Caracterização da resposta inflamatória local induzida pela Peçonha do peixe-escorpião Scorpaena plumieri

Made available in DSpace on 2018-08-01T22:58:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_4817_Dissertação Thiago Nunes de Menezes.pdf: 4860272 bytes, checksum: 72658e9a1cac1ffab09fc35264ee3401 (MD5) Previous issue date: 2011-04-25 === O envenenamento em humanos causado por acidentes com o peixe Scorpaena...

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Bibliographic Details
Main Author: MENEZES, T. N.
Other Authors: BISSOLI, N. S.
Format: Others
Published: Universidade Federal do Espírito Santo 2018
Online Access:http://repositorio.ufes.br/handle/10/7958
Description
Summary:Made available in DSpace on 2018-08-01T22:58:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_4817_Dissertação Thiago Nunes de Menezes.pdf: 4860272 bytes, checksum: 72658e9a1cac1ffab09fc35264ee3401 (MD5) Previous issue date: 2011-04-25 === O envenenamento em humanos causado por acidentes com o peixe Scorpaena plumieri produz dor intensa e imediata, e edema local. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar experimentalmente a resposta inflamatória local aguda induzida pela peçonha de S. plumieri (SpV). Utilizando o teste da pata de camundongo, foi demonstrado que SpV (7,5 100 µg de proteína) induz intenso edema e nocicepção local e tanto a intensidade quanto a persistência do edema são dose dependente. O tratamento prévio dos animais com inibidor de serino-proteases (aprotinina) ou com antagonista do receptor B2 de bradicinina (HOE-140) reduziram significativamente a resposta edematogênica, demonstrando o direto envolvimento do sistema calicreína-cinina. Entretanto, o pré-tratamento com outros antiinflamatórios (anti-histamínico e inibidor da COX-2) tiveram menor efeito sobre esta resposta. Dosagens dos níveis de mediadores pró-inflamatórios por citometria de fluxo no sobrenadante de extratos das patas, 2h após a injeção de SpV (15 µg de proteína), revelaram níveis elevados das citocinas TNF e IL-6 e da quimiocina MCP-1. Os níveis elevados desses mediadores podem ser associados com as alterações histopatológicas observadas no tecido injuriado, caracterizadas por infiltrado celular com predominância de neutrófilos (6h) e células mononucleadas (12h após a injeção), além de edema intenso da derme. Dessa forma pode-se sugerir que as cininas, juntamente com as citocinas, podem regular a migração e o acúmulo de leucócitos no tecido inflamado. Uma fração protéica pró-inflamatória foi purificada da peçonha bruta por cromatografia de filtração molecular e troca aniônica; essa fração reproduziu a resposta edematogênica de SpV. Neste trabalho também foi demonstrado que o soro desenvolvido contra a peçonha de peixe pedra (SFAV) é capaz em neutralizar in vivo as atividades nociceptiva e edematogênica da peçonha de S. plumieri. Análises por Western Immunoblotting confirmaram a reatividade cruzada, pois proteínas de SpV com massa molecular na faixa de ~98 kDa foram reconhecidas por SFAV. Estes resultados sugerem que o componente responsável pelos efeitos inflamatórios de SpV possui semelhanças antigênicas com toxina(s) encontrada(s) em peçonhas de peixes-pedra. Em síntese, este trabalho contribuiu para a caracterização da resposta inflamatória eliciada pela peçonha de S. plumieri, e também demonstrou que a peçonha de peixes-pedra do Indo-Pacífico e do peixe-escorpião preto do Oceano Atlântico possuem proteínas com características estruturais similares.