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Previous issue date: 2009-03-30 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === Psychiatric Reform in Brazil has been going through several changes since the approval and the effectuation of the 1988 Brazilian Constitution. The questioning
about the health system functioning was an indication of the need to think and to build other kinds of practices and knowledge. The reform movement achieved political dimensions and fought for a health program that was complete and decentralized, for the universality in access and for the preservation of autonomy, counting with popular participation in its social control. It is known that the reform defends the dismantle of psychiatric hospitals and the responsibility share with the
community, intertwined with a psychosocial care network. Such network is composed not only by the assistance services (basic health care units, psychosocial care centers, therapeutic home services, general hospitals, family health care program) but also by schools, employment, squares, parks and why not? the streets. In this sense, the research aimed to follow the transformation process of subjectivities through cartographic perspective and filmed images in the paths of users of the therapeutic home services at Santana, in Cariacica, Espírito Santo. The cartographic process happened along the paths taken by residents, opening a discussion about what we have called clinic, about the care network in mental health and questioning what have we contributed as health professionals. Since the opening of the houses, in 2004, it has been built interaction devices with the community and usage
strategies for what the city has to offer. The filmed documentation was done in the neighborhood with residents that accepted being recorded. The research field was the street and the subjectivity productions that happened in such transition context. The images emphasized the itinerary in action and the relationships in process in such transition field. We considered the paths as effects of the house-device and that through such device it is possible to amplify the health care network beyond the socalled care services. The research called us to reflect on the connections in process that can expand life; to question what we call network in the context of mental health clinic; and yet inquire into what have we called clinic and how this practice under
construction is set to work. For such endeavor we started out with the articulation of the social institutional clinic to arrive at the visibility of the movements that bring out
expressions, discourses and the production of meetings, of unexpected situations and of experiences, shifting the established subjective productions. Changes have
being built in the daily life of the therapeutic home residents since their exit from hospitals and every time they go out somewhere. Such changes encompass not only new home address but also, at each path they take, the relationships they build with other people and with their neighborhood. === A reforma psiquiátrica no Brasil vem passando por mudanças desde a efetivação e aprovação da Constituição, em 1988. O questionamento acerca do funcionamento do sistema de saúde era um indicativo da necessidade de pensar e construir outras práticas e saberes. O movimento de reforma conquistou dimensões políticas e lutou por um programa de saúde integral e descentralizado, bem como pela universalidade no acesso e a preservação da autonomia, contando com a
participação da população no controle social. É sabido que a reforma defende a desmontagem dos hospitais psiquiátricos e a tomada de responsabilidade por parte
da comunidade, entrelaçada pela rede de atenção psicossocial. Essa rede de atenção é composta não só pelos serviços assistenciais (Unidades Básicas de
Saúde, Centro de Atenção Psicossocial, Serviços Residenciais Terapêuticos, Hospitais Gerais, Programa Saúde da Família), mas também pelas escolas,
trabalho, famílias, associações ou cooperativas, associações de bairro, vizinhos, praças e por que não? as ruas. Nesse sentido, a pesquisa buscou acompanhar os processos de transformação das subjetivações, por meio da perspectiva cartográfica e de imagens filmadas, nos caminhos percorridos pelos moradores dos Serviços Residenciais Terapêuticos localizados no bairro Santana, em Cariacica, Espírito Santo. O processo cartográfico ocorreu junto aos trajetos realizados pelos moradores, o que abriu discussão sobre o que temos chamado de clínica, sobre a rede de atenção em saúde mental e em que temos contribuído como profissionais de saúde. Desde a inauguração das Casas, em 2004, têm-se construído dispositivos
de interação junto à comunidade e estratégias de uso do que oferece a cidade. O registro das imagens ocorreu no próprio bairro, com aqueles que aceitaram ser
filmados. A pesquisa teve como campo o espaço da rua e as produções de subjetividades que emergiram nesse contexto. As imagens tiveram como ênfase um
olhar sobre o itinerário em ação e sobre as relações em processo nesse campo em transição. Consideramos os trajetos como efeitos do Dispositivo-Casa e que por
meio dele é possível ampliar a rede de atenção à saúde, bem como percorrê-la para além dos ditos serviços de atenção. A pesquisa convocou-nos a pensar sobre as
conexões em processo e que podem expandir a vida; pensar e problematizar sobre o que chamamos de rede no âmbito da clínica em saúde mental; e ainda
problematizar o que estamos chamando de clínica, e como essa prática em construção se põe a funcionar. Para tanto, partimos da articulação com a clínica
sócio-institucional para dar visibilidade aos movimentos que expressam, que falam e que produzem encontros, imprevistos e experiências, deslocando as produções
subjetivas estabelecidas. As mudanças vêm sendo construídas no cotidiano dos moradores da Casas desde sua saída do hospital e a cada saída que realizam das
Casas para outro lugar. A mudança diz respeito não só à alteração de endereço, mas acontece também a cada trajeto que esses moradores percorrem, nas relações
que constroem com as pessoas e com o próprio bairro.
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