Summary: | Orientador : Profª. Drª. Maria José Gnatta Dalcuche Foltran === Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba, 06/06/2017 === Inclui referências : p. 65-68 === Resumo: O objetivo deste trabalho é investigar as possíveis formas de expressão da pluralidade em libras (língua de sinais brasileira). Os materiais didáticos e dicionários de libras costumam associar a pluralidade à reduplicação. Diversos autores têm indicado que a reduplicação é uma das formas disponíveis para expressar pluralidade em diferentes línguas de sinais, mas esse mecanismo veicula também modificações no aspecto verbal e derivação (Steinbach 2012, Neidle e Nash 2012, Pagy 2010, Börstell 2011). Steinbach (2012) observa que há restrições fonológicas para a reduplicação em línguas de sinais, mas que estas variam de uma língua para outra (isto é uma característica de língua, não da modalidade espaço-visual). A impossibilidade fonológica de utilizar a marca típica do plural faz com que diversas construções com quantificadores emerjam e Finau (2014) faz um inventário dessas formas em libras. Nos casos em que a reduplicação é possível, ela pode acontecer de diferentes maneiras: Börstell (2011) observa quatro tipos de reduplicação em língua de sinais sueca e Pagy (2012) observa três, em libras. Quadros e Karnopp (2004) destacam ainda que diferentes formas de movimento e seleção do espaço codificam diferentes formas de distribuição, outra noção relacionada à pluralidade. A própria pluralidade não é uma noção simples e há diferentes abordagens para analisá-la. Para Lasersohn (1995), os nomes singulares fazem referência a conjuntos unitários e os plurais seriam formados pela sua conjunção, o que prevê uma série de fenômenos relacionados principalmente aos quantificadores que operam sobre esses sintagmas. Landman (1997), diferentemente, argumenta que plurais são formados pela mera soma de elementos e que coletivos seriam plurais singularizados (i.e.: uma forma singular derivada). Kratzer (2003, 2005), a partir desta observação, afirma que a cumulatividade é o valor básico dos predicados lexicais não só em línguas classificadoras, mas universalmente. Existiria assim duas formas de pluralidade: a pluralidade fraca, derivada da cumulatividade inerente dos itens lexicais simples, e a pluralidade forte, derivada de operações morfossintáticas (conjunção, morfema de plural ou outras construções específicas de cada língua). Através de um experimento, buscamos inventariar e analisar diferentes formas de expressar pluralidade em libras. Nossa hipótese é que os sinais da libras apresentam essa pluralidade forte através da operação de reduplicação associada ao deslocamento. Este trabalho evidencia a necessidade de investigações mais extensas e experimentais sobre a natureza das restrições fonológicas para a reduplicação, os tipos de duplicação e sua semântica, e a produtividade da reduplicação em sinais nãonominais. Palavras-chave: Libras. Pluralidade. Reduplicação. Sintagma Nominal. === Abstract: The goal of this dissertation is to investigate the possibilities to express plurality in Brazilian Sign Language (Libras). Teaching resources and dictionaries of this language usually relate plurality and reduplication. In fact, researchers of different sign languages associate reduplication with the plurality, modification of verb aspect and derivation (Steinbach 2012, Neidle and Nash 2012, Pagy 2012, Börstell 2011). Steinbach (2012) observes the existence of phonological restrictions to reduplication in sign languages and that those are language specific (not a constant trace of the visual-spatial modality). In face of the impossibility to use the typical plural marker (reduplication), sign languages bring about several quantifying constructions; Finau (2014) inventories such forms in Libras. When reduplication is possible, it may occur in different forms: Börstell (2011) lists four types of reduplication in Sweden Sign Language and Pagy (2012) lists three types in Libras. Quadros and Karnopp (2004) highlight that different movement patterns and space selection code different forms of distribution, a sense related to plurality. Plurality itself is not a simple idea and has been analyzed in many different ways. According to Lasersohn (1995), singular nouns refer to single sets and plurals refer to the conjunction of such sets. This analysis covers many quantifying phenomena. On the other side, Landman (1997) argues that plurals are formed by the mere sum of individuals and that collectives are plural nouns singularized (i.e., a derived singular form). Following that track Kratzer (2003, 2005) claims that the basic semantics of simple lexical predicates is cumulative not only in classifier languages but universally. There would be two flavors of plurality: weak plurality, derived from inherent lexical cumulativity, and strong plurality, derived from morphological/syntactic operations (conjunction, plural morphemes, and other language-specific constructions). Through an experiment, we identified and analyzed how Libras expresses plurality in different constructions. Our hypothesis is that the signs of Libras display strong plurality through reduplication with displacement. Our work identified also the need of further research on the nature of the phonological restrictions to reduplication in Libras, the kinds of duplication and their semantics, and the productivity of reduplication in non-nominal signs. Key words: Brazilian Sign Language. Plurality. Reduplication. Noun Phrase.
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