A reconstituição da memória em Everything is Illuminated, de Jonathan Safran Foer
Orientador : Prof. Dr. Caetano Waldrigues Galindo === Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba, 05/12/2017 === Inclui referências : f.199-207 === Resumo: Everything is Illuminated, romance de 2003 de Jonathan...
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Letras Mizerkowski, Camilla Damian A reconstituição da memória em Everything is Illuminated, de Jonathan Safran Foer |
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Orientador : Prof. Dr. Caetano Waldrigues Galindo === Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba, 05/12/2017 === Inclui referências : f.199-207 === Resumo: Everything is Illuminated, romance de 2003 de Jonathan Safran Foer, nasce do desejo de construção de uma "verdade experimental" a partir da distância - temporal e geográfica - dos acontecimentos da Segunda Guerra, que se expressa por meio da reconstrução da memória na literatura a partir de fragmentos do passado. Esta tese pretende confirmar a hipótese de que o romance transcende o status de narrativa sobre a Shoá para atingir uma esfera autorreflexiva, pois parte do evento para expandir-se aos efeitos que produz no presente. Revela a reação de Jonathan, um representante da terceira geração de sobreviventes, à perpetuação da memória da Guerra como parte de uma tradição maior, a de registro e manutenção da memória coletiva, novamente lembrando o duplo papel da linguagem, o de alterar a vida e se deixar alterar por ela. Nesse contexto, a escrita prova-se parte de uma ideia de pertencimento, e inscreve-se na vida de Jonathan como o ato que cimenta a conexão, já que a tradição judaica está presente, mas a serviço da cultura das novas gerações, que se negam a esquecer a interrupção da Guerra em suas histórias familiares, mas que não podem nem desejam repeti-la ipsis litteris. Não há mais o mundo judeu que existia antes da Shoá, por isso é imperativo encontrar novas formas para narrar esse passado sob o prisma daqueles que não viveram o evento, mas que herdam sua memória e, por extensão, seus traumas e que vivem, portanto, o passado de Guerra indiretamente. Essa geração, porém, não pretende reconstruir o passado ou representar uma pretensa verdade sobre a Shoá na literatura; quer manter o valor intrínseco da sobrevivência e, principalmente, o da resistência. Resistência da memória e da história sobre a passagem do tempo, do apagamento e do distanciamento. Desta forma, este trabalho propõe uma investigação das ferramentas literárias de que Everything is Illuminated lança mão para colmatar a lacuna temporal e geográfica entre o sujeito que escreve e o objeto de sua escrita. Palavras-chave: memória, Shoá, Literatura do Holocausto, Jonathan Safran Foer. === Abstract: Everything is Illuminated, a 2003 novel by Jonathan Safran Foer, expresses the desire to build an "experiential truth'" from the temporal and geographical distance of the events of World War II, which is expressed through the reconstruction of memory in literature from fragments of the past. This work intends to confirm the hypothesis that the novel transcends narrative status on the Shoah to attain a self-reflexive sphere, since it departs from the event to expand to the effects it produces in the present. It reveals the reaction of Jonathan, a representative of the third generation of survivors, to the perpetuation remembering the War as part of a larger tradition of recording and maintaining collective memory. This process recalls the dual role of language, that is, modifies life and allows it to modify itself. In this context, writing proves to be part of an idea of belonging, and is inscribed in Jonathan's life as the act that cemented the connection. According to this premise, the Jewish tradition is present, but at the service of the culture of the new generations, who refuse to forget the interruption of the War in their family histories - that, on their turn, cannot and do not wish to repeat it ipsis litteris. There is no longer the Jewish world that existed before the Shoah, so it is imperative to find new ways to narrate the past under the prism of those who did not live the event, but have inherited their memory and, by extension, their traumas and who live, therefore, the past of War indirectly. This generation, however, does not intend to reconstruct the past or represent a pretended truth about the Shoah in literature; they want to maintain the intrinsic value of survival, and especially that of resistance. Resistance of memory and history over the passage of time, obliteration and detachment. Therefore, this work proposes an investigation of the literary tools by which Everything is Illuminated aims to bridge the temporal and geographical gap between the subject who writes and the object of his/her writing. Key-words: memory, Shoah, Holocaust Literature, Jonathan Safran Foer. |
