GIRAS DE PRETOS VELHOS EM UM TERREIRO DE UMBANDA: LUGARES E EVENTOS DE CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIAS AFRO-BRASILEIRAS

Made available in DSpace on 2018-08-02T00:15:12Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_11480_Dissertação última versão 20.12.2017-1.pdf: 5181263 bytes, checksum: b27b265ce20f454a2e6ed530ae126a2d (MD5) Previous issue date: 2017-11-17 === RESUMO A presente pesquisa analisa as memórias de cambones relati...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: NASCIMENTO, M. S.
Other Authors: GUIMARAES, A. A.
Format: Others
Published: Universidade Federal do Espírito Santo 2018
Online Access:http://repositorio.ufes.br/handle/10/9898
Description
Summary:Made available in DSpace on 2018-08-02T00:15:12Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_11480_Dissertação última versão 20.12.2017-1.pdf: 5181263 bytes, checksum: b27b265ce20f454a2e6ed530ae126a2d (MD5) Previous issue date: 2017-11-17 === RESUMO A presente pesquisa analisa as memórias de cambones relativas aos saberes e à crença nos poderes de cura das entidades Pretos Velhos. Para organizar o trabalho foi necessário entender o conceito de memória para um aprofundamento nos relatos das entidades enquanto pessoas que, no passado, viveram no Brasil como escravos e hoje são espíritos divinizados presentes em ritos, juntamente com pessoas no Grupo de Umbanda Aprendizes do Amor. A gira de Pretos Velhos remete às narrativas que sustentam o entendimento sobre o que foi a vida destes no cativeiro e, como médiuns, a partir da incorporação, atualizam os significados por meio de rituais religiosos. Durante a pesquisa foram feitas entrevistas e conversas informais com Pretos Velhos e cambones, além de entrevistas com o Pai de Santo e com o Pai Pequeno do terreiro. A partir da vivência durante as giras foi possível observar elementos característicos das entidades quando se trata de cultura, religião e a performance dos médiuns incorporados. Um fator observado durante a etnografia é o que diferencia os Pretos Velhos de entidades como os Caboclos, Exus e Pombas Giras na forma de tratamento durante as consultas. Entidades e consulentes demonstram uma ligação familiar na qual as entidades são tratadas como vovó, vovô, mãe e pai. Logo, os consulentes são chamados de filhos ou filhas fortalecendo laços entre os participantes do diálogo. Nas observações dos rituais percebe-se que em nenhum momento os guias demonstram o comportamento de escravizados. Eles transmitem seus saberes como forma de resgate de suas práticas ancestrais de cura trazidas a partir da diáspora africana. A constatação baseada nas experiências vividas durante as etnografias foi a devoção por parte dos frequentadores do terreiro pesquisado em relação aos Pretos Velhos e, em nenhum momento, a percepção de submissão por parte das entidades, o que demonstra a resistência dos escravizados no passado e, na contemporaneidade, a afirmação de sua senioridade. Palavras-chave: Memória, Rituais, Religião, Umbanda, Pretos Velhos.