Adornando um Velho Bandido: Sérgio Sampaio à Luz de Theodor W. Adorno

Made available in DSpace on 2018-03-22T15:34:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_11681_Tese Jorge Verly - vers_o final em 21-12-17 - Defesa em 19-02-2018.pdf: 1681100 bytes, checksum: 598dfc4c36814f30d23510e7657bca7c (MD5) Previous issue date: 2018-02-19 === Esta tese se propõe a discutir o canci...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: BARBOSA, J. L. V.
Other Authors: FREITAS, V.
Format: Others
Published: Universidade Federal do Espírito Santo 2018
Online Access:http://repositorio.ufes.br/handle/10/6879
Description
Summary:Made available in DSpace on 2018-03-22T15:34:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_11681_Tese Jorge Verly - vers_o final em 21-12-17 - Defesa em 19-02-2018.pdf: 1681100 bytes, checksum: 598dfc4c36814f30d23510e7657bca7c (MD5) Previous issue date: 2018-02-19 === Esta tese se propõe a discutir o cancioneiro de Sérgio Sampaio, compositor capixaba (1947-1994), a partir da filosofia de Theodor W. Adorno. Partindo da revisita aos pressupostos centrais do pensamento adorniano concernentes à música popular em especial aqueles contidos nos ensaios O fetichismo na música e a regressão da audição (1938), Sobre música popular (1941) e Moda intemporal sobre o jazz (1953) e também valendo-se das propostas presentes em obras como Dialética do esclarecimento (1947), Minima Moralia (1955), Dialética negativa (1966) e Teoria Estética (1970), intenta-se numa visada que se ampare no movimento de mediação indicado pelo autor alemão como o basilar de toda atividade filosófica e toda relação entre os sujeitos e os objetos provenientes da empiria social uma abordagem das canções de Sampaio que evidencie tanto o potencial de crítica do existente e de uso criativo das relações estandardizadas inerentes aos produtos da indústria cultural (e da qual faz parte a própria canção popular), como aclarem a compreensão das ideias-forças pertencentes à constelação do pensamento de Adorno, promovendo a atualidade e a validade de ambos. Acionando conceitos como estandardização, esquematismo, regressão da audição, esclarecimento, fetichismo, glamorização, reificação, autonomia da arte, conteúdo de verdade, emancipação, dentre outros, e reavaliando-os numa atitude a contrapelo da cristalização conceitual na aplicação a uma porção significativa da produção sampaiana, pretende-se destacar como o compositor de Cachoeiro de Itapemirim, também ele marcado pela barbárie e pelo arbítrio da história brasileira na década de 1970 (sob o regime militar), foi capaz de transferir para os momentos formais de sua obra os dados opressivos e inerentes a ele como indivíduo e ao coletivo social. Enquanto artista representante, sua obra realizou um movimento emancipatório por uma via autônoma, antiengajada, transferindo ao material musical o horror de seu tempo. Suas canções estão marcadas por uma historicidade imanente, isto é, mensurável no plano estético, nos momentos de sua constituição, o que é a intenção deste trabalho discutir.