Summary: | Made available in DSpace on 2016-08-29T14:11:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1
tese_3142_Geciane_Soares_do_Nascimento20130916-114527.pdf: 620732 bytes, checksum: 1ba307272c45ccb9ab5543291fbee357 (MD5)
Previous issue date: 2009-03-24 === Entre 235 e 284, o Império Romano vive um período de aguda crise conhecido como Anarquia Militar, ocasião em que o Império tem de enfrentar, além das sucessivas usurpações, dificuldades de transportes, intermináveis conflagrações com os bárbaros e persas, corrupção de funcionários públicos, carência de mão-de-obra para o exército e levantes camponeses e urbanos, o que exige um reaparelhamento do Estado a fim de contornar os efeitos gerados por essa crise. Na seqüência, em 284, dá-se a ascensão de Diocleciano, que inaugura um amplo conjunto de reformas visando a garantir a governabilidade do Império. Num contexto como esse, de aguda crise política, verifica-se ainda a deflagração, por parte das autoridades romanas, de uma perseguição religiosa ostensiva em nome da manutenção das tradições politeístas cujo oponente, o cristianismo, começa a conquistar a visibilidade popular e a ameaçar o mos maiorum. São estabelecidas então novas relações de poder e novas representações entre os grupos envolvidos, o que marca de maneira significativa a sociedade da época. Tendo em vista essas considerações, analisamos, na presente dissertação, as representações pagã e cristã do corpo do cristão supliciado sob as perseguições de Décio, Valeriano e Diocleciano. Do embate entre os defensores do monoteísmo cristão e os protetores das tradições romanas surgem os mártires da Igreja, ou seja, indivíduos que, diante da recusa em abjurar da sua fé, têm seus corpos supliciados de várias formas pelo poder imperial, de maneira que seus corpos figuram, para nós, como registros capazes de revelar indícios da luta de representações que se estabelece entre os pagãos e os cristãos à época.
|