals, in this section being up to the current capitalist culture of consumption, where there exists an appalling discarding of the human. Within this context, starting in the fifth chapter, education is introduced as a possibility to incite the ethical sensibility within the life dynamics of the human being. To meet the other is to meet a master who questions my condition as subject, making an ethical teaching possible. Finally, the last chapter, besides promoting the idea of an exodus pedagogy, presents an encounter of the levinasian ethics with Paulo Freire‟s pedagogy. The Ethics of alterity meets in Freire with an education that develops in the horizon of welcoming, hospitality, non-indifference, in short, of subjectivity leavened by the norms of alterity. 2010-09-28 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://tede.est.edu.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=264 por info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf Faculdades EST Programa de Teologia EST BR reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do EST instname:Faculdades EST instacron:EST |