Summary: | Made available in DSpace on 2018-08-01T23:41:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1
tese_10934_MARIA CAROLINA ROSEIRO.pdf: 9278376 bytes, checksum: f37f09b53cf5e8671c795b57ad7567f3 (MD5)
Previous issue date: 2017-04-07 === Os problemas disparadores dessa pesquisa referem-se às normalizações, quanto aos
saberes das sexualidades e dos gêneros dissidentes, e aos jogos de verdade que as
acompanham, na constituição de discursos que legitimam a psicologia como campo
disciplinar alinhado aos discursos médicos patologizantes das subjetividades
contrahegemônicas. Buscamos, a partir dessas problematizações iniciais, a proposta de uma
pesquisa-intervenção no campo dos currículos em psicologia e dos processos de subjetivação
na produção desses discursos e saberes em sexualidades e gênero.
Consideramos que outros regimes de verdade podem ser construídos ao refutarmos o
privilégio desses discursos acadêmicos em relação a modos de produção de conhecimento
que emergem dos ativismos e das vivências das dissidências de gênero. Contudo, ainda nos
propomos à produção de discurso acadêmico, que afirmamos como campo estratégico, no
qual somos convocadas a posicionamentos e implicações ético-estético-políticos que se
articulam a esses e outros ativismos e movimentos sociais.
Situamo-nos entre os estudos dos processos de subjetivação, em referência às
afirmações de Foucault (2004) quanto a uma produção política dos discursos e dos sujeitos do
conhecimento, bem como dos seus processos de objetivação, visto que trataremos de relações
de poder na constituição dos saberes que se articulam, no dispositivo da sexualidade,
enquanto objeto legitimado ao campo da psicologia. Nesse sentido, dispomo-nos a
movimentos de pesquisa nos quais os tensionamentos nos interessam onde as práticas
discursivas se atritam e se articulam nos jogos de verdade que autorizam e desapropriam
saberes na psicologia. A análise institucional incide na constituição desse campo,
viabilizando essa mobilidade de um percurso cartográfico, no qual analisadores e implicações
se colocam como dispositivos de uma pesquisa-intervenção.
Neste campo movediço, no qual buscaremos transitar ou transicionar, reconhecemos
um lugar autorizado à psicologia, em que se demanda um discurso verdadeiro sobre
sexualidades e gênero, legitimado pelo status de ciência que responde às questões da
intimidade dos sujeitos. Essa posição enunciadora, que a priori normaliza experiências de si
múltiplas e diversas será discutida na produção de currículos em psicologia, em seus
tensionamentos e confluências com expressões das dissidências sexuais e de gênero,
compondo narrativas que se costuram em percursos de coletivos e ativismos feministas e
LGBT´s, bem como na proposta de uma disciplina na graduação em psicologia, por meio de
estágio em docência. Na transversalidade desses percursos, o texto se prolifera por análise
das implicações vividas e convividas, entre as quais compomos as narrativas dessa
dissertação, questão de uma busca, ainda que incipiente, das dissidências de gênero enquanto
o lugar de um não-homem, pela descolonização do sujeito epistêmico.
Palavras-chave: gêneros; sexualidades; normalização; subjetivação; discursos; currículos;
educação; transversalidade; dissidências.
|