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Previous issue date: 2016-03-22 === As políticas e as práticas inclusivas, que se configuram como um imperativo de Estado, são postas em ação através principalmente da maquinaria escolar. Na medida em que ações inventam e colocam em circulação novos dispositivos que pretendem moldar novas posições de sujeitos , corroboram para a produção de subjetividades inclusivas. Dentro desse contexto, pretendi perceber como os professores de química são subjetivados por meio do status de verdade da inclusão e como esse imperativo se reflete em suas práticas pedagógicas. A escolha deste grupo de sujeito ocorreu devido a minha formação na área. Com isso, não se pode restringir as conclusões retiradas ao final deste trabalho como posturas adotadas somente pelos professores dessa área. Para o desenvolvimento do trabalho, procurei entender a inclusão como uma matriz de experiência, composta por saberes, normativas de comportamento e modos de ser, que corroboram para que ela se mantenha com o status de imperativo de Estado. Adotei como perspectiva teórico-metodológica os conceitos ferramenta desenvolvidos por Michel Foucault: governamento e subjetivação. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas narrativas com os docentes, cuja pergunta disparadora estava relacionada à narrativa de uma prática pedagógica exercida pelo professor, a qual o mesmo julgou ter relevância. Para a análise das narrativas, optei por formar conjuntos enunciativos, oriundos dos textos narrativos e, a partir deles, analisar as posições sujeito que os professores ocupam e os tipos de subjetividades que estas posições remetem. Foram identificados dois tipos de subjetividade: a subjetividade inclusiva e a subjetividade transgressora. A primeira delineou um perfil que é característico da matriz de experiência da inclusão, em que o sujeito é estimulado a entrar e a permanecer dentro do contexto inclusivo. A subjetividade da qual denominei como transgressora, caracteriza uma posição em que o sujeito excede o limite do conhecido para se aventurar em outras possibilidades, no âmbito microfísico e atingindo uma postura de intelectual específico. É importante ressaltar que, os dois tipos de subjetividade coexistem em um mesmo indivíduo e, não são as únicas existentes, pois derivam de posições sujeito variantes. Ao final, busquei realizar aproximações com a noção de função-educador, acreditando que para realizar seus atos criativos os professores entrevistados seguem, mesmo inconscientemente, a mesma linha proposta por essa função; ou seja, se colocam na posição de educadores parresiastas, infames e de intelectual específico. E que ainda, tomando como premissa esse operador, podemos pensar de outros modos a educação; uma linguagem da educação que esteja baseada em uma outra linguagem da aprendizagem, pautada na ação responsiva e responsável.
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