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Previous issue date: 2013-09-09 === Reflete criticamente os territórios em disputa na ilha da Boa Vista, em Cabo Verde, com o inicio da exploração turística. A exploração turística em Boa Vista tem se guiado pela lógica do apartamento socioeconômico e espacial, direcionando as vantagens e ganhos econômicos apenas para os investidores enquanto os passivos sobram (obrigações, dívidas, prejuízos, impactos ambientais, social) para os locais. A política de desenvolvimento territorial tem interferido muito pouco na melhoria da qualidade de vida da população e na promoção de um desenvolvimento equilibrado do território. Os planos físicos da política de desenvolvimento territorial têm contribuído para a valorização de parcelas específicas do território beneficiando
apenas grupos investidores sem tomar em consideração os impactos sociais, culturais e territoriais de grandes empreendimentos imobiliários. As conseqüências tem sido o surgimento de espaços destinados aos turistas providos de infraestruturas, distinguindo-se dos espaços carentes de infraestruturas básicas, destinados aos locais.1 Debater a partir de Cabo Verde, em especial Boa Vista, possibilita analisar como os fenômenos sociais e culturais da
globalização, sintetizados na organização espacial, constituem instrumentos perpetuadores das relações de poder historicamente estabelecidas. O objetivo é trazer a luz algumas questões
centrais sobre as atuais disputas territoriais em países Africanos, mormente em Cabo Verde, e sua ligação com as relações de poder historicamente estabelecidas. Para a análise foram pesquisados relação projeto colonizador e as resistências locais, os atuais agentes da produção do espaço seus interesses e estratégias, as territorialidades configuradas, os territórios em disputa. Os desafios para a política de desenvolvimento territorial passam pela sua
democratização, através do reconhecimento dos diversos agentes que interferem nos seus direcionamentos e tornando visíveis variais usualmente dissimuladas. Assim será possível uma política de desenvolvimento territorial que garanta o equilíbrio de forças e as múltiplas vozes terão a oportunidade e a capacidade para organizar seus interesses e participar autonomamente em processos de tomadas de decisão de forma significativa.
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