Avaliação dos efeitos vasculares do sildenafil na aterosclerose experimental

Made available in DSpace on 2018-08-01T22:59:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_6523_Tese Camille de Moura Balarini.pdf: 1396548 bytes, checksum: 941d0279bb8eac0b6dca9456fdd38959 (MD5) Previous issue date: 2013-05-13 === A disfunção endotelial é uma condição sine qua non ao desenvolvimento da at...

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Main Author: BALARINI, C. M.
Other Authors: Alessandra Simao Padilha
Format: Others
Published: Universidade Federal do Espírito Santo 2018
Online Access:http://repositorio.ufes.br/handle/10/8054
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Utilizou-se camundongos machos, das linhagens C57BL/6 (CT) e nocautes para a apolipoproteína E (apoE-/-), os quais receberam dieta aterogênica à partir de 8 semanas de vida, durante as 10 semana subsequentes. Os camundongos apoE-/- foram divididos em 2 grupos: animais tratados, que receberam citrato de sildenafil por via oral durante 3 semanas (40mg/Kg/dia, n=3-10) e veículos, que receberam apenas veículo (n=3-10). Os animais CT foram usados como controles. Ao final do tratamento, os animais foram eutanasiados e tiveram a aorta torácica removida e cortada em anéis para estudos de função vascular. A função vascular foi avaliada por meio da construção de curvas concentração-resposta à ACh (100 pM 30 RM) ou nitroprussiato de sódio (NPS, 10 pM 30 RM), após pré-contração com fenilefrina (Phe, 10 RM). Para avaliar a influência do NO e das espécies reativas de oxigênio (ROS) na resposta vasodilatadora, os anéis foram pré-incubados com L-NAME (100 RM) ou apocinina (300 RM), respectivamente. Em um grupo diferente, após o fim o tratamento os animais tiveram suas aortas retiradas e processadas para avaliação histológica da deposição de placa aterosclerótica (coloração com Oil Red), produção de ROS (marcação com dihidroetídeo - DHE) e de NO (marcação com diaminofluoresceína - DAF). As respostas vasodilatadoras estão expressas como percentual de relaxamento em relação ao valor da pré-contração. A resposta máxima (Rmáx) e o log da dose de droga que provocou metade da resposta máxima (EC50) foram calculados. Resultados de bloqueios farmacológicos foram expressos como a diferença na área abaixo da curva na presença e ausência do inibidor (dAUC). Os resultados estão expressos como média ± EPM. As comparações estatísticas foram feitas por ANOVA, seguida do post hoc de Tuckey. *p<0.05 ou **p<0.01 vs. CT; #p<0.05 ou ##p<0.01 vs. apoE-/- veículo; §p<0,05 ou §§p<0,01 vs. mesmo grupo sem bloqueio. Os animais apoE-/- demonstraram marcante disfunção endotelial (Rmáx: 66±9,7* e pEC50: 6,1±0,1**) quando comparados aos controles (Rmáx: 87±3,6 e pEC50: 7,3±0,1), a qual foi revertida pelo tratamento com sildenafil (Rmáx: 95±3,1# e pEC50: 7,2±0,3##). Tal disfunção não se deve à redução da sensibilidade do músculo liso vascular ao NO, uma vez que não foram observadas diferenças nas respostas ao NPS. O papel do NO na vasodilatação à ACh em animais apoE-/- estava diminuído (dAUC: 58,3±16,8** vs. CT: 230±10,6) e foi restabelecido nos animais tratados (233±10,2##). Ainda, a influência das ROS na vasodilatação reduzida dos animais apoE-/- foi revertida pelo sildenafil (CT Rmáx: 84±5,2 e pEC50: 7,3±0,2; apoE-/- Rmáx: 101±4,6§§ e pEC50: 7,3±0,2§§; apoE-/- sildenafil Rmáx: 94±3,7 e pEC50: 7,2±0,2). A análise da deposição de placa aterosclerótica revelou marcante deposição de placa nos apoE-/- quando comparados aos animais CT (37,7±3,4** vs. 0,4±0,4%) e que houve uma redução de aproximadamente 40% na deposição de placa nos animais apoE-/- tradados com sildenafil (37,7±3,4 vs. 21,3±5,0#). Ainda, observou-se que mesmo os animais controle apresentam um nível basal de produção de espécies reativas de oxigênio (2,25±0,12). Nos animais apoE-/- veículo, houve um aumento do estresse oxidativo (3,47±0,41*), o qual foi revertido aos níveis do controle pelo tratamento com sildenafil (2,42±0,21#). Os camundongos ateroscleróticos que receberam veículo apresentaram redução da produção de NO quando comparados aos controles normocolesterolêmicos (38±5,2 vs. 17,8±1,2*). O tratamento crônico com sildenafil foi capaz de reverter completamente este quadro nos animais ateroscleróticos (17,8±1,2 vs. 38,2±6,8#). Desta maneira, é possível concluir que o tratamento com sildenafil melhora a função endotelial na aterosclerose experimental. Os mecanismos envolvidos nesta resposta não envolvem o incremento da sensibilidade do músculo liso vascular ao NO, mas sim o restabelecimento do NO na vasodilatação dependente do endotélio, provavelmente devido ao incremento da biodisponibilidade desta molécula por conta do estresse oxidativo reduzido e do aumento de sua produção. A melhora na função vascular se reflete na redução da deposição de placa aterosclerótica em aorta. Palavras-chave: aterosclerose, disfunção endotelial, óxido nítrico, sildenafil.
