Comorbidades não oportunistas e multimorbidade em pessoas que vivem com HIV/AIDS - prevalência e fatores associados
Made available in DSpace on 2019-03-30T00:18:24Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2018-01-24 === In the last decade, HIV / AIDS-related morbidity and mortality worldwide has been associated with increased access to antiretroviral therapy, resulting in an increase in the life expect...
Main Author: | |
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Other Authors: | |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade de Fortaleza
2018
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Subjects: | |
Online Access: | https://uol.unifor.br/oul/ObraBdtdSiteTrazer.do?method=trazer&ns=true&obraCodigo=107710 http://dspace.unifor.br/handle/tede/107710 |
Summary: | Made available in DSpace on 2019-03-30T00:18:24Z (GMT). No. of bitstreams: 0
Previous issue date: 2018-01-24 === In the last decade, HIV / AIDS-related morbidity and mortality worldwide has been associated with increased access to antiretroviral therapy, resulting in an increase in the life expectancy of people living with HIV / AIDS. In developed countries, a significant reduction in morbidity and mortality related to opportunistic infections has been observed, contrasting with the increase in morbidity and mortality associated with non-opportunistic chronic diseases (NCD), which tend to affect this population in a more frequent and precocious manner. In Brazil, the same tendency seems to exist, although there are few studies that allow us to characterize this phenomenon. Our study aimed to determine the prevalence and factors associated with non-opportunistic and multimorbital comorbidities in people living with HIV / AIDS in clinical follow-up at secondary referral service in the Northeast region of Brazil. This is an observational, prospective, cross-sectional, and quantitative study conducted at a specialized infectology service in Fortaleza-Ceará from June 2016 to March 2017. HIV service users and at least 18 years of age were invited the participation. They were interviewed and then anthropometric measurements were performed. Clinical and laboratory information were supplemented with service records. A total of 201 participants with a median age of 38 years (IIQ 29-44) were included, 87.1% were male, 74.1% were single and 72.1% were male. Regarding the habits, non-smokers (58.7%), alcoholics (66.6%) and sedentary individuals (55.2%) predominated. Median time to diagnosis of HIV infection was 4 years (IIQ 1.5-5.6). Concerning the prescription of ART in the recruitment, patients experienced in ART were predominant (84.6%). The time of use of ART among the experienced was 2.0 (IIQ 1.0 - 3.9). A total of 94.7% of participants reported adherence to ART in the past week. The median initial viral load was 14,540 (IIQ 3,241 - 47,432) and the median of the last viral load was 10,333 (1,597 - 32,788). The participants had an initial mean CD4 + TL quantification of 429 / mm3 (IIQ 269-636), nadir, zenith and last respectively 342 / mm3 (IIQ 218-530,8), 759 cells / mm3 (IIQ 519, 8-1030) and 652 cells / mm 3 (IIQ 437-877). Of the 133 participants who were on therapy for more than 6 months, 87.2% had viral suppression at the last laboratory examination. The presence of comorbidities was detected in 90.6% participants and 52.2% presented multimorbity (¿ 2 DCNO). The most common comorbidities were dyslipidemia (88.9%), liver diseases (54.7%), neurological diseases (12.9%) and diabetes mellitus (12.4%). Factors associated with comorbidities were age 50 years or older, sedentary lifestyle, nadir CD4 + LT and current lower and longer time of antiretroviral therapy. No predictors of cardiovascular disease, diabetes, renal and hepatic changes were identified. Longitudinal follow-up of this population is important, the definition of clinical or laboratory markers to identify individuals at greater risk, as well as clinical trials evaluating the possible benefit of adjuvant therapies.
Keywords: HIV; AIDS; Chronic diseases. === Na última década tem sido observada em todo o mundo a da morbimortalidade relacionada ao HIV/aids, sendo esta associada à ampliação do acesso à terapia antirretroviral, resultando no aumento da expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV/aids. Nos países desenvolvidos tem sido observada redução importante da morbimortalidade relacionada às infecções oportunistas, contrastando com o aumento da morbimortalidade associada às doenças crônicas não oportunistas (DCNO), que costumam acometer essa população de forma mais frequente e precoce. No Brasil parece existir a mesma tendência, embora existam poucos estudos que nos permitam caracterizar este fenômeno. Nosso estudo objetivou determinar a prevalência e fatores associados às comorbidades não oportunistas e multimorbidade em pessoas que vivem com HIV/aids em seguimento clínico em serviço de referência secundário na região Nordeste do Brasil. Trata-se de estudo observacional, prospectivo, transversal e quantitativo, realizado em serviço especializado de infectologia em Fortaleza-Ceará, no período de junho 2016 a março de 2017. Os usuários do serviço com infecção pelo HIV e idade mínima de 18 anos foram convidados à participação. Os mesmos foram entrevistados e em seguida foram realizadas medidas antropométricas. Informações clínicas e laboratoriais foram complementadas com os registros do serviço. Foram incluídos 201 participantes com mediana idade de 38 anos (IIQ 29-44), sendo 87,1% do sexo masculino, 74,1% solteiros e 72,1% homossexuais masculinos. Em relação aos hábitos, predominaram indivíduos não-tabagistas (58,7%), etilistas (66,6%) e sedentários (55,2%). A mediana do tempo de diagnóstico de infecção pelo HIV era de 4 anos (IIQ 1,5-5,6). Quanto à prescrição de TARV no recrutamento, predominou os pacientes experimentados em TARV (84,6%). O tempo de uso da TARV entre os experimentados foi de 2,0 (IIQ 1,0 ¿ 3,9). Um total de 94,7% dos participantes referiu adesão à TARV na última semana. A mediana da carga viral inicial foi de 14.540 (IIQ 3.241 ¿ 47.432) e a mediana do último valor da carga viral foi de10.333 (1.597 ¿ 32.788). Os participantes apresentavam mediana inicial de quantificação de LT CD4+ de 429/mm3 (IIQ 269-636), sendo os valores nadir, zênite e último respectivamente 342/mm3 (IIQ 218-530,8), 759 céls/mm3 (IIQ 519,8 ¿ 1.030) e 652 céls/mm3 (IIQ 437-877). Dos 133 participantes que se encontravam em uso de terapia por mais de 6 meses, 87,2% estavam com supressão viral no último exame laboratorial. A presença de comorbidades foi detectada em 90,6% participantes e 52,2% apresentavam multimorbidade (¿ 2 DCNO). As comorbidades mais frequentes foram dislipidemia (88,9%), doenças hepáticas (54,7%), doenças neurológicas (12,9%) e diabetes mellitus (12,4%). Os fatores associados às comorbidades foram a idade de 50 anos ou mais, sedentarismo, LT CD4+ nadir e atual mais baixos e maior tempo de terapia antirretroviral. Não foram identificados fatores preditores de doenças cardiovasculares, diabetes, alterações renais e hepáticas. É importante o acompanhamento longitudinal dessa população, a definição de marcadores clínicos ou laboratoriais para identificar os indivíduos com maior risco, além de ensaios clínicos avaliando possível benefício de terapias adjuvantes.
Palavras-chave: HIV; Comorbidade; Multimorbidade; Envelhecimento. |
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