Thaptomys Thomas (1916) (Rodentia, Cricetidae): um gênero monotípico? Uma abordagem citogenética e molecular

Made available in DSpace on 2018-08-01T23:48:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_6334_Dissertação Victor Hugo Colombi Versão Final20160614-85358.pdf: 1484684 bytes, checksum: 8726f3a1e36f473f53ea9ed248ad794f (MD5) Previous issue date: 2013-02-26 === Thaptomys é um gênero endêmico da Mata Atlântic...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: COLOMBI, V. H.
Other Authors: VENTURA, K.
Format: Others
Published: Universidade Federal do Espírito Santo 2018
Online Access:http://repositorio.ufes.br/handle/10/9415
Description
Summary:Made available in DSpace on 2018-08-01T23:48:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_6334_Dissertação Victor Hugo Colombi Versão Final20160614-85358.pdf: 1484684 bytes, checksum: 8726f3a1e36f473f53ea9ed248ad794f (MD5) Previous issue date: 2013-02-26 === Thaptomys é um gênero endêmico da Mata Atlântica, com ocorrência da BA ao RS, leste do Paraguai e nordeste da Argentina. É considerado monotípico sendo T. nigrita a única espécie. Cromossomicamente, é caracterizado por dois números diploides: 2n=52/NFa=52, observado na maior parte da distribuição geográfica do gênero, e 2n=50/NFa=48, exclusivo da BA. Em trabalho prévio, análises filogenéticas recuperaram dois clados congruentes com os cariótipos e foi proposto que cada um corresponderia a táxons distintos. Morfologicamente, amostras da BA apresentaram distinção sutil das demais localidades, mas não foi significativa. Alguns estudos abordam aspectos da sistemática e evolução de T. nigrita. A maioria não se concentrou em avaliar a variabilidade intragenética utilizando amostragem representativa com dados cariotípicos e moleculares. Neste trabalho foram descritos e comparados cariótipos de Thaptomys de 25 localidades de sete Estados brasileiros e Argentina. Os cariótipos foram comparados pelas técnicas CBG, GTG, FISH com sondas teloméricas e pintura de cromossomos para propor os mecanismos envolvidos na diferenciação dos cariótipos. Também foram inferidas as relações filogenéticas a partir de sequências de Citocromo b e IRBP. Observaram-se cinco números diploides (2n=48-52) e dois NFa (48 e 52), configurando sete cariótipos. Os 2n=48,49a,49b,50b e 51 são relatados pela primeira vez na literatura. Possuem cromossomos grandes de dois braços, originados por fusões cêntricas Robertisonianas entre cromossomos acrocêntricos inteiros correspondentes nas carioformas com 2n=52/2n=50a. Assim existem dois padrões evolutivos cromossômicos em Thaptomys: um com eventos de fusão cêntrica (2n=51-48); e outro com evento de fusão em tandem e inversão pericêntrica (2n=50a). Esses rearranjos podem produzir efeitos meióticos deletérios, mas tem-se dificuldade em detectar híbridos e evidências de isolamento reprodutivo, sendo necessários cruzamentos experimentais. Do ponto de vista do Conceito Biológico de Espécie são observados três táxons: (I) 2n=52/NFa=52;(II) 2n=50/NFa=48;e (III) 2n=51,50,49, e 48/NFa=52. Nas análises filogenéticas, nenhum dos cariótipos foi recuperado como monofilético para ambos os genes, com baixa divergência entre os cariótipos (1,2-2,2%). Diferentes conjuntos de dados e métodos para delimitação das espécies podem resultar em conclusões ambíguas ou conflitantes. Neste estudo a análise de vários critérios operacionais levaram à falta de apoio estatístico nas divergências morfométricas. As evidências citogenéticas e moleculares mostraram que: não há descontinuidade genética entre populações com diferentes cariótipos; nenhum dos cariótipos foi recuperado como monofilético; há baixa divergência genética entre indivíduos com cariótipos distintos; e as formas cariotípicas variantes são derivadas de 2n=52. Por isso, propomos que Thaptomys permaneça monotípico, representado por T. nigrita.