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Previous issue date: 2009-08-27 === Em geral, as reflexões sobre as pessoas que sofrem algum tipo de violência foram, por muito tempo, negligenciadas pelas sociedades em todo o mundo. Isso se torna ainda mais enfático no que diz respeito aos segmentos menos favorecidos da sociedade. No Brasil, este cenário foi se modificando lentamente ao longo do século XX, ganhando novos contornos por meio das experiências dos movimentos de defesa dos direitos humanos, principalmente, a partir do período de contestação à ditadura militar. Num período mais recente de nossa história, o surgimento de centros de apoio às vítimas de violência pode ser considerado como uma maneira de colocar em análise as diversas formas de manifestação da violência, embora tais estabelecimentos não sejam os únicos, nem os primeiros a fazerem isso. Os centros de apoio se tornaram locais não somente para que as vítimas de violência recebessem atendimento, mas, sobretudo, para que se incitasse a luta pela responsabilização de seus algozes e a criação de novos paradigmas para uma cultura de paz e não-violência. Tendo em vista este cenário, objetivamos problematizar as experiências de pessoas que foram atingidas pela violência, residentes na Região Metropolitana da Grande Vitória. Problematizar uma experiência significa se perguntar como um conjunto de práticas discursivas e não discursivas que antes era aceito em uma sociedade sem questionamentos e tido como familiar e natural se torna um motivo de preocupação, incitando discussões, polemizando debates, suscitando mudanças de comportamento e instigando novos hábitos. Foram realizadas atividades em grupo, nas quais problematizamos as experiências de mães que tiveram seus filhos violentados por agentes do Estado, quando em cumprimento de medida sócio-educativa de privação de liberdade. Além disso, também realizamos entrevistas de restituição nas quais as mães puderam avaliar as experiências em grupo, bem como discutir os resultados e as conclusões da pesquisa. Como resultado, podemos evidenciar que muitas das pessoas atingidas pela violência, embora sob esse forte impacto, apostaram e ainda apostam em afirmar a vida, ao invés de se colocarem no lugar de resignação, que muitas vezes é destinado às vítimas. Percebemos que conhecer e compartilhar as experiências dessas pessoas pode contribuir para a discussão acadêmica do problema e para a transformação de alguns dos efeitos deletérios da violência === In general, reflections over people that suffer some kind of violence have been neglected for a long time by societies all over the world. This became more emphasized within less favored portions of the society. This scenario has been slowly modifying itself in Brazil throughout the 20th century, added by new experiences provided by human rights movements, starting from the end of military dictatorship era. In a more recent timeframe in our history, the creation of violence victim s support centers could be considered as a way to study the many forms of violence, however those centers are not the only ones and not the first to do it. Those centers have become a place not only for victims of violence attendance, but also to start a discution for a non-violent and peaceful culture. With that scenario set up, the objective was to focus on violence victims on the Grande Vitória area. That means ask yourself how some practices mostly accepted without questioning, as a regular and common or cultural practice become real preoccupations, raising debates and behavior change. Some group activities were experienced with mothers which sons have been exposed to State agents, during social-educational correction time. There were also feedback interviews with those mothers, who could evaluate the group experience, as well as discuss the research s effectiveness and results. This research resulted in life affirmation, although people continue to suffer the effects of violence instead of not fighting back. It was felt that knowing and sharing the experiences of these people can contribute to the academic discussion of the problem and the transformation of some of the deleterious effects of violence
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