O Programa Minha Casa Minha Vida e a reconfiguração urbana do Município de Serra-ES
Made available in DSpace on 2016-12-23T14:20:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Flavio Hertel Magris - INTRODUCAO.pdf: 503577 bytes, checksum: 267ab0300edfd6a605dd8245a444e913 (MD5) Previous issue date: 2013-10-07 === O avanço da globalização e das práticas neoliberais sobre a América Latina, notadam...
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Previous issue date: 2013-10-07 === O avanço da globalização e das práticas neoliberais sobre a América Latina, notadamente a partir dos anos de 1990, têm promovido mudanças de paradigmas na forma de produzir e se
apropriar do urbano. Cresce o entendimento de que as cidades mais do que em qualquer outro momento, constituem-se também como um produto social da valorização capitalista por meio da produção imobiliária. Neste sentido, o espaço urbano, mais do que uma condição geral para a produção, torna-se por si só uma mercadoria. No bojo destas transformações, a recente articulação da produção imobiliária com o capital financeiro no Brasil, permitiu a abertura de capitais em bolsa das grandes incorporadoras/construtoras nacionais a partir dos anos 2000. Por terem captado significativo volume de recursos e em meio às pesadas expectativas do capital financeiro, as incorporadoras/construtoras nacionais expandiram suas áreas de atuação, chegando ao Espírito Santo em 2007. A crise econômica de 2008, contudo, colocou em xeque as expectativas dos capitais financeiros e imobiliários, cuja intrincada articulação se faz cada vez mais presentes na produção dos espaços urbanos no Brasil. O lançamento do PMCMV em resposta à crise econômica significou a desarticulação de propostas mais democráticas como o
PlanHab. Ainda assim foi amplamente festejado pelo mercado imobiliário e financeiro que participaram ativamente de sua formulação. O protagonismo dado à produção empresarial
dentro do MCMV, e a racionalidade puramente mercantilista por trás desta forma de produção, estão promovendo importantes mudanças no tecido urbano do município de Serra.
As habitações construídas para as faixas de renda mais elevadas do MCMV (faixas II e III) vem reforçando o Bairro de Laranjeiras como importante sub-centro terciário, bem como as regiões de Manguinhos e Jacaraípe como eixos de expansão para o mercado imobiliário. Ao mesmo tempo, contudo, promove nestas áreas um rebaixamento significativo da qualidade das construções, bem como impactos nada desprezíveis sobre o convívio social, sobre o meio ambiente e transito, ao se materializarem por meio de grandes complexos de condomínios fechados. A análise da racionalidade por trás da escolha dos locais destinados à construção empresarial das habitações para a faixa I do MCMV, sugere um processo de esgarçamento do tecido urbano de Serra que nem o criticado BNH dos militares ousou realizar em sua época no município, quando o Estado ainda não havia aberto mão de sua prerrogativa de planejar e ordenar seu território por meio de sua política habitacional === The advancement of globalization and neoliberal practices of Latin America since the 1990s has promoted changes of paradigms in the form of producing and appropriating the city
spaces. With development it grows the understanding that cities more than at any other time, constituting themselves as a social product of capitalist valorization by producing real estate. Accordingly, the urban area, rather than a general condition for the production becomes a commodity product itself. Amid these changes, the recent joint production of real estate with the finance capital in Brazil, allowed the opening of capital in the stock of large developers / homebuilders nationwide from the 2000s. Since they have captured a significant amount of resources and amid the heavy expectations of financial capital, developers / builders national
expanded its areas of operation, reaching in Espírito Santo in 2007. The economic crisis in 2008, however, has questioned the expectations of financial capital and real estate, whose
intricate articulation becomes increasingly present in the production of urban spaces in Brazil. The launch of MCMV in response to the economic crisis meant the disarticulation of
proposals as the most democratic PlanHab. However, it was widely celebrated by the real estate and financial who actively participated in its formulation. The leading role given to the
production enterprise within the MCMV, and the purely mercantilist rationale behind this form of production, are promoting important changes in the urban fabric in the city of Serra. Housing built for higher income brackets MCMV (bands II and III) is strengthening the district Laranjeiras as an important sub-tertiary center, as well as "regions" of Manguinhos and Jacaraípe work as axes of expansion for the housing market. However, at the same time, it leads to a decrease on the quality of buildings in these areas, and the significant impact on the social life, environment and traffic, to materialize through a large complex of locked condominiums. The analysis of the rationale behind the specific places for the construction of housing for the business band I of the MCMV, suggesting a process of unraveling the urban area of Serra that neither the military BNH criticized dared to carry in its time in the city, when the State had not given up its prerogative to plan and organize the territory through its housing policy |
