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Previous issue date: 2010-07-30 === SOARES, J. A DIFÍCIL CONSTRUÇÃO DA INTERSETORIALIDADE: com a palavra a Câmara Territorial de Maruípe em Vitória-ES. Dissertação de Mestrado (Saúde Coletiva) Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2010, 102 p.
Esta pesquisa analisou a compreensão que os participantes da Câmara Territorial da Região de Maruípe (Vitória/ES), têm a respeito da Intersetorialidade e verificou como esta tem sido considerada na proposição e execução das ações de Promoção da Saúde no território. A Promoção da Saúde visa ações dirigidas aos determinantes sociais da saúde que devem proporcionar acesso às condições básicas de existência. Entretanto, para que se possam atingir os determinantes sociais, são necessárias ações intersetoriais. As ações intersetoriais pressupõem uma integração de diferentes atores e setores na resolução de um determinado problema local, por meio de um funcionamento organizacional em rede. No campo das políticas sociais, a gestão em redes tem sido vista como solução para administrar projetos, visando conter problemas complexos centrais e locais. O município de Vitória-ES vem realizando uma experiência nesse sentido - as Câmaras Territoriais, que são espaços em que os gestores se reúnem a fim de lidar com as questões comuns de seu território, buscam resolver os problemas de forma intersetorial, e isso depende do entendimento que os seus participantes têm a respeito da Intersetorialidade. Foram realizadas onze entrevistas semi-estruturadas, analisadas por meio do Discurso do Sujeito Coletivo, que consiste na reunião de trechos dos depoimentos individuais de forma a comporem um discurso único, para expressar uma representação coerente acerca do nosso tema de pesquisa. A análise apontou um consenso discursivo entre a Câmara e os teóricos da Intersetorialidade. Para a Câmara a intersetorialidade é articular-se a parceiros dentro do território para resolução de problemas. No entanto, tensões e dificuldades são apontadas nesse processo. Dizem respeito a eleição de prioridades, até o desfecho da ação intersetorial, visto que demanda compromisso dos participantes e delicadas relações com a comunidade. A Câmara se considera um lugar de formação diferenciado, por meio da troca de experiências. Um espaço de articulação e de formação de redes. Entretanto, por vezes se sente impotente frente aos problemas no seu território, tais como a violência decorrente do trafico de drogas. Considera que a intersetorialidade é algo difícil de se alcançar, porém é uma possibilidade mais avançada na tentativa de se contrapor ao isolamento de políticas públicas desarticuladas.
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