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Previous issue date: 2012-05-18 === Trata o estudo de uma investigação sobre como os artefatos culturais, concebidos como produtos em circulação na escola, variando de produtos tecnológicos a recursos materiais e simbólicos, utilizados por professores e alunos, atravessam, no cotidiano escolar, o currículo e as culturas. Objetiva cartografar as políticas das astúcias e criações de consumidores e usuários dos artefatos culturais, buscando visibilizar as táticas de inventividade que fazem do cotidiano um lugar praticado. Busca, assim, conhecer as artes de fazer de professores e alunos: como o fazem, por que e para que o fazem, o que usam, como usam, o que fabricam com os usos que fazem dos artefatos culturais. Toma, como hipótese substantiva preliminar, que de nada valem as receitas pedagógicas se não existem condições para a performatização dos gostos e dos sabores, pois as propostas curriculares são, constantemente, ressignificadas por meio dos usos dos produtos culturais, fazendo fruir a experiência estética e a sensibilidade das professoras que procuram, pelo diálogo, favorecer o desenvolvimento lógico, cognitivo, estético-expressivo e ético-moral de seus alunos. Questiona, portanto, o valor das prescrições e normatizações, diante da não existência de espaçostempos para que professores e alunos dialoguem sobre os usos que fazem dos produtos científico-tecnológico-culturais que circunscrevem suas ações e, dentre eles, os artefatos culturais. Adota, como principais intercessores teóricos, o historiador Michel de Certeau e o pesquisador dos Estudos Culturais Homi Bhabha. Assume, como aporte metodológico, o estudo de caso inserido no/do cotidiano escolar de uma escola de Ensino Fundamental da Prefeitura Municipal de Vitória, ES, visando a acompanhar, nos movimentos curriculares, táticas, estratégias e processos de negociações criados por professores e alunos nos usos dos artefatos culturais. Utiliza, para a produção dos dados, as redes de conversações inseridas num espaçotempo singularizado e tecido com os fios da experiência individual e coletiva. Utiliza a estratégia da observação participante, visando a capturar o que fabricam os alunos e professores com os usos que fazem dos produtos culturais, assim como procura visibilizar, por meio das conversas tecidas com os professores e alunos, os processos de criação e invenção dos currículos, das culturas e dos cotidianos escolares. Pontua que as múltiplas trocas de questionamentos, descobertas, conflitos de ideias contribuem para o fortalecimento das redes de linguagens, conhecimentos, afetos e afecções, de modo que as discussões coletivas favoreceram a produção de sentidos compartilhados, a compreensão mútua e o estabelecimento de redes de solidariedade. Aponta que os produtos culturais consumidos por professores e alunos são, constantemente, ressignificados, transformados e reinventados por múltiplas redes de saberes, valores, sentimentos, pensamentos, que são tecidas, individual e coletivamente, na produção do currículo praticado. Conclui pela necessidade de ampliação dos espaçostempos de circularidade de sentidos que possibilitem renovação, criação, autonomia e reflexão coletiva no processo de fabricação de um currículo, indicando que esse movimento, que ocorre na interface entre cultura, artefatos e cotidiano, é dinâmico, plural, multifacetado, acenando para novos possíveis para a escola e para as políticas públicas em Educação
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