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Previous issue date: 2017-09-29 === Esta tese pretende compreender os motivos que fazem do ensaio a forma de escrita mais
frequente na crítica literária brasileira do século XXI, num momento em que a crítica
realiza uma revisão de sua atuação. Com esse intuito, os conceitos de dispositivo e
contradispositivo, de Michel Foucault, tornam-se ponto de partida para a reflexão, o que
permite reconhecer no ensaio a possibilidade de novos caminhos para a racionalidade no
mundo contemporâneo, junto à literatura. O estudo acompanha o percurso do ensaio,
que se desenvolve lado a lado com o processo de formação do pensamento crítico desde
Michel de Montaigne, passando pela forte tradição crítica do Romantismo alemão,
resgatada por Georg Lukács e Walter Benjamin, até encontrar, a partir da segunda
metade do século XX, em Theodor Adorno e Roland Barthes desdobramentos ainda
mais complexos para o ensaio crítico-filosófico. A partir dessas premissas, o trabalho de
análise vai ao encontro de autores que exploram as possibilidades do ensaio em suas
obras, tornando indissociáveis, em muitos momentos, texto literário e texto de crítica.
As reflexões se voltam para os estudos teóricos e críticos de literatura, com destaque
para os textos de Antonio Candido, Roberto Schwarz, Silviano Santiago, João Cezar de
Castro Rocha, Alberto Pucheu e Nuno Ramos, com o objetivo de trazer à tona as
contribuições do ensaio para os estudos literários no Brasil. Sobretudo no que se refere à
inserção dos recursos estéticos da linguagem aos procedimentos de análise crítica,
chegando a aproximar os extremos da constante flutuação entre a ordem objetiva e a
ordem subjetiva da escrita literária, realçando a presença autoral e o posicionamento
ético diante dos temas sobre os quais os autores arrolados nesta tese se propõem a
pensar.
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