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Previous issue date: 2017-05-22 === As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morbidade e mortalidade em mulheres na pós-menopausa devido a ausência do papel cardioprotetor do estrogênio. A deficiência estrogênica está relacionada com a disfunção endotelial e ao aumento do estresso oxidativo. Ao mesmo tempo, trabalhos demonstram que o bloqueio de receptores de mineralocorticoides reduz o estresse oxidativo presente em algumas doenças cardiovasculares, em modelo animal. Assim o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do bloqueio de receptores MR sobre a função vascular de artérias de condutância e resistência isoladas de ratas ovariectomizadas, com foco na biodisponibilidade de NO e estresse oxidativo. Os animais foram separados em 4 grupos experimentais: Sham e Ovx, tratadas com veículo carboximetilcelulose (0,5% administrado 0,3ml via gavagem); Sham Espiro e Ovx Espiro, tratados com espironolactona (80 mg/Kg dissolvida em carboximetilcelulose, via gavagem). Todos os protocolos de tratamento foram mantidos por 8 semanas. Foram realizadas medidas de pressão arterial em animais anestesiados ao final do experimento e a função vascular foi investigada através de estudos de reatividade vascular in vitro em segmentos de aorta e terceiro ramo da artéria mesentérica. Ao final do tratamento, verificamos que não houve alteração da pressão arterial em entre os grupos experimentais. Quanto à reatividade, o tratamento reduziu a resposta contrátil à fenilefrina em anéis de aorta, melhorou o relaxamento induzido pela acetilcolina e não afetou o relaxamento ao nitroprussiato de sódio. No entanto, não observou-se diferença entre os parâmetros analisados em artérias mesentéricas. A remoção do endotélio e a pré-incubação com L-NAME (100 μM), deslocaram a curva concentração-resposta à fenilefrina para a esquerda, no entanto, essa resposta foi de maior magnitude em aorta de ratas sham quando comparada à ovx. O tratamento com bloqueador de MR igualou a curva concentração-resposta à fenilefrina em aorta isolada de ratas ovx com aquelas obtidas de ratas sham, sugerindo uma melhora da biodisponibilidade de NO em ratas com deficiência estrogênica. Em artérias mesentérica, não foi encontrada diferença nas curvas concentração-resposta à fenilefrina, entre os grupos experimentais. A incubação com tiron (1 mM), promoveu redução da resposta à fenilefrina que foi maior em aorta de ratas ovx, sugerindo maior liberação de espécies reativas de oxigênio. A incubação com apocinina (30 μM) e catalase (1000 U∙mL−1), reduziu a resposta constritora à fenilefrina somente em aorta isolada de ratas ovx. O tratamento com bloqueador de MR não modificou as curva concentração-resposta à fenilefrina na presença de tiron, apocinina e catalase, em aorta isolada de ratas ovx, sugerindo uma redução do estresse oxidativo em ratas com deficiência estrogênica. Em anéis de mesentéricas o tiron, apocinina e a catalase não alteraram a reatividade vascular em nenhum dos grupos. A indometacina (10 μM) promoveu redução da resposta contrátil à fenilefrina em aorta de ambos os grupos. No entanto, a magnitude deste efeito foi maior em aorta isolada de ratas ovx, sugerindo maior liberação de prostanóides constrictores. O tratamento com bloqueador de MR, no entanto, aboliu esses efeitos. Na mesentérica a resposta máxima à fenilefrina foi reduzida no grupo sham após incubação com indometacina, o qual foi restaurada após tratamento com espironolactona. Por outro lado, o grupo ovx, não houve nenhuma alteração na resposta contrátil. O tratamento com espironolactona reduziu, em aorta, a produção basal de ânion superóxido, promoveu redução da expressão proteica vascular da gp91phox, NOX4 e SOD, além de redução dos níveis plasmáticos de malondialdeído em ratas sham e ovx. Em conclusão, os nossos resultados sugerem que a redução dos níveis de estrogênio com consequentemente aumento de ROS e redução da biodisponibilidade de NO em aorta, atuam em conjunto para produzir as alterações vasculares, os quais são revertidos após tratamento com bloqueador de MR.
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