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Dentre tais agentes, destaca-se o sildenafil, uma vez que inibe a enzima fosfodiesterase 5 (PDE5), responsável por degradar o cGMP, o principal segundo mensageiro do NO. Desta maneira, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos vasculares do sildenafil na aterosclerose experimental. Utilizou-se camundongos machos, das linhagens C57BL/6 (CT) e nocautes para a apolipoproteína E (apoE-/-), os quais receberam dieta aterogênica à partir de 8 semanas de vida, durante as 10 semana subsequentes. Os camundongos apoE-/- foram divididos em 2 grupos: animais tratados, que receberam citrato de sildenafil por via oral durante 3 semanas (40mg/Kg/dia, n=3-10) e veículos, que receberam apenas veículo (n=3-10). Os animais CT foram usados como controles. Ao final do tratamento, os animais foram eutanasiados e tiveram a aorta torácica removida e cortada em anéis para estudos de função vascular. A função vascular foi avaliada por meio da construção de curvas concentração-resposta à ACh (100 pM 30 RM) ou nitroprussiato de sódio (NPS, 10 pM 30 RM), após pré-contração com fenilefrina (Phe, 10 RM). Para avaliar a influência do NO e das espécies reativas de oxigênio (ROS) na resposta vasodilatadora, os anéis foram pré-incubados com L-NAME (100 RM) ou apocinina (300 RM), respectivamente. Em um grupo diferente, após o fim o tratamento os animais tiveram suas aortas retiradas e processadas para avaliação histológica da deposição de placa aterosclerótica (coloração com Oil Red), produção de ROS (marcação com dihidroetídeo - DHE) e de NO (marcação com diaminofluoresceína - DAF). As respostas vasodilatadoras estão expressas como percentual de relaxamento em relação ao valor da pré-contração. A resposta máxima (Rmáx) e o log da dose de droga que provocou metade da resposta máxima (EC50) foram calculados. Resultados de bloqueios farmacológicos foram expressos como a diferença na área abaixo da curva na presença e ausência do inibidor (dAUC). Os resultados estão expressos como média ± EPM. As comparações estatísticas foram feitas por ANOVA, seguida do post hoc de Tuckey. *p<0.05 ou **p<0.01 vs. CT; #p<0.05 ou ##p<0.01 vs. apoE-/- veículo; §p<0,05 ou §§p<0,01 vs. mesmo grupo sem bloqueio. Os animais apoE-/- demonstraram marcante disfunção endotelial (Rmáx: 66±9,7* e pEC50: 6,1±0,1**) quando comparados aos controles (Rmáx: 87±3,6 e pEC50: 7,3±0,1), a qual foi revertida pelo tratamento com sildenafil (Rmáx: 95±3,1# e pEC50: 7,2±0,3##). Tal disfunção não se deve à redução da sensibilidade do músculo liso vascular ao NO, uma vez que não foram observadas diferenças nas respostas ao NPS. O papel do NO na vasodilatação à ACh em animais apoE-/- estava diminuído (dAUC: 58,3±16,8** vs. CT: 230±10,6) e foi restabelecido nos animais tratados (233±10,2##). Ainda, a influência das ROS na vasodilatação reduzida dos animais apoE-/- foi revertida pelo sildenafil (CT Rmáx: 84±5,2 e pEC50: 7,3±0,2; apoE-/- Rmáx: 101±4,6§§ e pEC50: 7,3±0,2§§; apoE-/- sildenafil Rmáx: 94±3,7 e pEC50: 7,2±0,2). A análise da deposição de placa aterosclerótica revelou marcante deposição de placa nos apoE-/- quando comparados aos animais CT (37,7±3,4** vs. 0,4±0,4%) e que houve uma redução de aproximadamente 40% na deposição de placa nos animais apoE-/- tradados com sildenafil (37,7±3,4 vs. 21,3±5,0#). Ainda, observou-se que mesmo os animais controle apresentam um nível basal de produção de espécies reativas de oxigênio (2,25±0,12). Nos animais apoE-/- veículo, houve um aumento do estresse oxidativo (3,47±0,41*), o qual foi revertido aos níveis do controle pelo tratamento com sildenafil (2,42±0,21#). Os camundongos ateroscleróticos que receberam veículo apresentaram redução da produção de NO quando comparados aos controles normocolesterolêmicos (38±5,2 vs. 17,8±1,2*). O tratamento crônico com sildenafil foi capaz de reverter completamente este quadro nos animais ateroscleróticos (17,8±1,2 vs. 38,2±6,8#). Desta maneira, é possível concluir que o tratamento com sildenafil melhora a função endotelial na aterosclerose experimental. Os mecanismos envolvidos nesta resposta não envolvem o incremento da sensibilidade do músculo liso vascular ao NO, mas sim o restabelecimento do NO na vasodilatação dependente do endotélio, provavelmente devido ao incremento da biodisponibilidade desta molécula por conta do estresse oxidativo reduzido e do aumento de sua produção. A melhora na função vascular se reflete na redução da deposição de placa aterosclerótica em aorta. Palavras-chave: aterosclerose, disfunção endotelial, óxido nítrico, sildenafil. 2018-08-01T22:59:18Z 2018-08-01 2018-08-01T22:59:18Z 2013-05-13 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis BALARINI, C. M., Avaliação dos efeitos vasculares do sildenafil na aterosclerose experimental http://repositorio.ufes.br/handle/10/8054 info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf Universidade Federal do Espírito Santo Doutorado em Ciências Fisiológicas Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas UFES BR reponame:Repositório Institucional da UFES instname:Universidade Federal do Espírito Santo instacron:UFES