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Previous issue date: 2009-02-12 === RESUMO
A fusariose do abacaxizeiro, causada pelo fungo Fusarium subglutinans f. sp.
ananas (Sin.: F. guttiforme), é a doença de maior importância para a cultura do
abacaxizeiro. O uso de cultivares resistentes tem sido descrito como o método mais
eficiente para o controle da doença. A cultivar de abacaxi Vitória (cv. Vitória),
selecionada pelo INCAPER, apresenta resistência à fusariose e características
agronômicas semelhantes ou superiores àquelas apresentadas pelos cultivares
Pérola e Smooth Cayenne tradicionalmente plantadas. Neste trabalho, objetivou-se
determinar os fatores relacionados com a resistência à fusariose no abacaxizeiro cv.
Vitória. Os mecanismos de defesa desta cultivar foram avaliados através de análises
histológicas, bioquímicas e microbiológicas utilizando-se dois cultivares suscetíveis à
fusariose (Pérola e Smooth Cayenne) como controle. Observou-se, após 48 horas
de inoculação da cv. Vitória, que os tecidos apresentaram respostas mais rápidas e
eficazes de espessamento de parede e produção de camada de células
suberificadas comparado com as cv. Pérola e Smooth Cayenne. A análise
histoquímica revelou um padrão de distribuição tecidual dos compostos analisados
semelhante entre as três cultivares avaliadas em diferentes tratamentos
(constitutivamente, imediatamente após a inoculação com fungo e 48 h após a
inoculação). Por outro lado, as cultivares apresentaram diferenças na intensidade de
coloração indicativa da presença de compostos fenólicos totais e ligados, sendo que
a cv. Vitória apresentou-se mais fortemente corada. Este dado foi confirmado
através da dosagem de fenóis ligados à parede celular, em que a cv. Vitória
apresentou valores mais elevados (1,63 μg de fenol/mg de folha) quando
comparados com a cv. Smooth Cayenne (1,26 μg de fenol/mg de folha) e cv. Pérola
(0,26 μg de fenol/mg de folha). Ao contrário disto, o teor de fenóis livres foi mais
elevado para a cv. Smooth Cayenne. A dosagem do conteúdo de proteínas totais
revelou uma maior concentração de proteínas nas folhas da cv. Vitória comparada
com as outras duas cultivares. O extrato destas proteínas foi avaliado quanto a sua
atividade antifúngica, revelando uma maior capacidade inibitória contra F.
subglutinans f. sp. ananas quando o extrato da cv. Vitória foi utilizado. A cv. Vitória
apresentou também mecanismos de espessamento de parede das células mais
eficientes após injúria mecânica, comparado com as cultivares controle submetidas
aos mesmos tratamentos. Os resultados apresentados sugerem que o cv. Vitória
apresenta um mecanismo de resistência baseado no espessamento e lignificação da
parede celular envolvendo a atuação de proteínas e compostos fenólicos.
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