A Representação Clerical da Bruxaria no Século XV: o Livro V do Formicarius, de Johannes Nider.

Made available in DSpace on 2018-08-01T23:44:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_7898_Dissertação MESTRADO - Roni Tomazelli.pdf: 1008929 bytes, checksum: fc880f3e9a82c3cdba67669c817bc288 (MD5) Previous issue date: 2016-06-29 === Na primeira metade do século XV, o teólogo e reformador dominicano J...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: TOMAZELLI, R.
Other Authors: SANTOS, D. O. A.
Format: Others
Published: Universidade Federal do Espírito Santo 2018
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufes.br/handle/10/9266
Description
Summary:Made available in DSpace on 2018-08-01T23:44:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_7898_Dissertação MESTRADO - Roni Tomazelli.pdf: 1008929 bytes, checksum: fc880f3e9a82c3cdba67669c817bc288 (MD5) Previous issue date: 2016-06-29 === Na primeira metade do século XV, o teólogo e reformador dominicano Johannes Nider foi responsável pela elaboração do Formicarius (1436-1437), tratado de forte conteúdo doutrinal e moralizante. O documento se insere em um intenso movimento de reforma da cristandade após os percalços vivenciados pela sociedade europeia ao longo do século XIV e se encontra entre os primeiros escritos a apresentar os contornos da emergente conceituação e representação da bruxaria demoníaca. Na esteira das transformações religiosas, culturais e sociais no ocidente medieval, as práticas mágicas e supersticiosas, entendidas na Alta Idade Média como ilusões provocadas pelo diabo sobre indivíduos de pouca fé, receberam uma nova caracterização. Tais práticas, associadas ao crime de heresia, vieram a formar o estereótipo demoníaco da bruxaria. Esse novo modelo de malignidade, pautado na crença da existência de uma nova seita de adoradores demoníacos que se reuniam em assembleias noturnas, nas quais profanavam os símbolos e rituais do cristianismo e cometiam as mais execráveis ações ao gênero humano, serviu como justificação ao movimento de caça às bruxas que teve lugar entre os séculos XV e XVII. Partimos da hipótese de que o ambiente de medo e incerteza suscitado pelas inconstâncias do século XIV impeliu a Igreja em uma busca incessante pela identificação do inimigo esse, por sua vez, era encontrado ipso facto junto às minorias medievais e dos indivíduos considerados desviantes e portadores de estigmas físicos e morais que justificavam sua exclusão. Nesse sentido, temos como objetivo compreender melhor os mecanismos de estigmatização das minorias medievais no âmbito dos discursos clericais de demonização da bruxaria.