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Previous issue date: 2011-12-05 === Este trabalho procura analisar o modo como as crianças com deficiência vivenciam e significam o entrelugar estabelecido na atualidade por meio de sua matrícula em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) e o atendimento educacional especializado em um Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE) no contraturno. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida em duas instituições: um CAEE, que é uma instituição de caráter filantrópico, que atende somente pessoas com deficiência, e um CMEI, que atende crianças de até 6 anos, ambas localizadas no município de Vitória/ES. Acompanhamos duas crianças: um menino deficiente visual e uma menina com deficiência intelectual que frequentavam as salas do grupo V e do 1° ano no CMEI e recebiam atendimento educacional especializado no CAEE e acompanhamos as respectivas professoras nesses dois espaços. Em busca de realizar uma pesquisa em que as crianças com deficiência fossem as protagonistas, utilizamos a metodologia de pesquisa etnográfica, qualitativa, embasada nos estudos de pesquisadores da área de educação especial/inclusão que se apoiam na abordagem sócio-histórica. Autores como os russos Levi S. Vygotsky (1896-1934) e Mikhail Bakhtin (1895-1975) embasam nossas reflexões e análises dos dados. Dessa forma, os estudos da abordagem histórico-cultural e as contribuições de Vygotsky nos auxiliaram na análise da constituição do sujeito na infância que vivencia o entrelugar em duas instituições. Sua abordagem foi fundamental para entender a importância do papel do outro nas interações. Para compreendermos os sentidos que carregam a linguagem, recorremos a Bakhtin, que nos possibilita compreender como assimilamos as palavras dos outros, para, em seguida, transformarmos essas palavras em nossas palavras, isto é, evidenciarmos a capacidade criadora de dar sentido às palavras proferidas por outro que nos constitui. O referido estudo nos possibilita trazer as vozes das crianças com deficiência, dando visibilidade ao que elas pensam sobre o entrelugar que ocupam ao frequentarem as duas instituições. Além disso, possibilita-nos compreender, com base em nossas análises, as implicações desse entrelugar para a constituição das subjetividades dessas crianças, a fim de problematizar a responsabilidade das mediações tecidas nesses lugares e perceber, com o apoio da Geografia da Infância, como os espaços físicos são dotados de valor, sentido e significado. O estudo também mostra a importância do outro no processo de ressignificar a presença e a escuta das crianças nessas duas instituições e a necessidade de repensar a formação pedagógica do professor comum e de educação especial. Ademais, busca evidenciar, na sociologia da infância, a importância da visibilidade das crianças com deficiência proporcionando-lhes maior riqueza de possibilidades de vivenciar novos momentos presentes na sociedade
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