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ndltd-IBICT-oai-dspace2.ufes.br-10-62992019-01-21T18:30:03Z O Programa Minha Casa Minha Vida e a reconfiguração urbana do Município de Serra-ES Magris, Flávio Hertel Campos Junior, Carlos Teixeira Reis, Luis Carlos Tosta dos Pereira, Paulo César Xavier Município de Serra Minha Casa Minha Vida Mercado imobiliário Produção do espaço Construção Moradia City of Serra Minha Casa Minha Vida Housing market Production of space Construction House CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOGRAFIA FISICA Made available in DSpace on 2016-12-23T14:20:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Flavio Hertel Magris - INTRODUCAO.pdf: 503577 bytes, checksum: 267ab0300edfd6a605dd8245a444e913 (MD5) Previous issue date: 2013-10-07 O avanço da globalização e das práticas neoliberais sobre a América Latina, notadamente a partir dos anos de 1990, têm promovido mudanças de paradigmas na forma de produzir e se apropriar do urbano. Cresce o entendimento de que as cidades mais do que em qualquer outro momento, constituem-se também como um produto social da valorização capitalista por meio da produção imobiliária. Neste sentido, o espaço urbano, mais do que uma condição geral para a produção, torna-se por si só uma mercadoria. No bojo destas transformações, a recente articulação da produção imobiliária com o capital financeiro no Brasil, permitiu a abertura de capitais em bolsa das grandes incorporadoras/construtoras nacionais a partir dos anos 2000. Por terem captado significativo volume de recursos e em meio às pesadas expectativas do capital financeiro, as incorporadoras/construtoras nacionais expandiram suas áreas de atuação, chegando ao Espírito Santo em 2007. A crise econômica de 2008, contudo, colocou em xeque as expectativas dos capitais financeiros e imobiliários, cuja intrincada articulação se faz cada vez mais presentes na produção dos espaços urbanos no Brasil. O lançamento do PMCMV em resposta à crise econômica significou a desarticulação de propostas mais democráticas como o PlanHab. Ainda assim foi amplamente festejado pelo mercado imobiliário e financeiro que participaram ativamente de sua formulação. O protagonismo dado à produção empresarial dentro do MCMV, e a racionalidade puramente mercantilista por trás desta forma de produção, estão promovendo importantes mudanças no tecido urbano do município de Serra. As habitações construídas para as faixas de renda mais elevadas do MCMV (faixas II e III) vem reforçando o Bairro de Laranjeiras como importante sub-centro terciário, bem como as regiões de Manguinhos e Jacaraípe como eixos de expansão para o mercado imobiliário. Ao mesmo tempo, contudo, promove nestas áreas um rebaixamento significativo da qualidade das construções, bem como impactos nada desprezíveis sobre o convívio social, sobre o meio ambiente e transito, ao se materializarem por meio de grandes complexos de condomínios fechados. A análise da racionalidade por trás da escolha dos locais destinados à construção empresarial das habitações para a faixa I do MCMV, sugere um processo de esgarçamento do tecido urbano de Serra que nem o criticado BNH dos militares ousou realizar em sua época no município, quando o Estado ainda não havia aberto mão de sua prerrogativa de planejar e ordenar seu território por meio de sua política habitacional The advancement of globalization and neoliberal practices of Latin America since the 1990s has promoted changes of paradigms in the form of producing and appropriating the city spaces. With development it grows the understanding that cities more than at any other time, constituting themselves as a social product of capitalist valorization by producing real estate. Accordingly, the urban area, rather than a general condition for the production becomes a commodity product itself. Amid these changes, the recent joint production of real estate with the finance capital in Brazil, allowed the opening of capital in the stock of large developers / homebuilders nationwide from the 2000s. Since they have captured a significant amount of resources and amid the heavy expectations of financial capital, developers / builders national expanded its areas of operation, reaching in Espírito Santo in 2007. The economic crisis in 2008, however, has questioned the expectations of financial capital and real estate, whose intricate articulation becomes increasingly present in the production of urban spaces in Brazil. The launch of MCMV in response to the economic crisis meant the disarticulation of proposals as the most democratic PlanHab. However, it was widely celebrated by the real estate and financial who actively participated in its formulation. The leading role given to the production enterprise within the MCMV, and the purely mercantilist rationale behind this form of production, are promoting important changes in the urban fabric in the city of Serra. Housing built for higher income brackets MCMV (bands II and III) is strengthening the district Laranjeiras as an important sub-tertiary center, as well as "regions" of Manguinhos and Jacaraípe work as axes of expansion for the housing market. However, at the same time, it leads to a decrease on the quality of buildings in these areas, and the significant impact on the social life, environment and traffic, to materialize through a large complex of locked condominiums. The analysis of the rationale behind the specific places for the construction of housing for the business band I of the MCMV, suggesting a process of unraveling the urban area of Serra that neither the military BNH criticized dared to carry in its time in the city, when the State had not given up its prerogative to plan and organize the territory through its housing policy 2016-12-23T14:20:38Z 2014-02-11 2016-12-23T14:20:38Z 2013-10-07 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis MAGRIS, Flávio Hertel. O Programa Minha Casa Minha Vida e a reconfiguração urbana do Município de Serra-ES. 2013. 216 f. Dissertação (Mestrado em Natureza, Técnica e Território) - Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2013. http://repositorio.ufes.br/handle/10/6299 por info:eu-repo/semantics/openAccess text Universidade Federal do Espírito Santo Programa de Pós-Graduação em Geografia UFES BR Natureza, Técnica e Território reponame:Repositório Institucional da UFES instname:Universidade Federal do Espírito Santo instacron:UFES |