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Esta tese pretende confirmar a hipótese de que o romance transcende o status de narrativa sobre a Shoá para atingir uma esfera autorreflexiva, pois parte do evento para expandir-se aos efeitos que produz no presente. Revela a reação de Jonathan, um representante da terceira geração de sobreviventes, à perpetuação da memória da Guerra como parte de uma tradição maior, a de registro e manutenção da memória coletiva, novamente lembrando o duplo papel da linguagem, o de alterar a vida e se deixar alterar por ela. Nesse contexto, a escrita prova-se parte de uma ideia de pertencimento, e inscreve-se na vida de Jonathan como o ato que cimenta a conexão, já que a tradição judaica está presente, mas a serviço da cultura das novas gerações, que se negam a esquecer a interrupção da Guerra em suas histórias familiares, mas que não podem nem desejam repeti-la ipsis litteris. Não há mais o mundo judeu que existia antes da Shoá, por isso é imperativo encontrar novas formas para narrar esse passado sob o prisma daqueles que não viveram o evento, mas que herdam sua memória e, por extensão, seus traumas e que vivem, portanto, o passado de Guerra indiretamente. Essa geração, porém, não pretende reconstruir o passado ou representar uma pretensa verdade sobre a Shoá na literatura; quer manter o valor intrínseco da sobrevivência e, principalmente, o da resistência. Resistência da memória e da história sobre a passagem do tempo, do apagamento e do distanciamento. Desta forma, este trabalho propõe uma investigação das ferramentas literárias de que Everything is Illuminated lança mão para colmatar a lacuna temporal e geográfica entre o sujeito que escreve e o objeto de sua escrita. Palavras-chave: memória, Shoá, Literatura do Holocausto, Jonathan Safran Foer. Abstract: Everything is Illuminated, a 2003 novel by Jonathan Safran Foer, expresses the desire to build an "experiential truth'" from the temporal and geographical distance of the events of World War II, which is expressed through the reconstruction of memory in literature from fragments of the past. This work intends to confirm the hypothesis that the novel transcends narrative status on the Shoah to attain a self-reflexive sphere, since it departs from the event to expand to the effects it produces in the present. It reveals the reaction of Jonathan, a representative of the third generation of survivors, to the perpetuation remembering the War as part of a larger tradition of recording and maintaining collective memory. This process recalls the dual role of language, that is, modifies life and allows it to modify itself. In this context, writing proves to be part of an idea of belonging, and is inscribed in Jonathan's life as the act that cemented the connection. According to this premise, the Jewish tradition is present, but at the service of the culture of the new generations, who refuse to forget the interruption of the War in their family histories - that, on their turn, cannot and do not wish to repeat it ipsis litteris. There is no longer the Jewish world that existed before the Shoah, so it is imperative to find new ways to narrate the past under the prism of those who did not live the event, but have inherited their memory and, by extension, their traumas and who live, therefore, the past of War indirectly. This generation, however, does not intend to reconstruct the past or represent a pretended truth about the Shoah in literature; they want to maintain the intrinsic value of survival, and especially that of resistance. Resistance of memory and history over the passage of time, obliteration and detachment. Therefore, this work proposes an investigation of the literary tools by which Everything is Illuminated aims to bridge the temporal and geographical gap between the subject who writes and the object of his/her writing. Key-words: memory, Shoah, Holocaust Literature, Jonathan Safran Foer. 2018-02-23T17:56:22Z 2018-02-23T17:56:22Z 2017 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis http://hdl.handle.net/1884/53576 por Disponível em formato digital info:eu-repo/semantics/openAccess 207 f. application/pdf reponame:Repositório Institucional da UFPR instname:Universidade Federal do Paraná instacron:UFPR |